16.8 — Edificar o amor
espiritualizado
O amor
espiritualizado é fruto da dedicação e do esforço constante da criatura em educar
a si mesma, dominando seu orgulho e egoísmo ferozes, nas regras libertadoras do
Evangelho de Jesus, para poder amar sem se preocupar em ser amada. Na floresta imensa
das imperfeições e defeitos, a lavoura abençoada do amor não poderá nascer sem
proteção e cultivo constante na terra do coração.
O amor
espiritualizado começará a surgir com o desenvolvimento das sementes das virtudes:
a humildade, a bondade, a paciência, o perdão, a tolerância, a indulgência, a ternura,
a delicadeza, o entendimento e o respeito. Sem os tesouros da fé sincera, guardada
no cérebro e no coração, essas plantas divinas não germinarão no canteiro sublime
da alma.
Não basta
ficar esperando pelo amor do companheiro ou da companheira: o importante é
aprender a amar sem exigência, a fim de materializá-lo no dia-a-dia da
convivência conjugal. Os cônjuges devem promover entre si estes tesouros da
felicidade, como nos escreve o autor de “Nosso Lar”:
“O homem
encarnado saberá, mais tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade
recíproca, a confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal - patrimônios
que se derivam naturalmente do amor profundo — constituem sólidos alimentos
para a vida em si.” (Nosso Lar – André Luiz)
Nos cônjuges
que procuram sinceramente espiritualizar-se, inobstante o envelhecimento lhes
diminua progressivamente a atividade sexual fisiológica, o intercâmbio entre
suas almas alcançará níveis cada vez mais altos de espiritualidade, sustentando
emultiplicando a alegria, a simpatia e o entendimento. É a sexualidade em sua
expressão espiritual, como nos ensina o Instrutor de André Luiz:
“Entre os
casais mais espiritualizados, o carinho e a confiança, a dedicação e o entendimento
mútuos permanecem muito acima da união física, reduzida, entre eles, a realização
transitória.” (Nosso Lar – André Luiz)
A manifestação
sexual evolui com o ser. O sexo não se acabará por causa da espiritualização
das criaturas, mas, sim, os cônjuges deixarão as vibrações grosseiras pelas
vibrações sutis e harmoniosas, intensificando o contato das almas, conquistando
novos níveis superiores de vida, em busca da Espiritualidade Maior, ficando a
união física como expressão passageira, embora ativa, mas sem ser a fonte maior
de suas alegrias. Entre os cônjuges na velhice corpórea, quando há o
crescimento dos valores espirituais, poderá haver maior coeficiente de prazer
sutil da alma, maior alegria no coração e maior simpatia nas vibrações
espirituais do que entre cônjuges recém-casados que também muito se amam, mas
ainda não aperfeiçoaram a harmonização recíproca.
O amor é todo
espiritual e não está escravizado a qualquer tipo de desejo. O Espírito André
Luiz define com profundidade:
“Amar não é desejar. Ë compreender sempre, dar
de si mesmo, renunciar aos próprios caprichos e sacrificar-se para que a luz
divina do verdadeiro amor resplandeça.” (Agenda Cristã – André Luiz)
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