Somos também
Natureza; possuímos as estações da alegria, do entusiasmo, da moderação e do
desânimo, assim como as da primavera, do verão, do outono e do inverno.
Em muitas
circunstâncias, podemos considerar a depressão como natural período de transição.
São tempos de mudança e crescimento, épocas de tristeza que antecedem novos horizontes
de amadurecimento do ser em constante processo de evolução.
Os fenômenos
naturais da vida sucedem, organizados, em ciclos determinados. Os períodos de
troca dos antigos conceitos por outros tantos mais novos e melhores para o
nosso momento atual fazem parte desse ciclo natural da consciência humana.
Porque somos também Natureza; possuímos as estações da alegria, do entusiasmo,
da moderação e do desânimo, assim como as da primavera,do verão, do outono e do
inverno.
Aprendendo com a
Natureza entre as observações das leis que regem os ecossistemas, é que deixaremos
as atmosferas cinzentas da depressão passar para fixarmo-nos nos dias de sol e
de alegria, que voltarão a brilhar.
Os elementos da
Natureza não se encontram separados, mas tendem a se combinar em sistemas mais
complexos, estabelecidos a partir de uma série de associações físicas e
biológicas. Através das relações de permutas constantes, eles adquirem uma
espécie de “vida coletiva”, o que lhes dá uma habilidade para se
auto-organizarem e auto-reproduzirem ao longo do tempo. A esse fenômeno a
Ecologia denomina “ecossistema”. O pensamento ecológico procura investigar
algumas das leis que regulam e formam os mecanismos ecossistêmicos. Vamos
descrever as que consideramos mais importantes para as nossas ponderações neste
estudo:
1) A
“diversidade” – Quanto maior a multiplicidade de elementos existentes no
ecossistema, maior sua capacidade de se auto-regular, pois maiores serão as
propriedades com que ele contará para reorganizar os elementos num novo
equilíbrio.
2) A
“interdependência” – Na unidade funcional do ecossistema tudo está conectado
com tudo, de tal modo que não poderemos tocar num elemento isolado sem
atingirmos o conjunto. Assim também ocorre com o corpo humano, já que não se
pode abalar um órgão sem envolver todo o organismo.
3) A
“reciclagem” – Todo elemento natural liberado no ambiente é reintroduzido de
alguma forma pelo ecos sistema. Através desses reaproveitamentos é que os
resíduos biológicos permanecem circulando e sendo reproduzidos numa espécie de
ciclo fechado. É isso que permite a
sobrevivência desse imenso complexo
ecológico.
“... O homem,
tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes
por uma inteligência especial, indefinida, que lhe dá a consciência do seu
futuro, a percepção das coisas extra-materiais e o conhecimento de Deus.” (Questão
585 – Livro dos Espíritos – Allan Kardec)
Por sermos parte
desse grandioso espetáculo da Natureza e possuirmos a capacidade de entendê-lo
racionalmente, é que deveríamos ser os primeiros a considerar a sagrada
naturalidade que há em nós, bem como a perceber, conscientemente, seu processo
atuando em nossa intimidade.
A seguir,
algumas conexões entre as leis ou regras de funcionamento dos ecossistemas, que
nos ensinarão a regular nosso ritmo de vida para não voltarmos aos velhos
padrões de pensamentos depressivos:
1) Na
“diversidade” de novos conhecimentos filosóficos, religiosos ou científicos e
na análise de diversos modos de definir a realidade das coisas é que
aumentaremos a capacidade de auto-regular-nos emocionalmente para
restabelecermos um novo equilíbrio existencial.
2) Na
“interdependência” da vida social, mas nunca no isolamento, é que extrairemos
as experiências de que necessitamos para sair do marasmo, pois é nas relações
de permuta constante na vida coletiva que aprenderemos que tudo está
relacionado com tudo. Devemos descobrir nossas similaridades com toda a obra da
Criação. Ninguém será feliz sozinho, pois o homem é apenas uma parcela dessa
grande sinfonia da evolução da vida na Terra.
3) Na
“reciclagem” de todos os elementos que as experiências da vida nos oferecem, o reaproveitamento
deverá ser feito indistintamente, tanto para os que chamamos bons quanto para
os que consideramos maus. Alegria e tristeza são nossos companheiros de viagem,
estão sempre nos ensinando algo na caminhada evolucional. Tudo tem seu próprio
valor e lugar na existência; por isso, não devemos tentar afastar de forma
irrefletida as nuvens negras que impedem, momentaneamente, que a luz nos
alcance. A vida na Terra ainda é um jogo de luzes e sombras. Tudo na vida tem
um fim utilitário para crescermos integralmente.
A reflexão
atenta a esses apontamentos permite-nos entender melhor nossos ciclos depressivos,
recolhendo assim as abençoadas sementes da “arte de viver”.
Livro: As dores da Alma.
Francisco do Espírito Santo Neto.
Estudando o
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Questão 585 – Que
pensais da divisão da Natureza em três reinos, ou melhor, em duas classes: a
dos seres orgânicos e a dos inorgânicos? Segundo alguns, a espécie humana forma
uma quarta classe. Qual destas divisões é preferível?
Resposta: Todas
são boas, conforme o ponto de vista. Do ponto de vista material, apenas há
seres orgânicos e inorgânicos. Do ponto de vista moral, há evidentemente quatro
graus.
Nota – Esses
quatro graus apresentam, com efeito, caracteres determinados, muito embora
pareçam confundir-se nos seus limites extremos. A matéria inerte, que constituí
o reino mineral, só tem em si uma força mecânica. As plantas, ainda que
compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade. Os animais, também compostos de matéria inerte
e igualmente dotados de vitalidade, possuem, além disso, uma espécie de
inteligência instintiva, limitada, e a consciência de sua existência e de suas
individualidades. O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais,
domina todas as outras classes por uma inteligência especial, indefinida, que
lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extramateriais e o conhecimento
de Deus.
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