0498/LE
A pergunta de
número 498 pode parecer muito infantil, no entender dos estudantes mais velhos da
Doutrina dos Espíritos, no entanto, sabemos que ela se fundamenta na dúvida de
certas pessoas que temem o mal, mesmo na sua expressão frágil e temporária.
A luz nunca teme
as trevas; essas é que são escorraçadas pela luz, quando conveniente. O Espírito
angélico tem a seu favor a tranqüilidade da consciência imperturbável, e se é imperturbável,
ela nada teme. O protetor procura por todos os meios livrar o seu tutelado das artimanhas
dos Espíritos inferiores; quando não consegue, por este estar ligado a eles por
lei de afinidade, permite o Espírito protetor que seu tutelado fique envolvido,
como lição, que no amanhã será valiosa, como prova.
Quando nos
ligamos a certas coisas, estamos pedindo para isso, e nos é concedido como experiência,
por vezes notável, que vem nos ajudar a conhecer a verdade pela dor, tanto do obsediado
como do obsessor. Todos dois ganham na luta das trevas para se fazer a luz.
O anjo-guardião
não violenta a consciência do protegido; ele expõe suas idéias de luz para quem
se encontra nas trevas. Quando aceitas, ele redobra seu serviço na compreensão
dos mais profundos conceitos de Jesus; quando não, silencia, esperando
oportunidades para continuar seu trabalho em serviço de libertação do seu
protegido, o que sempre alcança, mais cedo ou mais tarde.
Todos os
Espíritos foram criados iguais, sendo assim, têm ânsia de luz, por terem vindo
dela. Mesmo que no princípio a recusem, a ignorância não perdura; ela é breve,
aparecendo no seu lugar a necessidade de melhorar moralmente, como fizeram os
que ocupam hoje os lugares angélicos fazendo-se guias dos que se encontram na
retaguarda.
Os guias
espirituais, se quisessem, lutariam com os Espíritos ignorantes e venceriam com
facilidade, expulsando-os do convívio do seu tutelado, no entanto, o seu
protegido chama-los-ia de novo pelo seu proceder. Necessário se faz que o
protegido queira melhorar, para receber dos seus benfeitores a assistência
completa, de sorte a ser protegido por eles.
Do contrário, ficará
em trevas como os malfeitores até acordar, ou acordarem, todos, perseguido e perseguidores,
para o rebanho de Jesus.
O Mestre, em Seu
Evangelho, não arranca os defeitos dos Seus discípulos; apenas os ensina a
cultivar as virtudes, porque o erro é ilusório no campo da imortalidade do bem.
O amor é um sol, e seus raios são a fraternidade que se divide para depois
formar um todo de luz, na garantia de quem a conquistou no coração.
A luz não teme
as trevas, como já falamos. Ela é, na sua expressão, o próprio Cristo em Seu vigor
que nunca falha, que saiu a semear as sementes do amor, que não deixam de
nascer no terreno da consciência. O fato de o anjo da guarda não opor
resistência, não é sinônimo de medo. Ele fica aguardando melhores resultados
para os Espíritos que ainda dormem na inconsciência dos valores imortais da
alma.
Abracemos a luz,
que ela é Deus a nos dizer: “- Todos sois meus filhos. Nenhum se perderá, pois
existe um Pastor que vos vigia em meu nome: Jesus”.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume X
Miramez / João
Nunes Maia
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
498. Será por
não poder lutar contra Espíritos maléficos que um Espírito protetor deixa que
seu protegido se transvie na vida?
Não é porque não
possa, mas porque não quer. E não quer, porque das provas sai o seu protegido
mais instruído e perfeito. Assiste-o sempre com seus conselhos, dando-os por
meio dos bons pensamentos que lhe inspira, porém que quase nunca são atendidos.
A fraqueza, o descuido ou o orgulho do homem são exclusivamente o que empresta
força aos maus Espíritos, cujo poder todo advém do fato de lhes não opordes
resistência.
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