0156/LE
A separação
entre a alma e o corpo pode se dar antes que o corpo paralise suas funções
orgânicas, porém, isso é muito raro. Depende muito da situação psíquica do
Espírito.
O mais das
vezes, a chama espiritual permanece ligada ao fardo físico por horas, dias ou meses
e até anos, chumbada aos restos mortais por provas ou por incapacidade de se
libertar do próprio apego à vida física. Isto tem uma variação muito grande.
Pode-se dizer que é zero ao infinito.
Não existe uma
desencarnação igual a outra. Os processos de desligamento dos laços têm
variadas modalidades. Temos a dizer que, na arte de Deus, não existe violência.
Os meios de ligar-se à vida corporal e desligar-se dela são regidos por leis
que correspondem às necessidades da alma.
Sempre falamos
da necessidade dos homens se prepararem, no tocante à vida na Terra, porque a verdadeira
moradia é a espiritual. Quantos sofrem duras provas ligados aos restos do corpo
por muito tempo, por lhes faltar compreensão das leis divinas!? Sofrem por ignorância.
Não é por faltarem escolas; existem muitas que levam as almas a despertar, educando
a si mesmas. A vida é, pois, uma escola onde todos devemos aprender como viver.
Os Espíritos
elevados descem de altas esferas, por misericórdia de Deus, no sentido de ensinarem
aos homens e Espíritos ainda humanizados nos seus instintos, a se libertarem da
inferioridade. Eles sabem esperar a maturidade de cada um, entrementes, a
melhor escola ainda é a dor. No estágio em que se encontra a humanidade, sofrer
é salutar remédio para desprender-se.
Assim, como pode
a alma desatar seus laços antes que cesse a vida orgânica, por evolução, pode a
vida orgânica cessar e o Espírito ficar ainda por muito tempo preso aos restos carnais,
de onde escapou toda a força vital dos órgãos. Assim como os pais têm o dever
de preparar seus filhos para a vida na Terra, dando-lhes receitas que lhes
possam assegurar uma existência melhor, o dever é o mesmo, ou maior, de
prepará-los ante a vida espiritual, diminuindo, portanto, seus sofrimentos para
o futuro, conscientizando-os da realidade da vida do Espírito.
O Espírito
encarnado está preso às grades da carne, sujeito a inúmeros problemas, que antes
eram chamados de castigo, e hoje, em certos meios, provações ou missões, porém,
é um aprendizado, onde gradativamente vão se despertando os valores da alma.
Essa poderá, com o tempo, ascender para regiões superiores, quando compreender
as leis de Deus e passar a vivê-las. A vida física é breve e cheia de
obstáculos, por ser o calvário de quem sustenta o corpo, e é nessa engrenagem
que aprendemos a escolher os nossos próprios caminhos e a corrigir as nossas
deficiências.
É bom que
saibamos que não há somente os laços espirituais que prendem a alma ao corpo;
há – e sim – os laços psicológicos, que por vezes são mais difíceis de serem
rompidos.
A educação neste
sentido é de grande valor. É por isso que o Espírito renasce como membro de
muitas famílias, participando de diversas nações, para que surja o
desprendimento e se liberte.
Livro: Filosofia
Espírita – Vol. IV
Miramez / Joao Nunes
Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Separação da
alma e do corpo
156. A separação
definitiva da alma e do corpo pode ocorrer antes da cessação completa da vida
orgânica?
Na agonia, a
alma, algumas vezes, já tem deixado o corpo; nada mais há que a vida orgânica.
O homem já não tem consciência de si mesmo; entretanto, ainda lhe resta um
sopro de vida orgânica. O corpo é a máquina que o coração põe em movimento.
Existe, enquanto o coração faz circular nas veias o sangue, para o que não
necessita da alma.
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