“Não vos
inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã, cuidará de si
mesmo”. – Jesus / Mateus,6:34.
Os preguiçosos
de todos os tempos nunca perderam o ensejo de interpretar falsamente as
afirmativas evangélicas.
A recomendação
de Jesus, referente à inquietude, é daquelas que mais se prestaram aos
argumentos dos discutidores ociosos.
Depois de
reportar-se o Cristo aos lírios do campo, não foram poucos os que reconheceram
a si mesmos na condição de flores, quando não passam, ainda, de plantas
espinhosas.
Decididamente, o
lírio não fia, nem tece, consoante o ensinamento do Senhor, mas cumpre a
vontade de Deus. Não solicita a admiração alheia, floresce no jardim ou na
terra inculta, dá seu perfume ao vento que passa, enfeita a alegria ou conforta
a tristeza, é útil à doença e à saúde, não se revolta quando fenece o brilho
que lhe é próprio ou quando mãos egoístas o separam do berço em que nasceu.
Aceitaria o
homem inerte o padrão do lírio, em relação à existência na comunidade?
Recomendou Jesus
não guarde a alma qualquer ânsia nociva, relativamente à comida, ao vestuário
ou às questões acessórias do campo material; asseverou que o dia, constituindo
a resultante de leis gerais do Universo, atenderia a si próprio.
Para o discípulo
fiel, agasalhar-se e alimentar-se são verbos de fácil conjugação e o dia representa
oportunidade sublime de colaboração na obra do bem. Mas basear-se nessas
realidades simples para afirmar que o homem deva marchar, sem cuidado consigo,
seria menoscabar o esforço do Cristo, convertendo-lhe a plataforma salvadora em
campanha de irresponsabilidade.
O homem não pode
nutrir a pretensão de retificar o mundo ou os seus semelhantes de um dia para
outro, atormentando-se em aflições descabidas, mas deve ter cuidado de si,
melhorando-se, educando-se e iluminando-se, sempre mais.
Realmente, a ave
canta, feliz, mas edifica a própria casa.
A flor
adorna-se, tranqüila; entretanto, obedece aos desígnios do Eterno.
O homem deve
viver confiante, sempre atento, todavia, em engrandecer-se na sabedoria e no
amor para a obra divina da perfeição.
Livro: Vinha de
Luz.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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