Questão nº 232
Perto, muito perto de ti, estão todos aqueles que já
te precederam na viagem da morte.
Aqueles que subiram para o alto dos montes se referem
à luz; no entanto, os que desceram para as furnas do vale agitam-se na sombra.
Quantos se sublimaram, no suor do serviço, mostram que
vale a pena lutar e padecer, para que o bem se faça, e apelam para o bem,
porque Deus é amor.
Contudo, os que se agarram às paixões inferiores mergulham-se
nas trevas, como seres do lodo, e, em largo desespero, convidam para o mal, a
que se prendem, fracos, em tremenda ilusão.
Todos os que marcharam no extremo auxílio aos outros
ensinam-te, pacientes, a converter espinhos em roseirais eternos, mas quantos
desprezaram as criaturas irmãs, no apego desvairado à posse de si mesmos,
induzem-te a fazer de rosas passageiras duros espinheirais.
Não afirmes: — “Sou pedra.”
Nem digas: — “Não percebo.”
No lar do pensamento, estamos todos juntos.
Cada Espírito escolhe a força em que se inspira.
O raciocínio manda.
O sentimento guia.
Trazes, assim, contigo, o leme do destino escondido na
mente, ocultando no peito o impulso que o dirige, porque tudo prospera aos
golpes do desejo, e o imã do desejo chamase coração.
Livro: Seara dos Médiuns.
Emmanuel / Chico Xavier.
Estudando O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
Questão 232. Seria errado pensar que é
necessário ser médium para atrair os seres do mundo invisível?
Resposta: Eles povoam o espaço, estão
constantemente ao nosso redor, nos acompanham, nos vêem e observam,
intrometem-se nas nossas reuniões, procuram-nos ou evitam-nos, conforme os
atrairmos ou repelirmos. A faculdade mediúnica nada tem com isso: é
simplesmente um meio de comunicação. Segundo vimos no tocante às causas de
simpatia e antipatia entre os Espíritos. Compreende-se facilmente que devemos
estar cercados dos que têm afinidade com o nosso Espírito, de acordo com a
nossa elevação ou inferioridade. Consideremos ainda o estado moral do nosso
globo e compreenderemos qual o gênero de Espíritos que deve predominar entre os
Espíritos errantes. Se tomarmos cada povo em particular poderemos julgar, pelo
caráter dominante das criaturas, por suas preocupações e seus sentimentos mais
ou menos morais e humanitários, quais as ordens de Espíritos que nele se
encontram. Partindo desse princípio, imaginemos uma reunião de
homens levianos, inconseqüentes, interessados apenas em seus prazeres. Quais
seriam os Espíritos que de preferência estariam entre eles?
Não serão seguramente os Espíritos superiores, pois
que os nossos sábios e filósofos não iriam passar entre eles o seu tempo.
Assim, toda vez que os homens se reúnem, há entre eles uma reunião oculta de
simpatizantes de suas qualidades ou de suas imperfeições, e isso sem qualquer
idéia de evocação.
Admitamos agora que eles tenham a possibilidade de se
comunicar com os seres do mundo invisível através de um intérprete, ou seja, de
um médium. Que Espíritos responderão ao seu apelo? Evidentemente os que lá
estão, predispostos a isso, e que nada mais buscam do que uma ocasião
favorável. Se numa reunião fútil se evocar um Espírito superior, ele poderá
atender, dando uma comunicação orientadora, como a um bom pastor que se dirige
às suas ovelhas desgarradas. Mas se não se vê compreendido nem ouvido, vai-se
embora, como também o farias em seu lugar, e os outros têm o campo livre.
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