Característica
de identificação do homem de fé é a paz de espírito. A crença honesta propicia
equilíbrio, fomentando a harmonia, de que se nutre a criatura no rumo da sua
evolução.
A confiança
irrestrita em Deus dulcifica o homem, auxiliando-o a compreender os
acontecimentos e as realidades da vida, de que se utiliza em forma de
experiências promotoras da felicidade.
Num temperamento
irrequieto, a fé se assinala pela mudança de atitudes que impõe, desde que se
modifica a forma de ver a vida e os seus sucessos, dando a cada coisa e
ocorrência o valor exato que se lhe faz correspondente.
Amadurece-lhe o
entendimento e o descortino se agiganta, transformando os mecanismos de ação e
desenvolvimento da personalidade, que melhor se integra no contexto da
sociedade na qual se encontra.
A ansiedade
traduz desarmonia interior, insegurança e insatisfação.
É a crença no
inconformismo, do qual decorre a incerteza em torno das ocorrências do
cotidiano.
O ansioso
perturba-se e perturba.
No seu estado de
ansiedade, desgasta-se e exaure aqueles que se lhe submetem ou com quem
convive.
A ansiedade pode
ser considerada como um fenômeno de desequilíbrio emocional.
Littré, o
eminente pensador positivista, afirmava que a "inquietação, a ansiedade e
a angústia são manifestações de um mesmo estado".
Mediante
exercício da vontade e recorrendo-se à terapia especializada, a ansiedade se
transforma em clima de paciência, aprendendo a aguardar no tempo, na hora e no
lugar próprio, o que deve suceder.
Se experimentas
contínuos estados de ansiedade, pára a meditar e propõe-te renovação de
conceito espiritual.
Usa o
medicamento da fé consoladora e reserva-te a confiança no futuro.
O que não
consigas realizar agora, fa-lo-ás depois.
Nem te permitas
a negligência perturbadora, nem tampouco a ansiedade desesperada.
Se, todavia,
mediante esforço mental na disciplina dos hábitos, não conseguires a paz de
espírito porque anelas, recorre aos passes e à prece, que te evitarão a queda
no abismo da angústia.
Permanecendo, no
entanto, o estado irrefreável da ansiedade, recorre à Ciência Médica para
atender aos teus implementos nervosos e auxiliar-te a maquinaria orgânica.
O egoísta faz-se
ansioso.
O prepotente, na
marcha da volúpia alucinada, vive ansiosamente.
Os triunfadores
da ilusão e os arquitetos da mentira tornam-se ansiosos, entre frustrações e
medos.
A consciência
atormentada pelos remorsos ou estigmatizada pelos erros, sofre de ansiedade.
Todos aqueles
que, através da fé legítima, se fixa nos ideais da benemerência e da construção
do mundo novo de amanhã, são calmos e confiantes, superando a ansiedade, que
somente se lhes instala na emoção quando esta vive o desejo de alcançar o
"reino de Deus" pela qual se fascina a luta.
Jesus, por
excelência calmo, demonstrou-nos, em todos os instantes do seu messianato, que
a ansiedade nEle não encontrou sintonia, marchando sempre sereno em todos os
transes, até a Cruz de ignomínia que ele vestiu de luz, prosseguindo na
Ressurreição discreta em plenitude de paz e de confiança em Deus, para sempre.
Livro: Otimismo.
Joanna Ângelis /
Divaldo P. Franco.
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