domingo, 14 de abril de 2013

Parábola do rico Insensato (ou do Avarento)

“A terra de um rico produziu muito. Ele, então, refletia: ‘Que hei de fazer? Não tenho onde guardar minha colheita Depois pensou: ‘Eis o que farei: demolirei meus celeiros, construirei maiores, e lá recolherei todo o meu trigo e os meus bens. E direi a minha alma: Minha alma, tens uma quantidade de bens em reserva para muitos anos; repousa, come, bebe, regala-te ’. Mas Deus lhe disse: ‘Insensato, nesta mesma noite ser-te-á reclamada a alma. E as coisas que acumulaste, de quem serão? ’Assim acontece aquele que ajunta tesouros para si mesmo, e não é rico para Deus.”  (Jesus / Lucas 12:16-21).
Esta parábola foi narrada por Jesus quando lhe foi pedido para interferir na divisão de uma herança entre irmãos (Jesus / Lc 12: 13-15) e o Mestre respondeu: “Homem, quem me estabeleceu juiz ou árbitro da vossa partilha?”, ou seja, que não competia a ele esse julgamento.
Aproveitou, então, a oportunidade para nos alertar dos perigos que nos oferece qualquer tipo de ganância ou avareza, e a inutilidade desse comportamento, mostrando claramente a transitoriedade dos bens materiais.
 Em “O Livro dos Espíritos”, cap. V, “Lei de Conservação”, Kardec questiona os Espíritos a respeito do que é realmente necessário e do que é supérfluo para o homem:
Perg. 716: “A Natureza não tragou o limite do necessário em nossa própria organização?”
Resp.: “Sim, mas o homem é insaciável. A Natureza lhe traçou o limite de suas necessidades na sua organização, mas os vícios lhes alteraram a constituição e criaram para ele necessidades artificiais.”
Perg. 717: “Que pensar dos que açambarcam os bens da terra para se proporcionar o supérfluo, em prejuízo dos que não tem sequer o necessário?”
Resp.: “Desconhecem a lei de Deus e terão de responder pelas privações que ocasionarem”.
O rico da parábola simboliza a pessoa que cuida apenas de acumular bens materiais, conseguir fama e poder, nunca estando disposto a dividir o que julga ser seu por direito. As aflições daqueles que lhe estão próximos ou que dele dependem não o sensibiliza nem o preocupa. Para uma pessoa assim estão em segundo plano às necessidades do próximo.
A riqueza bem aplicada é um “talento” (um valor, um bem recebido), que se toma um caminho efetivo para a evolução do Espírito humano rumo à perfectibilidade.
A riqueza mal aplicada corresponde a enterrar o “talento” e se toma uma rota arriscada que conduz o Ser ao sofrimento e a dolorosas reparações, podendo prolongar-se por varias encarnações.
É através das vidas sucessivas que os Espíritos experimentam a riqueza e a pobreza, a beleza e a imperfeição física, a intelectualidade e a falta de cultura, para aprenderem a utilizar “seus talentos” em cada uma das situações vividas.
A posse das coisas do mundo é pura ilusão; nós as perdemos facilmente para a doença, para o ladrão, para a morte, para as catástrofes naturais. Por isso, é fundamental movimentar os “talentos” recebidos e através dos bens da Terra, enriquecer o Espírito, pela prática constante da caridade e amor ao próximo, e pelo esforço em nos libertarmos daquilo que nos algema as coisas materiais: a ganância, a avareza, o apego inútil ao que é transitório.
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XVI, item 9, o Espírito Pascal , numa de suas comunicações, diz:
“O homem não possui de seu, senão aquilo que pode levar deste mundo. O que ele encontra ao chegar e o que deixa ao partir goza durante sua permanência na terra; mas, desde que é forçado a deixá-los, é claro que só tem o usufruto, e não a posse real. O que é, então, que ele possui? Nada do que se destina ao uso do corpo, e tudo o que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Eis o que ele traz e leva consigo, o que ninguém tem o poder de tirar-lhe, e o que ainda mais lhe servirá no outro mundo do que neste.”
E ainda no mesmo capítulo, item 11, o Espírito Cheverus discorre, em sua mensagem, a respeito do melhor emprego da fortuna: “Procurai nestas palavras: ‘Amai-vos uns aos outros ’, a solução desse problema, pois nelas está o segredo da boa aplicação das riquezas. O que ama o seu próximo já tem a sua conduta inteiramente traçada, pois a aplicação que agrada a Deus é a da caridade”.
Livro: CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO – 2º. ANO / FEESP.
Fontes: Bibliografia:
-A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos –
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP
-Almeida, José de Sousa -As Parábolas - Ed. F EESP.
- Calligaris, Rodolfo - Parábolas Evangélicas a Luz do Espiritismo.
- Schutel, Cairbar - Parábolas e Ensinos de Jesus.
- Cerqueira Filho, Alírio de - Parábolas Terapêuticas.
- Pires, J. Herculano - Na Hora do Testemunho.

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