Desde os
primórdios do Cristianismo, observamos aprendizes que se retiram
deliberadamente do mundo, alegando que o Reino do Senhor não pertence à Terra.
Ajoelham-se,
por tempo indeterminado, nas casas de adoração, e acreditam efetuar na fuga a
realização da santidade.
Muitos cruzam
os braços à frente dos serviços de regeneração e, quando interrogados,
expressam revolta pelos quadros chocantes que a experiência terrena lhes
oferece, reportando-se ao Cristo, diante de Pilatos, quando o Mestre asseverou
que o seu reino ainda não se instalara nos
círculos da luta humana.
No entanto, é
justo ponderar que o Cristo não deserdou o planeta. A palavra dEle não afiançou
a negação absoluta da felicidade celeste para a Terra, mas apenas definiu a
paisagem então existente, sem esquecer a esperança no porvir.
O Mestre
esclareceu: – “Mas agora o meu reino não é daqui.”
Semelhante
afirmativa revela-lhe a confiança.
Jesus,
portanto, não pode endossar a falsa atitude dos operários em desalento, tão-só
porque a sombra se fez mais densa em torno de problemas transitórios ou porque
as feridas humanas se fazem, por vezes, mais dolorosas. Tais ocorrências, muita
vez, obedecem a pura ilusão visual.
A atividade
divina jamais cessa e justamente no quadro da luta benéfica é que o discípulo
insculpirá a própria vitória.
Não nos cabe,
pois, a deserção pela atitude contemplativa e, sim, avançar, confiantemente,
para o grande futuro.
Livro: Pão Nosso - 133
Emmanuel / Chico Xavier.
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