terça-feira, 18 de março de 2014

CONVERSAÇÕES DOENTIAS

“Os médiuns obsidiados, que se recusam a reconhecer que o são se assemelham a esses doentes que se iludem sobre a própria enfermidade e se perdem, por se não submeterem a um regime salutar”. (O LIVRO DOS MÉDIUNS – Allan Kardec, 2ª parte, Capítulo 29º — Ítem 329).
Semelhante a carro de lixo que espalha emanação morbífica por onde passa, as conversações doentias assinalam os roteiros por onde seguem.
Quando se instalam, destroem o domicílio da paz e a suspeita se aloja, vitoriosa, atormentando, implacável.
Como gás de fácil expansão, o tóxico da informação menos digna se expande, asfixiando esperanças e matando aspirações superiores.
Por onde passa, a conversação infeliz gera a hipocrisia, desenvolvendo uma atmosfera anti-fraterna em que assenta suas afirmações.
A má palestra nada poupa. Fácilmente se dissolve em ácido calunioso ou brasa acusadora; atinge corações honestos e enlameia famílias enobrecidas pelo trabalho; deslustra uma existência honrada com uma frase, atirando ignomínia e desdouro; estimula a mentira, que se transforma em injúria, fomentando crime e loucura.
Nutrida pela ociosidade a conversação insidiosa é mãe da corrupção moral.
Se os ensinos edificantes tentam exaltar a dignidade e o dever, oferecendo campo à verdade e ao brio, o veneno da informação descaridosa aparece pretextando ingenuidade e destrói, impiedoso, a cultura da dignidade.
Surge aparentemente inofensiva numa frase pérfida para alastrar-se virulenta numa colheita de fel. Aparece, sorrateira, para imiscuir-se desabridamente onde não é esperada, induzindo quantos lhe dão ouvidos à infâmia e ao ódio...
É imprescindível fiscalizar-lhe as nascentes.
O cristão não lhe pode ser complacente. Rigoroso no respeito aos ausentes, deve vigiar as entradas da mente e as “saídas do coração”.
Cultor da bondade não compactua com as informações aviltantes, devendo eliminar do próprio vocabulário as expressões dúbias de significação humilhante.
Fiscaliza, atento, cada dia, as informações que te chegam ao coração. Se te conduzem vinagre sobre a honra alheia e apresentam as feridas dos outros à tua observação, procura os recursos da oração e da piedade, e sempre disporás de bens para não caíres no fascínio negativo das sugestões do mal, renovando todas as expressões com a mente em Jesus.
O Apóstolo Paulo, advertindo aos Coríntios, prescrevia na primeira carta aos companheiros de ministério, conforme se lê no capítulo 15, versículo 33:
“Não vos enganeis; as más palavras corrompem os bons costumes”.
As conversações doentias são ácidos nos lábios da vida, queimando a esperança em todo lugar. E os que se entregam a tais palestras são “obsidiados que se recusam a reconhecer que o são, (e) se assemelham a esses doentes que se iludem sobre a própria enfermidade e se perdem, por se não submeterem a um regime salutar”.
Livro: Espírito e Vida.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco.

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