sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Paciência - Hammed

Paciência
O despertar da religiosidade proporciona a paz de espírito. Paciência é um estado de alma em que a criatura não é atingida pelas inquietações ou irritabilidades, visto que se libertou do desassossego e da agitação do ego.
Quem atingiu a essência do sagrado entendeu que a autêntica religião é, acima de tudo, uma "realidade interna", porque expressa as nossas mais íntimas relações com Deus.
O despertar da religiosidade proporciona a paz de espírito.
Paciência é um estado de alma em que a criatura não é atingida pelas inquietações ou irritabilidades, visto que se libertou do desassossego e da agitação do ego.
Carl Gustav Jung desenvolveu uma teoria fascinante, uma análise notável que contribui efetivamente para aperfeiçoar o comportamento e pensamentos humanos,
Desde a infância, ele foi influenciado de forma marcante por questões religiosas e espirituais porquanto seu pai e vários parentes eram pastores luteranos. Estudou e investigou profundamente a natureza humana, dedicando-se também à análise das filosofias orientais e da mitologia.
Jung é considerado um sábio instrutor; estudou medicina, mas jamais abandonou o compromisso de manter o interesse pelos fenômenos psíquicos e pelas ciências naturais e humanas. Foi um psiquiatra por excelência, um missionário que pesquisou os "distúrbios da personalidade", contribuindo para o entendimento dos diversos aspectos do comportamento humano e colaborando para o crescimento e enriquecimento das criaturas em sua trajetória de iluminação individual.
    Dr. Carl Jung, como todo indivíduo que utiliza a lógica, a coerência e a razão, sentiu-se distanciado da devoção religiosa alicerçada no pietismo - afirmação da superioridade da fé sobre a razão. Afastou-se das experiências teológicas e das prescrições litúrgicas de seu pai e de outros parentes, que preconizavam a permanência incondicional pela letra da convenção (Paulo - II Coríntios, 3:6) e foi em busca do Espírito de Deus como uma realidade viva (Jesus / João, 4:24).
A religião vai muito além dos limites do intelecto, no entanto não o refuta nem o contesta. A genuína religiosidade não se vincula a nenhuma organização externa; ela nos remete ao despertar íntimo, ao relacionamento com a própria alma.
Da mesma forma, Allan Kardec, como homem de ciência que era, educado em Yverdon, na Escola de Johann Heinrich Pestalozzi - célebre pedagogo suíço e discípulo de Jean-Jacques Rousseau-, asseverou: 
"(...) não há fé inquebrantável senão aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade". 
"(...) para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior número de incrédulos, porque quer se impor e exige a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio" (O Evangelho Segundo o Espiritismo", capítulo XIX, item 7 3 – Allan Kardec).
Por isso, o Espiritismo "não tem a pretensão de ter a última palavra sobre todas as coisas, mesmo sobre aquelas que são da sua competência" (A Gênese", capítulo XIII, item 8 – Allan Kardec).
Os Guias da Humanidade disseram a Kardec que " (...) não há para o estudioso, nenhum sistema filosófico antigo, nenhuma tradição, nenhuma religião a negligenciar, porque tudo contém os germes de grandes verdades (...) graças à chave que nos dá o Espiritismo para uma multidão de coisas que puderam, até aqui, vos parecer sem razão e da qual, hoje, a realidade vos é demonstrada de maneira irrecusável" (Questão 628 – Livro dos Espíritos – Allan Kardec).
Para Jung, toda criatura traz uma aptidão para a autotransformação, o que ele chamou de individuação, e definiu-a como um processo de desenvolvimento pessoal em que a criatura se torna uma personalidade unificada, ou seja, um indivíduo, um ser humano indiviso e integrado.
A individuação está inteiramente voltada para o equilíbrio entre o ego (centro da consciência) e o Self (centro da psique) e para o aprimoramento e interação constante e criativa entre eles.
