Cada vez que nos
reportamos aos serviços da cura, é justo pensar nos enfermos, que transcendem o
quadro da diagnose comum.
Enxameiam,
aflitos, por toda parte, aguardando medicação.
Há os que
cambaleiam de fome, a esmolarem doses de alimentação adequada.
Há os que tremem
desnudos, requisitando a internação em roupa conveniente.
Há os que caem
desalentados, a esperarem pela injeção de bom ânimo.
Há os que
arrojaram nos tormentos da culpa, rogando tranqüilizantes do esquecimento.
Há os que se
conturbam nas trevas da obsessão a pedirem palavras de luz por drágeas de amor.
Há os que choram
de saudade nos aposentos do coração, suplicando a bênção do reconforto.
Há os que foram
mentalmente mutilados por desenganos terríveis, a suspirarem por recursos de
apoio.
E há, ainda,
aqueles outros que se envenenaram de egoísmo e frieza, desespero e ignorância,
exigindo a terapêutica incessante da desculpa incondicional.
***
Ajuda, sim, aos
doentes do corpo, mas não desprezes os doentes da alma, que caminham na Terra,
aparentemente robustos, carregando enfermidades imanifestas que lhes consomem o
pensamento e desfiguram a vida.
Todos podemos
ser instrumentos do bem, uns para com os outros.
Não esperes que
o companheiro se acame prostrado ou febril para estender-lhe esperança e
remédio.
Auxilia-o, hoje
mesmo, sem humilhar ou ferir, de vez que a verdadeira caridade, tanto quanto
possível é tratamento indolor da necessidade humana.
Os emissários do
Cristo curam os nossos males em divino silêncio.
Diante dos
outros, procedamos nós igualmente assim.
Emmanuel
Livro: Ideal
Espírita.
Espíritos
Diversos / Chico Xavier e Waldo Vieira
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