Reunião pública
de 17-2-61
1ª Parte, cap.
VII, item 10
Aproxima-te dos
caídos para ajudar.
Não suponhas,
contudo, que eles sejam apenas os companheiros que encontras na estrada, em decúbito,
vitimados de inanição ou de desalento.
Assesta as
lentes do espírito e surpreenderás os que jazem prostrados, embora garantam o corpo
em condição vertical, à maneira de torre inútil.
Entretanto, é
preciso compreender para discernir.
Há os que caíram
amando, sem saber que o afeto insensato os arrojarias trevas.
Há os que caíram
em rijas cadeias, por ignorarem que as flores genuínas do lar costumam viver no
adubo do sofrimento.
Há os que caíram
auxiliando, por desconhecerem que a caridade real pede apoio à renúncia.
Há os que caíram
por devotamente à dignidade, transformando a Justiça em gládio de intolerância.
Há os que caíram
nos duros freios do orgulho, imaginando-se mais limpos e mais nobres que os seus
irmãos.
Há os que caíram
no fogo das paixões delinqüentes, ateado por eles mesmos à própria senda.
Há os que caíram
nas grades do ódio, por olvidarem que o perdão é sustento da vida.
E há ainda
aqueles outros que caíram na miséria da usura, como se pudessem comer o
dinheiro que acumularam chorando...
Cada um deles
traz a dor nos recessos da alma por elemento de correção.
Não lhes agrave,
assim, o suplício moral, alargando-lhes as feridas.
Todos somos
viajores nas trilhas da Terra, carregando fardos de imperfeições.
Hoje, podes
estender os braços e levantar os que desfalecem.
Amanhã, porém, é
novo dia de caminhada e, embora tenhamos a obrigação de orar e vigiar, nenhum
de nós sabe realmente se vai cair.
Livro: Justiça
Divina.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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