0258/LE
A razão nos
convida a apreciar com profundidade esse assunto de escolha de provas, quando o
Espírito está na erraticidade. Temos o livre-arbítrio, mas em uma escala
progressiva, e até certo ponto, porque Deus é quem comanda tudo, dentro da Sua
autoridade total.
O Espírito pode
escolher as provas que haverá de enfrentar na Terra, mas, quando passa dos limites,
quando a sua usura, o seu orgulho falam mais alto do que as suas necessidades
de se educar, a mão de Deus intervém, dando-lhe o que pode suportar e que lhe
serve de aprendizado. É, pois, engenhosa essa escolha; nem sempre a alma pode
escolher o que quer, porque por vezes não sabe optar pelo que realmente lhe
convém.
No caso de
Espíritos envolvidos nas paixões inferiores, que se encontram na inconsciência
do que devem escolher, certamente que esses não podem programar as suas provas,
assim como a criança, o velho esclerosado ou o retardado mental não podem sair
para as ruas à hora que desejarem.
Para esse
trabalho de escolha e assistência, aos reencarnantes, Deus colocou falanges e
mais falanges de anjos benfeitores, conscientes de seus deveres ante os
necessitados.
Nunca se pode
generalizar esses casos de escolhas; elas são variadas, de acordo com o reencarnante,
e muitos Espíritos, já com categoria espiritual elevada, pedem conselhos aos Espíritos
que os guiam nas escolhas das suas provas, sobre a família e o meio social em
que deverão reencarnar. São almas que desejam acertar e não querem negligenciar
nas diretrizes do bem e da verdade, e ainda pedem aos seus mentores espirituais
para avisar-lhes sobre os perigos, no momento em que estiverem à beira do
abismo. São Espíritos com a maturidade que os assemelha à lavoura cuja colheita
se aproxima. E que Deus nos abençoe e que existam muitos deles na Terra.
Mas quando o
Espírito tem a liberdade de escolher suas provas e avança para certas dificuldades
que pesam em seus ombros, e Deus o permite, Ele, o Senhor, é misericordioso e oferta
muitos recursos para que a alma aproveite as lições. Nada é perdido em lugar
algum do universo porque a Sabedoria Divina tudo vê, e Suas mãos sempre
abençoam, convertendo o mal em bem, o ódio em amor, a violência em paz, a
inimizade em perdão. Mesmo que o Espírito se desvie da estrada nobre que
desejou seguir, ele acumula experiências e torna a voltar, revestindo-se de
novo corpo, com mais facilidade de acertar.
Podemos ponderar
sobre os nossos feitos na Terra e as decisões que tomamos no decorrer da nossa
existência. Temos o livre-arbítrio de escolher, no entanto, muitas escolhas não
acontecem, porque o Senhor não achou conveniente ao nosso tamanho evolutivo. Isso
sucede todos os dias; basta observarmos os acontecimentos na sutileza da vida.
Situações há em que determinada pessoa escolhe, por exemplo, dirigir um país e
quase toda nação assim o deseja.
Entretanto, Deus
não permite que assim aconteça.
Assim também se
passa no mundo dos Espíritos: quem pode escolher, escolhe as provas; a quem não
pode, elas são impostas, e outros pedem conselhos aos benfeitores maiores,
sobre o que e melhor para eles. Enfim, tudo é escola, tudo são lições, porque
nada se perde na casa de Deus. A Sua vontade é sempre soberana.
Livro:
Filosofia Espírita – Vol. VI
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Escolha das
provas
258. Quando na
erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência
e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena?
Ele próprio
escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu
livre-arbítrio.
258a) - Não é
Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?
Nada ocorre sem
a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que
regem o Universo. Ide agora perguntar por que decretou Ele esta lei e não
aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira
responsabilidade de seus atos e das conseqüências que estes tiverem. Nada lhe
estorva o futuro; abertos se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal.
Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lhe acabou e
que a bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito.
Demais, cumpre se distinga o que é obra da vontade de Deus do que o é da do
homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus. Vosso,
porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de
progredirdes, e Deus o permitiu.
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