Reconhecendo,
embora, a alusão de Jesus aos povos de seu tempo, quando traçou a parábola do
festim das bodas, recordemos o caráter funcional do Evangelho e busquemos a
versão prática da lição para os nossos dias.
Compreendendo-se
que todos os recursos da vida são pertences de Deus, anotaremos o divino
convite à lavoura do bem, em cada lance de nossa marcha.
Os apelos do
Céu, em forma de concessões, para que os homens se ergam à Lei do Amor, voam na
Terra em todas as latitudes. Todavia, raros registram-lhes a presença.
Há quem recebe
o dote da cultura, bandeando-se para as fileiras da vaidade; quem recolhe a
mordomia do ouro, descendo para os antros da usura; quem senhoreia o tesouro da
fé, preferindo ajustar-se ao comodismo da dúvida malfazeja; quem exibe o
talento da autoridade, isolando-se na fortificação da injustiça; quem dispõe da
riqueza das horas, mantendo-se no desvão da ociosidade, e quem frui o dom de
ajudar, imobilizando-se no palanque da crítica.
Quase todos os
detentores dos privilégios sublimes lhes conspurcam a pureza.
Contudo,
quando mais se acreditam indenes de responsabilidade e trabalho, eis que surge
o sofrimento por mensageiro mais justo, convocando bons e menos bons, felizes e
infelizes, credores e devedores, vítimas e verdugos ao serviço da perfeição, e,
sacudidos nos refolhos do próprio ser, os pobres retardatários anseiam
libertar-se do egoísmo e da sombra, consagrando-se, enfim, à obra do bem de
todos, em cuja exaltação é possível reter a celeste alegria.
Entretanto,
ainda aí, repontam, desditosos, espíritos rebeldes, agressivos e ingratos.
Para eles, porém, a vida, nessa fase, reserva
tão-somente a cessação do ensejo de avanço e reajuste, porquanto, jugulados
pela própria loucura, são forçados na treva a esperar que o futuro lhes oferte
ao caminho o tempo expiatório em cárceres de dor.
Desse modo, se
a luta vos concita a servir para o Reino de Deus, com a aflição presidindo os
vossos novos passos, tende na paciência a companheira firme, a fim de que a
humildade, por excelsa coroa, vos guarde o coração na beleza e na alvura da
caridade em Cristo, que vos fará vestir a túnica da paz no banquete da luz.
Livro: Religião dos Espíritos -
29
Emmanuel / Chico Xavier.
Estudando o
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
QUESTÃO
627 - Origem e conhecimento da lei natural
627. Uma vez
que Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, qual a utilidade do ensino que
os Espíritos dão? Terão que nos ensinar mais alguma coisa?
Resposta:
Jesus empregava amiúde, na sua linguagem, alegorias e parábolas, porque falava
de conformidade com os tempos e os lugares. Faz-se mister agora que a verdade
se torne inteligível para todo mundo. Muito necessário é que aquelas leis sejam
explicadas e desenvolvidas, tão poucos são os que as compreendem e ainda menos
os que as praticam. A nossa missão consiste em abrir os olhos e os ouvidos a
todos, confundindo os orgulhosos e desmascarando os hipócritas: os que vestem a
capa da virtude e da religião, a fim de ocultarem suas torpezas. O ensino dos
Espíritos tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar
ignorância e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão. Estamos
incumbidos de preparar o reino do bem que Jesus anunciou. Daí a necessidade de
que a ninguém seja possível interpretar a lei de Deus ao sabor de suas paixões,
nem falsear o sentido de uma lei toda de amor e de caridade.”
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