A palavra
possesso é apenas força de expressão, de sorte a entendermos uma profunda simbiose
de dois Espíritos que se afinizam. Os dois têm muito em comum, igualdade de sentimentos
nos seus roteiros percorridos e a percorrer.
Existem as
sessões de desobsessão nas casas espíritas, muito válidas; no entanto, é
preciso que se entenda que o primeiro a ser educado é o encarnado. Ele haverá
de promover para seu bem-estar, mudanças nos seus sentimentos mais profundos.
Existem os pensamentos secretos que alimentamos e que temos prazer de sentir, e
são eles que criam uma linha de comunicação com os Espíritos das trevas, a nos
induzirem para a possessão.
A possessão é
capaz de tirar devagarinho a nossa consciência, cedendo lugar a uma consciência
estranha a dominar nossa vida. Em muitos casos, ficamos dependentes de maneira
profunda da companhia de entidades espirituais.
Muitos dizem que
os verdadeiramente possessos ficam completamente inconscientes, mas, não é
assim. Ninguém, por lei espiritual, rouba a consciência do outro. Nas
profundezas dos pensamentos está a liberdade de pensar; no entanto, podemos
encontrar a resistência dos que nos dominam pela compatibilidade de idéias más,
repetimos, nunca caímos em inconsciência total.
Quando, por
vezes o encarnado parece estar em inconsciência, como vulgarmente se fala, o Espírito
se encontra ativo; no entanto, a alma se encontra sem condições de se expressar,
por deformidade ou desequilíbrio do aparelho carnal.
Em se falando de
dependência, encontramos pessoas encarnadas, uma dependente da outra, em muitas
circunstâncias e, às vezes, se demoram neste processo, uma esperando da outra,
para se completar e viver.
É falta de
personalidade, é falta de equilíbrio emocional.
Cada consciência
é um mundo diferente, que deve ter sua independência espiritual. É neste
sentido que Jesus diz: - “Conhecereis a verdade e ela vos tornará livres”.
Precisamos conhecer a verdade ou, pelo menos, nos esforçarmos para tal, para
que a liberdade possa chegar, mesmo devagarinho, para a nossa felicidade. Bem
sabemos que os elementos nobres não se misturam, e essa nobreza espiritual
haverá de ser conquistada pelas almas, para que elas não atraiam companhias
inferiores.
Existem certas
provações que nos parecem possessões, dado o corpo vir com certas deficiências,
de modo que a fraqueza leva a criatura a ser dominada pelos Espíritos equivocados.
Como já tem a alma muitos inimigos do passado, ela sofre a influência desses companheiros
que ainda residem nas sombras.
Tu tens um corpo
e deves cuidar dele. Faze dele teu conhecido, porque um corpo fortalecido com
uma mente dotada de conhecimentos espirituais, terá a facilidade de
resistência, bem maior, para que possas te libertar dessas companhias
indesejadas. Lança mão da fraternidade, aquela que não desconhece o amor, no
sentido da caridade circular em teu coração. Não julgues a ninguém, não
calunies teus companheiros e nem ofendas aos teus semelhantes.
O tempo é curto
para consertarmos a nós mesmos, e se empregarmos esse tempo para vigiar a vida
alheia, ficaremos envolvidos no próprio mal dos outros e passaremos a sofrer as
conseqüências de todos os males que ideamos. Foge de toda a dependência, a não
ser a de Deus, que o Cristo nos ajudará nos processos de libertação do mal que
se aproximar de nós.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume X
João Nunes Maia
– Miramez.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
474. Desde que
não há possessão propriamente dita, isto é, coabitação de dois Espíritos no
mesmo corpo, pode a alma ficar na dependência de outro Espírito, de modo a se
achar subjugada ou obsidiada ao ponto de a sua vontade vir a achar-se, de certa
maneira, paralisada?
Sem dúvida, e
são esses os verdadeiros possessos. Mas, é preciso saibas que essa dominação
não se efetua nunca sem que aquele que a sofre o consinta, quer por sua
fraqueza, quer por desejá-la. Muitos epilépticos ou loucos, que mais
necessitavam de médico que de exorcismos, têm sido tomados por possessos.
A.K.: O vocábulo
possesso, na sua acepção vulgar, supõe a existência de demônios, isto é, de uma
categoria de seres maus por natureza, e a coabitação de um desses seres com a
alma de um indivíduo, no seu corpo. Pois que, nesse sentido, não há demônios e
que dois Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, não há
possessos na conformidade da idéia a que esta palavra se acha associada. O
termo possesso só se deve admitir como exprimindo a dependência absoluta em que
uma alma pode achar-se com relação a Espíritos imperfeitos que a subjuguem.
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