Reunião pública
de 2/11/59
Senhor Jesus!
Enquanto nossos
irmãos na Terra se consagram hoje à lembrança dos mortos-vivos que se
desenfaixaram da carne, oramos também pelos vivos-mortos que ainda se ajustam à
teia física...
Pelos que jazem
sepultados em palácios silenciosos, fugindo ao trabalho, como quem se
cadaveriza, pouco a pouco, para o sepulcro;
Pelos que se
enrijeceram gradativamente na autoridade convencional, adornando a própria
inutilidade com títulos preciosos, à feição de belos epitáfios inúteis;
Pelos que
anestesiaram a consciência no vício, transformando as alegrias desvairadas do
mundo em portões escancarados para a longa descida às trevas;
Pelos que
enterraram a própria mente nos cofres da sovinice, enclausurando a existência
numa cova de ouro;
Pelos que
paralisaram a circulação do próprio sangue, nos excessos da mesa;
Pelos que se
mumificaram no féretro da preguiça, receando as
cruzes redentoras e as calúnias
honrosas;
Pelos que se
imobilizaram no paraíso doméstico, enquistando-se no egoísmo entorpecente, como
desmemoriados, descansando no espaço estreito do esquife...
E rogamos-te
ainda, Senhor, pelos mortos das penitenciárias que ouviram as sugestões do
crime e clamam agora na dor do arrependimento;
Pelos mortos dos
hospitais e dos manicômios, que gemem, relegados à solidão, na noite da
enfermidade;Pelos mortos de desânimo, que se renderam, na luta, às punhaladas
da ingratidão;
Pelos mortos de
desespero, que caíram em suicídio moral, por desertores da renúncia e da
paciência;
Pelos mortos de
saudade, que lamentam a falta dos seres pelos quais dariam a própria vida;e por
esses outros mortos, desconhecidos e pequeninos, que são as crianças entregues
à via pública, exterminadas na vala do esquecimento...
Por todos esses
nossos irmãos, não ignoramos que choras também como choraste sobre Lázaro
morto...
E trazendo
igualmente hoje a cada um deles a flor da esperança e o lume da oração, sabemos
que o teu amor infinito clarear-nos-á o vale da morte, ensinando-nos o caminho
da eterna ressurreição.
Livro: Religião
dos Espíritos.
Emmanuel / Chico
Xavier.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Igualdade
perante o túmulo
823. Donde nasce
o desejo que o homem sente de perpetuar sua memória por meio de monumentos
fúnebres?
Último ato de
orgulho.
823a) - Mas a
suntuosidade dos monumentos fúnebres não é antes devida, as mais das vezes, aos
parentes do defunto, que lhe querem honrar a memória, do que ao próprio
defunto?
Orgulho dos
parentes, desejosos de se glorificarem a si mesmos. Oh! Sim, nem sempre é pelo
morto que se fazem todas essas demonstrações. Elas são feitas por amor-próprio
e para o mundo, bem como por ostentação de riqueza. Supões, porventura, que a
lembrança de um ser querido dure menos no coração do pobre, que não lhe pode
colocar sobre o túmulo senão uma singela flor? Supões que o mármore salva do
esquecimento aquele que na Terra foi inútil?
Minha pequena
contribuição: Todo dia é dia de lembrar e orarmos por aqueles que amamos; eles
apenas mudaram de plano, fizeram a viagem primeiro que nós, para a nossa
verdadeira pátria, o mundo espiritual, de onde viemos e um dia a eles todos nós
retornaremos. Nossos pensamentos chegam a eles em forma de luz e com o aroma de
nossa afetividade. Pense Nisto! Antônio Ramos.
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