As criaturas ligadas excessivamente ao sistema ilusório do ego são afeitas a um zelo religioso obsessivo que pode levá-las aos extremos da intolerância. Possuem uma fé cega, o hábito de polemizar com exaltação, visto serem impacientes e inquietas. Exageradamente ajustadas a uma vida "impecável", denominam se "pessoas de hábito". Estão presas a este padrão de pensamento: "Só eu sei como as coisas são ou devem ser feitas".
O fanatismo é filho dileto do ego; é uma adesão cega a uma idéia, sistema ou doutrina. Os fanáticos se irritam facilmente com tudo aquilo que possa ser contrário ao que eles consideram tradicional, imutável e verdadeiro, defendendo um status quo rigoroso quanto à política, à sociedade e à religião.
Religiosos intransigentes, são considerados pessoas dogmáticas. Exigem de si mesmos e dos outros uma vida puritana e de retidão extremada como forma de compensar suas dúvidas indecorosas e seus desejos reprimidos, que eles cultivam, de forma inconsciente ou não, no próprio mundo interior. Baseiam sua maneira de agir em teorias e estudos arcaicos e seguem modelos e padrões obsoletos. São observadores literais de leis consideradas como certas e indiscutíveis, e esperam que as pessoas as aceitem sem qualquer questionamento.
Os indivíduos que estão conectados com o Self vivem as necessidades do presente e respondem a elas através de uma análise criteriosa das pessoas, dos fatos e dos acontecimentos. Utilizam-se do exame paciencioso e da reflexão sapiencial da consciência para elaborar cogitações sobre a vida e sobre si mesmos.
Por estarem mais sintonizados com o Self, conquistaram a fé raciocinada e alicerçada na paz de espírito, na razão e na coerência.
Têm como forma de procedimento respeito aos direitos humanos - de liberdade de expressão, de individualidade, de ir e vir, de intelectualidade, de consciência; enfim, os direitos considera¬dos inerentes ao homem como ser social, independentemente de raça, país, sexo, idade e religião.
São pensadores versáteis e originais; têm propósitos definidos - buscam alcançar pacienciosamente em seus estudos e reflexões uma síntese racional e lógica a respeito do físico e do espiritual, do real e do imaginário, do indivíduo e da sociedade.
Têm como forma de procedimento respeito aos direitos humanos - de liberdade de expressão, de individualidade, de ir e vir, de intelectualidade, de consciência; enfim, os direitos considerados inerentes ao homem como ser social, independentemente de raça, país, sexo, idade e religião.
São pensadores versáteis e originais; têm propósitos definidos - buscam alcançar pacienciosamente em seus estudos e reflexões uma síntese racional e lógica a respeito do físico e do espiritual, do real e do imaginário, do indivíduo e da sociedade.
  Estudando o Livro dos Espíritos – Allan Kardec
628  - Por que a verdade não foi sempre colocada ao alcance de todo mundo?
Resposta: É preciso que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: é preciso nos habituar a ela, pouco a pouco, de outra forma ela nos deslumbra.
Jamais ocorreu que Deus permitisse ao homem receber comunicações tão completas e tão instrutivas como as que lhe é dado receber hoje. Havia, como sabeis, na Antiguidade, alguns indivíduos possuidores do que consideravam uma ciência sacra, e da qual faziam mistério aos profanos, segundo eles. Deveis compreender, com o que conheceis das leis que regem esses fenômenos, que eles não recebiam senão algumas verdades esparsas no meio de um conjunto equívoco e a maior parte do tempo simbólico. Entretanto, não há para o estudioso, nenhum sistema filosófico antigo, nenhuma tradição, nenhuma religião a negligenciar, porque tudo contém os germes de grandes verdades que, ainda que pareçam contraditórias umas com as outras, esparsas que estão no meio de acessórios sem fundamentos, são muito fáceis de coordenar, graças à chave que nos dá o Espiritismo para uma multidão de coisas que puderam, até aqui, vos parecer sem razão e da qual, hoje, a realidade vos é demonstrada de maneira irrecusável. Não negligencieis, portanto, de haurir objetos de estudos nesses materiais; eles são muito ricos e podem contribuir poderosamente para a vossa instrução.
Livro fonte: Os Prazeres da Alma
Hammed / Francisco do Espírito Santo Neto.

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