“Eis que O
semeador saiu para semear E ao semear uma parte da semente caiu à beira do
caminho e as aves vieram e a comeram. Outra parte caiu em lugares pedregosos,
onde não havia muita terra. Logo brotou, porque a terra era pouco profunda.
Mas, ao surgir o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou. Outra ainda caiu
entre os espinhos. Os espinhos cresceram e a abafaram. Outra parte, finalmente,
caiu em terra boa e produziu fruto, umas cem, outra sessenta e outra trinta.
Quem tem ouvidos, ouça!” (Jesus / Mt 13:3-9).
É uma historia
comum, mas de imensa beleza e significado: um presente amoroso que Jesus deixou
para toda a Humanidade.
Primeiramente,
vejamos o significado dos principais simbolismos aqui apresentados:
O Semeador
representa Jesus, que semeia sem cessar os corações humanos, sem fazer
distinções. A figura do semeador pode também representar todo aquele que semeia
o Bem por onde passa. Mas o que simboliza a semente?
A semente
simboliza o ensinamento espiritual contido no Evangelho de Jesus. É a Lei de Deus
trazida aos Homens.
O terreno
simboliza os diferentes estágios evolutivos da alma humana que, no caso, são:
À beira do
caminho: terreno que representa as pessoas indiferentes aos ensinamentos
espirituais. Elas não são nem boas nem más, mas são como solo estéril, não se
comprometem com nada que lhes exija responsabilidade ou esforço para mudar a si
mesmas ou o mundo em que vivem. Essas pessoas ainda dormem e precisam despertar
para a vida espiritual.
O pedregal: simboliza aqueles que
inicialmente se entusiasmam quando ouvem o ensinamento espiritual, mas nas
primeiras dificuldades perdem a motivação e desistem, pois não têm ainda perseverança
e vontade suficientes. Esse terreno ainda contém mais pedras do que terra: a
semente começa a se desenvolver, mas não tem raiz e definha.
O espinheiro:
São as pessoas que recebem a semente, deixam-na germinar e gerar uma plantinha,
mas, antes que ela se fortaleça e se enraíze, permitem que o orgulho e o
egoísmo sufoquem-na. “Abafam” a semente, e deixam passar a oportunidade de se
transformar e dar belos frutos. Para estas pessoas, os cuidados do mundo e as
suas riquezas têm maior importância do que o ensinamento espiritual.
A boa terra:
Solo fértil são as pessoas que estão receptivas aos ensinamentos espirituais, e
estão à procura da verdade libertadora. Quando, então, recebem a preciosa
semente, protegem-na, cercam-na de cuidados, para que ela tenha condição de
germinar e frutificar.
Essa postura de acolher
a semente, ou seja, o ensinamento espiritual, e, ainda, cuidar para que ela
germine e se desenvolva, requer persistência, esforço, devotamento, boa
vontade.
Podemos lembrar,
entretanto, que solos férteis podem apresentar diferentes capacidades de
produção, e, dessa forma, produzir a trinta, sessenta, cem. Assim também, nós,
quando nos tornamos solos férteis, produziremos de acordo com a nossa
capacidade: a trinta, a sessenta, a cem.
O importante é
que nos esforcemos a fim de produzir tudo àquilo que já somos capazes, gerando
os bons frutos que são esperados da boa semente, e, além disso, que nos tomemos
pequenos semeadores, seguindo o exemplo do grande semeador: Jesus. Isto é o que
se espera de nós, os espíritas.
Esta observação
oferece-nos a oportunidade de fazer uma reflexão, no silêncio de nossas almas,
para o autoconhecimento; oportunidade de despertar para o desejo de renovação e
de produzir os bons frutos.
Em “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”, cap. XVII, item 4, no tema “Os Bons Espíritas”, Kardec
assevera:
“Reconhece-se o
verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para
dominar suas mas inclinações.”
Nenhuma semente perde-se
jamais. Cada uma tem o seu tempo de germinar, como tudo na Natureza: há um tempo
de nascer, um tempo de crescer, um tempo de amadurecer, um tempo de dar frutos
e recomeçar o ciclo bendito da vida, cada vez com mais vigor e beleza.
Livro: CURSO DE
APRENDIZES DO EVANGELHO – 2º. ANO FEESP.
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