“Bem-aventurados os limpos de coração,
porque êles verão a
Deus”.
Jesus / Mateus: capítulo 5º, versículo 8.
A complexidade
da vida moderna parece conspirar contra a tua paz interior e, maquinalmente
conduzido pela multifária engrenagem, sentes verdadeira conjuração dos fatores
que conseguem, por fim, sulcar a tua face com os sinais da intranqüilidade, da
revolta, do azedume.
Não obstante o
conforto que deriva das facilidades ao acesso de grande parte dos homens,
experimentas sérias conjunturas afligentes que te molestam, solapando os alicerces da tua
estrutura emocional.
Todavia, se te
permitires ligeira análise das possibilidades que fluem ao teu alcance,
modificarás as disposições negativas e te renovarás.
Enseja-te um
coração afável.
Experimenta
aplicar esses valores desconsiderados que são a palavra gentil, o gesto simpático, o sorriso
delicado, a paciência generosa, e fortunas de verdadeira alegria espalharão
moedas de bem-estar através de ti, envolvendo-te, também num halo de felicidade
interior.
Francisco de
Assis, embora enfermo e asceta, caminhando por sendas de cruas dificuldades,
conseguia cantar as belezas da “irmã natureza”, dos “irmãos animais”, dos
“irmãos pássaros”...
Helen Keller,
conquanto limitada pela surdez, pela cegueira e pela mudez, pede exaltar a
beleza das paisagens, a claridade das manhãs, a fragrância das flores, fazendo
da existência um hino de louvor à vida...
Gandhi, apesar
de dispor de vastos recursos para o triunfo mundano, abraçou a causa da “não violência” e
deu-se integralmente aos aflitos e necessitados em constantes recitativos de
amor à vida e abnegação pela vida.
Corações
afáveis!
Quantas
oportunidades desperdiças de semear júbilos fora e dentro de ti mesmo, porque
insignificante problema toldou a luz do teu amanhecer, ou irritação por coisa
de monta insignificante produziu um mal-estar na execução do teu programa?
Lutaste para conservar a mágoa, disputando a tarefa de parecer e ser infeliz,
esquecendo as fartas concessões que o teu coração, tornado afável, poderia
conseguir!
Simplifica o teu
roteiro de ação, dilata a visão do bem no panorama das tuas horas, e com o
preço mínimo de um sorriso considera a coleta de júbilos que dele se deriva e
que poderás colher.
Jesus, dilatando
o seu coração afável, contou as mais belas hipérboles e hipérbatos, parábolas e
poemas que o homem jamais escutou. Um grão de mostarda, uma moeda
insignificante, algumas varas, uma pérola luminosa, peixes e redes, talentos e
sementes receberam da sua afabilidade um toque especial de beleza que
comoveram, a princípio, uma mulher atormentada por obsessão pertinaz, um
príncipe petulante e douto, um cobrador de impostos rejeitado, jovens homens da
terra e velhos marujos decididos, sensibilizando, depois, incontáveis corações
para com eles inaugurar um reino diferente de amor, que até hoje é a mais
fascinante História da Humanidade.
Começa, desse
modo, desde agora, a experiência de manter um coração afável, disseminando
bênçãos.
*
“A pureza do
coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda idéia de egoísmo e de
orgulho” (Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Capítulo 8º — Item 3).
Livro:
Florações Evangélicas.
Joanna
de Ângelis / Divaldo Franco.
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