Victor Hugo,
grande nome da literatura francesa, nasceu em 1802 e veio a desencarnar em
1885, com 83 anos de idade. Escreveu 22 livros de poesias, até hoje recitadas
pelos franceses e ensinadas nas escolas; 08 romances, dentre os quais os
memoráveis "Os Miseráveis" e "O Corcunda de Notre-Dame",
ambos com incontáveis adaptações para o cinema e o teatro; 14 peças de teatro,
sendo que várias delas não param de ser encenadas; mais 15 volumes de prosa em
não-ficção, ensaios, diários, artigos políticos, entre outros.
Conhecido por seu
devotamento às causas sociais, fosse em seus discursos ou nas obras literárias,
levou-o a defender a paz universal, os direitos das crianças e dos homens, a
abolição da pena de morte e o progresso social.
A crença em Deus
é uma constante em seu pensamento. Para ele, não havia espaço para a fé cega,
mas para o exercício do pensamento, da dúvida, da razão: "Deus é o astro
de amor brilhando no infinito e visível pelos olhos da alma."
Victor Hugo foi
um dos precursores do Espiritismo na França. Seu contato inicial com fenômenos
mediúnicos foi em 1853, antes mesmo de Allan Kardec, quando, durante um exílio
em Jersey junto com sua família, pode observar as chamadas "mesas
girantes" nas reuniões de Madame Emile de Girardin. Inclusive, no item 144
do livro dos Médiuns o próprio Kardec homenageia esta precursora, chamando tal
fenômeno de "mesas Giradin."
Apesar de Victor
Hugo preocupar-se em não deixar se influenciar por tais experiências, a
comunicação com os mortos transformou sensivelmente seus valores e portanto sua
obra.
Emannuel Godo,
no livro "Victor Hugo et Dieu", afirma que o contato de VH com as
mesas girantes trouxe-lhe não somente a certeza da existência como da presença
tangível dos Espíritos. A partir daquela época, o próprio escritor passou a
vivenciar fenômenos dentro de sua casa como ruídos, visões e premonições, como
comprovam as anotações pessoais de sua agenda, guardada atualmente na
Biblioteca Nacional de Paris.
Em 1899 Camille
Flammarion afirmou, em "Les Annales Politiques et Litteraires", que
VH, alguns anos antes de sua morte, havia confessado que jamais deixou de
acreditar nas manifestações dos espíritos. Ele mesmo escreveu o seguinte sobre
os fenômenos em geral (sonambulismo, visões, mesas girantes, entre outros):
"Se
abandonardes os fatos, tomai cuidado, os charlatões ai se alojarão, e os
imbecis também.
Não há meio
termo: ou ciência ou ignorância. Se a ciência não quiser estes fatos, a
ignorância os tomará. Se vos recusais a engrandecer, Os Miseráveis foi
publicado pela primeira vez, na França, em 1862. Transformou-se logo em sucesso
e foi traduzido para diversas línguas. A obra fala de injustiça social e de
como, ainda nesse meio, há possibilidade de tranformação graças à bondade que
sobrevive. É um verdadeiro clássico, pois apesar de ter sido escrito no século
XIX, continua a ultrapassar barreiras de tempo e espaço, tocando pessoas do
mundo todo. Os personagens do livro são muitos próximos daqueles com os quais
nos deparamos diariamente.
Enfim, Os
Miseráveis é um livro que alia a sabedoria no uso da língua à profundidade de
um tema. É uma obra na qual são relatados interesses e atitudes mesquinhas, mas
também grandes gestos de desprendimento e bondade.
Fonte:
http://www.folhaespirita.com.br
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