segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Imã

Reunião pública de 17/10/1960
Questão nº 232 
Perto, muito perto de ti, estão todos aqueles que já te precederam na viagem da morte.
Aqueles que subiram para o alto dos montes se referem à luz; no entanto, os que desceram para as furnas do vale agitam­-se na sombra.
Quantos se sublimaram, no suor do serviço, mostram que vale a pena lutar e padecer, para que o bem se faça, e apelam para o bem, porque Deus é amor.
Contudo, os que se agarram às paixões inferiores mergulham-se nas trevas, como seres do lodo, e, em largo desespero, convidam para o mal, a que se prendem, fracos, em tremenda ilusão.
Todos os que marcharam no extremo auxílio aos outros ensinam­-te, pacientes, a converter espinhos em roseirais eternos, mas quantos desprezaram as criaturas irmãs, no apego desvairado à posse de si mesmos, induzem­-te a fazer de rosas passageiras duros espinheirais.
Não afirmes: — “Sou pedra.”
Nem digas: — “Não percebo.”
No lar do pensamento, estamos todos juntos.
Cada Espírito escolhe a força em que se inspira.
O raciocínio manda.
O sentimento guia.
Trazes, assim, contigo, o leme do destino escondido na mente, ocultando no peito o impulso que o dirige, porque tudo prospera aos golpes do desejo, e o imã do desejo chama­se coração.
Livro: Seara dos Médiuns.
Emmanuel / Chico Xavier.
Estudando O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
Questão 232. Seria errado pensar que é necessário ser médium para atrair os seres do mundo invisível?
Resposta: Eles povoam o espaço, estão constantemente ao nosso redor, nos acompanham, nos vêem e observam, intrometem-se nas nossas reuniões, procuram-nos ou evitam-nos, conforme os atrairmos ou repelirmos. A faculdade mediúnica nada tem com isso: é simplesmente um meio de comunicação. Segundo vimos no tocante às causas de simpatia e antipatia entre os Espíritos. Compreende-se facilmente que devemos estar cercados dos que têm afinidade com o nosso Espírito, de acordo com a nossa elevação ou inferioridade. Consideremos ainda o estado moral do nosso globo e compreenderemos qual o gênero de Espíritos que deve predominar entre os Espíritos errantes. Se tomarmos cada povo em particular poderemos julgar, pelo caráter dominante das criaturas, por suas preocupações e seus sentimentos mais ou menos morais e humanitários, quais as ordens de Espíritos que nele se encontram. Partindo desse princípio, imaginemos uma reunião de homens levianos, inconseqüentes, interessados apenas em seus prazeres. Quais seriam os Espíritos que de preferência estariam entre eles?
Não serão seguramente os Espíritos superiores, pois que os nossos sábios e filósofos não iriam passar entre eles o seu tempo. Assim, toda vez que os homens se reúnem, há entre eles uma reunião oculta de simpatizantes de suas qualidades ou de suas imperfeições, e isso sem qualquer idéia de evocação.
Admitamos agora que eles tenham a possibilidade de se comunicar com os seres do mundo invisível através de um intérprete, ou seja, de um médium. Que Espíritos responderão ao seu apelo? Evidentemente os que lá estão, predispostos a isso, e que nada mais buscam do que uma ocasião favorável. Se numa reunião fútil se evocar um Espírito superior, ele poderá atender, dando uma comunicação orientadora, como a um bom pastor que se dirige às suas ovelhas desgarradas. Mas se não se vê compreendido nem ouvido, vai-se embora, como também o farias em seu lugar, e os outros têm o campo livre.

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