“A terra de um
rico produziu muito. Ele, então, refletia: ‘Que hei de fazer? Não tenho onde
guardar minha colheita Depois pensou: ‘Eis o que farei: demolirei meus
celeiros, construirei maiores, e lá recolherei todo o meu trigo e os meus bens.
E direi a minha alma: Minha alma, tens uma quantidade de bens em reserva para
muitos anos; repousa, come, bebe, regala-te ’. Mas Deus lhe disse: ‘Insensato,
nesta mesma noite ser-te-á reclamada a alma. E as coisas que acumulaste, de
quem serão? ’Assim acontece aquele que ajunta tesouros para si mesmo, e não é
rico para Deus.” (Jesus / Lucas 12:16-21).
Esta parábola
foi narrada por Jesus quando lhe foi pedido para interferir na divisão de uma
herança entre irmãos (Jesus / Lc 12: 13-15) e o Mestre respondeu: “Homem, quem
me estabeleceu juiz ou árbitro da vossa partilha?”, ou seja, que não competia a
ele esse julgamento.
Aproveitou,
então, a oportunidade para nos alertar dos perigos que nos oferece qualquer
tipo de ganância ou avareza, e a inutilidade desse comportamento, mostrando
claramente a transitoriedade dos bens materiais.
Em “O Livro dos Espíritos”, cap. V, “Lei de
Conservação”, Kardec questiona os Espíritos a respeito do que é realmente
necessário e do que é supérfluo para o homem:
Perg. 716: “A
Natureza não tragou o limite do necessário em nossa própria organização?”
Resp.: “Sim, mas o
homem é insaciável. A Natureza lhe traçou o limite de suas necessidades na sua
organização, mas os vícios lhes alteraram a constituição e criaram para ele
necessidades artificiais.”
Perg. 717: “Que
pensar dos que açambarcam os bens da terra para se proporcionar o supérfluo, em
prejuízo dos que não tem sequer o necessário?”
Resp.: “Desconhecem
a lei de Deus e terão de responder pelas privações que ocasionarem”.
O rico da
parábola simboliza a pessoa que cuida apenas de acumular bens materiais,
conseguir fama e poder, nunca estando disposto a dividir o que julga ser seu
por direito. As aflições daqueles que lhe estão próximos ou que dele dependem não o sensibiliza
nem o preocupa. Para uma pessoa assim estão em segundo plano às necessidades do
próximo.
A riqueza bem
aplicada é um “talento” (um valor, um bem recebido), que se toma um caminho
efetivo para a evolução do Espírito humano rumo à perfectibilidade.
A riqueza mal
aplicada corresponde a enterrar o “talento” e se toma uma rota arriscada que
conduz o Ser ao sofrimento e a dolorosas reparações, podendo prolongar-se por
varias encarnações.
É através das
vidas sucessivas que os Espíritos experimentam a riqueza e a pobreza, a beleza
e a imperfeição física, a intelectualidade e a falta de cultura, para
aprenderem a utilizar “seus talentos” em cada uma das situações vividas.
A posse das
coisas do mundo é pura ilusão; nós as perdemos facilmente para a doença, para o
ladrão, para a morte, para as catástrofes naturais. Por isso, é fundamental
movimentar os “talentos” recebidos e através dos bens da Terra, enriquecer o
Espírito, pela prática constante da caridade e amor ao próximo, e pelo esforço
em nos libertarmos daquilo que nos algema as coisas materiais: a ganância, a
avareza, o apego inútil ao que é transitório.
Em “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”, cap. XVI, item 9, o Espírito Pascal , numa de suas
comunicações, diz:
“O homem não
possui de seu, senão aquilo que pode levar deste mundo. O que ele encontra ao
chegar e o que deixa ao partir goza durante sua permanência na terra; mas,
desde que é forçado a deixá-los, é claro que só tem o usufruto, e não a posse
real. O que é, então, que ele possui? Nada do que se destina ao uso do corpo, e
tudo o que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as
qualidades morais. Eis o que ele traz e leva consigo, o que ninguém tem o poder
de tirar-lhe, e o que ainda mais lhe servirá no outro mundo do que neste.”
E ainda no mesmo
capítulo, item 11, o Espírito Cheverus discorre, em sua mensagem, a respeito do
melhor emprego da fortuna: “Procurai nestas palavras: ‘Amai-vos uns aos outros
’, a solução desse problema, pois nelas está o segredo da boa aplicação das
riquezas. O que ama o seu próximo já tem a sua conduta inteiramente traçada,
pois a aplicação que agrada a Deus é a da caridade”.
Livro: CURSO DE
APRENDIZES DO EVANGELHO – 2º. ANO / FEESP.
Fontes: Bibliografia:
-A Bíblia de
Jerusalém.
- Kardec, Allan
- O Livro dos Espíritos –
- Kardec, Allan
- O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP
-Almeida, José
de Sousa -As Parábolas - Ed. F EESP.
- Calligaris,
Rodolfo - Parábolas Evangélicas a Luz do Espiritismo.
- Schutel,
Cairbar - Parábolas e Ensinos de Jesus.
- Cerqueira
Filho, Alírio de - Parábolas Terapêuticas.
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