Indiscutivelmente
a mediunidade, no aspecto em que a conhecemos a Terra, é a resultante de
extrema sensibilidade magnética, embora, no fundo, estejamos informados de que
os dons mediúnicos, em graus diversos, são recursos inerentes a todos.
Cada ser é
portador de certas atividades e, por isso mesmo, é instrumento da vida.
A luz nasce da
chama sem ser a chama.
O perfume vem da
flor sem ser a flor.
A claridade do
núcleo luminoso une-se a radiações do ambientes e o aroma da rosa mistura-se a
emanações do meio, dando origem a variadas criações.
Assim também o
pensamento invisível do homem associa-se no invisível pensamento das entidades
espirituais que o assistem, estabelecendo múltiplas combinações, em benefício do
trabalho de todos, na evolução geral.
Importa
reconhecer, porém, que existem mentes reencarnadas, em condições especialíssimas,
que oferecem qualidades excepcionais para os serviços de intercâmbio entre os
vivos da carne e os vivos do Além. Nessas circunstâncias, identificamos os medianeiros
adequados aos fenômenos de manifestação do espírito liberto, nos círculos de
matéria mais densa.
Contudo, nem
sempre os donos dessas energias são mensageiros da sublimação interior.
Na extensa
comunidade de almas da Terra avultam, em maioria, as consciências ainda enfermiças,
por moralmente endividadas com a Lei Divina; conseqüentemente, a maior parte
das organizações medianímicas, no Planeta, não podem escapar a essa regra.
Mais de dois
terços dos médiuns do mundo jazem, ainda, nas zonas de desequilíbrio espiritual,
sintonizados com as inteligências invisíveis que lhes são afins. Reclamam, em razão
disso, estudo e boa vontade no serviço do bem, a fim de retomarem a subida harmônica
aos cimos da luz, assim como os cooperadores de qualquer instituição respeitável
da Terra necessitam exercício constante no trabalho esposado para crescerem na
competência e no crédito moral.
Ninguém se
esqueça de que estamos assimilando incessantemente as energias mentais daqueles
com quem nos colocamos em relação.
E, além disso,
estamos sempre em contacto com o que podemos nomear como sendo “geradores específicos
de pensamentos”. Através deles, outras inteligências atuam sobre a nossa.
Um livro, um
laço afetivo, uma reunião ou uma palestra são geradores dessa classe.
Aquilo que
lemos, as pessoas que estimamos, as assembléias que contam conosco e aqueles
que ouvimos influenciam decisivamente sobre nós.
Devemos ajudar a
todos, mas precisamos selecionar os ingredientes de nossa alimentação mais
íntima.
Certo, não
podemos menosprezar o nosso irmão que se arrojou aos despenhadeiros do crime,
constituído simples dever nosso o auxílio objetivo em favor do reajuste e soerguimento
dele, todavia, não podemos absorver-lhe as amarguras e os remorsos, que se
dirigem a natural extinção.
Visitaremos o
enfermo, encorajando-o e levantando-lhe o bom ânimo, contudo, não será aconselhável
adquirir-lhe as sensações desequilibrantes, que precisam desaparecer, tanto
quanto os detritos de casa que nos cabe eliminar.
A obra da
caridade tudo transforma em favor do bem.
A atitude é
oração. E, pela atitude, mostramos a qualidade dos nossos desejos.
Os pensamentos
honestos e nobres, sadios e generosos, belos e úteis, fraternos e amigos, são a
garantia do auxílio positivo aos outros e a nós mesmos.
Quanto mais nos
adiantamos na ciência do espírito, mais entendemos que a vida nos responde, de
conformidade com as nossas indagações.
O princípio dos
“semelhantes com os semelhantes” é indefectível em todos os planos do Universo.
Caminhamos no
encontro de nós mesmos e, por isso, surpreendemos invariavelmente conosco
aqueles que sentem com o nosso coração e pensam com a nossa cabeça.
Os médiuns, em
qualquer região da vida, filtros que são de rogativas e respostas, precisam,
pois, acordar para a realidade de que viveremos sempre em companhia daqueles
que buscamos, de vez que, por toda parte, respiramos ajustados ao nosso campo
de atração.
Livro: Roteiro.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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