“E disse Pedro: Não
tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou.” Atos, 3:6.
É justo
recomendar muito cuidado aos que se interessam pelas vantagens da política
humana, reportando-se a Jesus e tentando explicar, pelo Evangelho, certos
absurdos em matéria de teorias sociais.
Quase sempre,
a lei humana se dirige ao governado, nesta fórmula: – “O que tens me pertence”.
O
Cristianismo, porém, pela boca inspirada de Pedro, assevera aos ouvidos do
próximo: – “O que tenho isso te dou”.
Já meditaste
na grandeza do mundo, quando os homens estiverem resolvidos a dar do que
possuem para o edifício da evolução universal?
Nos serviços
da caridade comum, nas instituições de benemerência pública, raramente a
criatura cede ao semelhante aquilo que lhe constitui propriedade intrínseca.
Para o serviço
real do bem eterno, fiar-se-á alguém nas posses perecíveis da Terra, em caráter
absoluto?
O homem
generoso distribuirá dinheiro e utilidades com os necessitados do seu caminho,
entretanto, não fixará em si mesmo a luz e a alegria que nascem dessas dádivas,
se as não realizou com o sentimento do amor, que, no fundo, é a sua riqueza
imperecível e legítima.
Cada
individualidade traz consigo as qualidades nobres que já conquistou e com que
pode avançar sempre, no terreno das aquisições espirituais de ordem superior.
Não olvides a
palavra amorosa de Pedro e dá de ti mesmo, no esforço de salvação, porquanto
quem espera pelo ouro ou pela prata a fim de contribuir nas boas obras, em
verdade ainda se encontra distante da possibilidade de ajudar a si próprio.
Livro: Pão Nosso
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