0268/LE
O Espírito, em
certas faixas evolutivas, passa por provas, por vezes duras, com o objetivo de despertar
ou aprimorar suas qualidades espirituais, depositadas, em sua consciência, pelo
Criador.
O progresso da
alma tem um preço: a passagem pela porta estreita.
Em princípio, o
homem abusa dos poderes que lhe foram concedidos, do ouro que lhe foi entregue
por empréstimo do Pai; da saúde que a vida lhe ofertou, e a inferência disso
são os sofrimentos de toda ordem, que vêm lhe ensinar o roteiro mais proveitoso
a trilhar.
Quando a lição é
aprendida, cessa a necessidade da presença da dor, mestra incomparável, que
deixa o homem entregue a si mesmo, consciente dos seus deveres. As provas, portanto,
têm um fim, e quando o Espírito já não necessita de passar por situações
penosas, outros vêm a ser os seus deveres, quando ele empregará os valores
conquistados, com alegria, no seu adiantamento e no progresso dos que se acham
na retaguarda, assim como ele mesmo recebe do Alto a assistência nos seus
caminhos de redenção.
Tudo na vida
progride. A própria dor, que no mundo material é quase considerada como um fantasma
apavorante, continua volatizada entre os Espíritos elevados, em outra faixa, também
evoluída e que dá prazer, como deveres ante a Paternidade Universal.
As virtudes do
Espírito têm cada uma sua expressão própria e com sua ascensão elas ganham pureza
cada vez mais sublimada, de modo a iluminarem o Espírito em qualquer estágio em
que ele se encontre.
Os motivos que
fazem a criança chorar não são os mesmos que inquietam o adulto.
A visão de Jesus
em relação à sociedade humana era uma, e a da humanidade em si era outra bem
diferente. Foi por isso que Ele, em muitos casos, falou por parábolas, deixando
de dizer muitas coisas que os homens não estavam preparados para ouvir.
As provas, se
assim podemos chamá-las, para os benfeitores da humanidade, consistem em levá-los
a auxiliar no progresso, com paciência, com amor e com energia, e sentem eles
muita satisfação nessas lutas.
Cada vez que o
Espírito muda de plano, alcançando mais um degrau na escala espiritual, ele sente
a necessidade de deveres diferentes, reclamando a sua falta, pois sempre tem
que lutar para se elevar.
Os Espíritos
Superiores sentem alegria em amanhar o bem onde quer que sejam chamados a servir
e estão atentos à vontade de Deus, sob as vistas do Divino Mestre.
As provas
dolorosas são breves, as lutas não. O esforço próprio para evoluir cada vez
mais é, pois, eterno. Quando se encerra um ciclo evolutivo, inicia-se outro, em
dimensão diferente.
Essa é a vida,
dentro da vida de Deus.
Os Espíritos que
estão na Terra, se movendo em um corpo de carne, podem avaliar suas atividades
e notar a que grau pertencem na ascensão para a libertação.
Conscientes do
que precisamos, devemos trabalhar para nos melhorarmos moralmente. Esse é o
dever de todos nós, nos dois planos da vida.
Vale a pena
trabalhar pelo bem, na lavoura íntima, e essa se reflete em tudo o que fazemos,
tornando-nos conhecidos pelas nossas obras.
No fim das
provas brotará em nossa consciência a tranqüilidade imperturbável.
Filosofia
Espírita – Volume VI
Miramez - João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Escolha das
provas
268. Até que
chegue ao estado de pureza perfeita, tem o Espírito que passar constantemente
por provas?
Sim, mas que não
são como o entendeis, pois que só considerais provas as tribulações materiais.
Ora, havendo-se elevado a um certo grau, o Espírito, embora não seja ainda
perfeito, já não tem que sofrer provas. Continua, porém, sujeito a deveres nada
penosos, cuja satisfação lhe auxilia o aperfeiçoamento, mesmo que consistam
apenas em auxiliar os outros a se aperfeiçoarem.
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