“Quem
é minha mãe e quem são meus irmãos?” - Jesus / Mateus 12:48.
Indevidamente
analisada, a pergunta de Jesus tem tudo para ser entendida como demonstração de
indiferença familiar.
Porém, tal
análise estaria presa ao condicionamento humano que estabeleceu como nossa
família somente os que são vinculados pela consangüinidade.
Depois dos mais
próximos laços, como os de pai, de mãe e de irmãos, os demais vão-se esmaecendo
para ficarem apenas no nível das considerações sociais sem maiores
envolvimentos. São relações estritamente da faixa corporal.
Em termos
espirituais, contudo, a situação se altera profundamente, bastando observar o
número enorme de verdadeiros pais, mães e irmãos que é achado no grupo de
afetos estranhos biologicamente, e quantos ferrenhos inimigos, ou, simplesmente,
indiferentes, são encontrados no circulo do sangue.
Não fosse o
conhecimento das leis que regulam os renascimentos das almas na Terra, presos a
afetos e desafetos, de tempos remotos ou próximos, por certo não compreenderíamos
a nossa possibilidade de renascer vinculados a uma família biológica, longe da
família da alma, ou renascer naquela mantendo-nos bem próximos desta última.
Certo é que
renascemos num circulo consagüineo com o qual desafinamos, o objetivo do
Criador é que aprendamos a transformar antipatia em simpatia, indiferença em
digno interesse, malquerenças em amor, ampliando o circulo da família espiritual,
que é a definitiva e real. Tristemente, nem sempre vemos alcançado esse
objetivo do Mundo Superior. Muitas vezes, parece mais fácil fugir, desistir,
adiar...
Os vínculos queridos
da família espiritual que nos apoia existem, para que encontremos forças íntimas
e boa disposição para operarmos o trabalho de conquista daqueles que nos sejam
difíceis, sem perdermos a oportunidade de fazê-lo.
Quando o Mestre
interroga sobre quem seriam sua mãe e irmãos, consegue imprimir em nossa mente
essa necessidade de cogitar disso.
Não se trata de
mostrar qualquer menosprezo para com seus parente, tanto que os vai atender,
particularmente a Sua mãe. O que está em foco é a não exclusividade da família corporal.
Como se devêssemos nela apenas, fixar as nossas atenções e preocupações,
abrindo mão de todo bem que temos o dever de entender a nossa família maior
junto a todos os que buscam a vontade de Deus.
Os laços de
sangue são precários, sem duvida. Os que permanecem são os da alma porque são
perenes, indissolúveis.
O propósito do
Criador é o de que pouco a pouco, toda a humanidade, essa mesma que hoje se “divide”
em castas, classes, cores e raças, possa, um dia, ser unida como uma só família
de enobrecidas afinidades espirituais, conformando, de fato, um só rebanho sob
a guarda do Celestial Pastor, que é Jesus.
Jesus é o
Espírito que veio nos ajudar a distender a nossa capacidade de amar para além
do nosso grupo de parentela física, a fim de conquistarmos mais ampla vitória
sobre o multimilenário egoísmo.
Livro: Quem é o
Cristo?
Espírito: Francisco de Paula Vitor
Médium: Raul
Teixeira.
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