“... Se Deus julgou conveniente lançar
um véu sobre o passado, é porque isso devia ser útil...”
“... Deus nos
deu, para nosso adiantamento, justamente o que nos é necessário e pode nos bastar.
a voz da consciência e nossas tendências instintivas, e nos tira o que poderia
nos prejudicar...” (Evangelho Segundo O Espiritismo – Allan Kardec,Cap. 5,
item 11.)
Em certas
criaturas é visível a rejeição que fazem para aceitar as coisas novas que vão
surgindo em sua trajetória vivencial. A Natureza em nós é força de progresso, e
os homens evoluem sempre, não porém ao mesmo tempo e da mesma forma, mas
naturalmente, obedecendo ao seu próprio ritmo.
O nível de saúde
mental é medido a partir do grau de adaptação da criatura ao fluxo das novas
idéias que aparecem de tempos em tempos, como fatores de progresso das almas.
No entanto,
certas pessoas se orgulham ao proclamar-se conservadoras, esquecendo-se de que
o "comodista", por medo ou estagnação, perde sua liberdade por não querer
correr o risco de sair do lugar-comum.
Estão sempre
lembrando uma época de felicidade, suspirando por sonhos antigos que não se
realizaram, revivendo o passado, repisando as suas e as opiniões erradas dos
outros e justificando-se agarradas às lembranças de vidas passadas.
Vivem presas nos
“ecos do pretérito”, sem produtividade, sem retirar benefício algum da
observação dos fatos, por não saber integrar passado e presente.
Se demonstrassem
algum interesse para com uma só experiência nova, talvez promovessem mudanças
lucrativas em seus padrões mentais. Passam por diversas experiências, não
aprendendo uma única lição sequer.
A cada etapa da
existência, acumulamos valores intelectuais e emocionais que nos diferenciam
sensivelmente de como éramos há pouco tempo. Sempre nos são dadas constantes
oportunidades de modificação e melhores concepções de vida, estimuladas pelas
circunstâncias vivenciadas nas múltiplas experiências reencarnatórias que
tivemos.
Por que, então,
não deixar o passado passar?
Ficamos retidos
a idéias e conceitos que nos foram válidos em determinadas épocas de nossa
vida; atualmente, porém, é preciso renovação e libertação dos ranços do
pretérito em favor de um presente atuante e vantajoso.
Quando escutamos
a formulação de idéias novas, tomamo-las por velhas idéias ou pensamos que
podem ser interpretadas ou explicadas com o auxílio dos velhos conceitos.
Estamos de tal maneira arraigados ao passado que deixamos de crer que possam
existir novas maneiras de ver e interpretar.
“Ninguém põe um
remendo de pano novo numa roupa velha, porque tiraria a consistência da roupa e
o rasgão ficaria pior”, (Jesus / Mateus 9:16.), observou Jesus Cristo aos que, diante
dos novos ensinamentos dos quais Ele era portador, ainda permaneciam enraizados
aos costumes e práticas farisaicas, que impediam os impulsos de amadurecimento
das almas.
“Se Deus julgou
conveniente lançar um véu sobre o passado, é porque isso devia ser útil”.
O momento
presente é o ideal para o nosso progresso, e nós só podemos “sentir o aqui e o
agora”, pois tentar sentir o ontem é “ressentir”; por conseqüência, nem sempre
são válidas e autênticas nossas emoções do ontem para avaliação do nosso tempo
presente.
Essencialmente,
a voz da consciência e as nossas tendências instintivas são os melhores meios
de ação, conforme nos indica o texto em estudo.
Cada dia é uma
nova oportunidade para nos desvencilharmos de velhos conceitos, idéias fixas e
reflexões obsoletas. Aproveitemos, portanto, a “vantagem do esquecimento”, que
nos concede a Divina Providência, para transformarmos nossa presente encarnação
em fonte de novos suprimentos destinados a tornar mais felizes as encarnações
futuras.
Livro: Renovando
Atitudes.
Espírito: Hammed
Médium:
Francisco do Espírito Santo Neto.
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