“Foge,
outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com
os que, de coração puro, invocam o Senhor.” – Paulo / 2 Timóteo 2:22.
O conselho de
Paulo a Timóteo entende, francamente, com o problema da reforma interior,
que não é fácil de realizar.
Requer luta,
estudo, meditação, perseverança. As imperfeições e tendências para o mal são
inerentes à própria condição de inferioridade do planeta, o qual constitui,
nesta etapa do nosso processo evolutivo, o habitat temporário da
psique.
Nele vicejam, vigorosamente,
os sentimentos antievangélicos.
As sementes do
mal encontram, na esfera terrena, a gleba propícia para desabrocharem. Mesmo as
almas já dotadas de certos conhecimentos intelectuais e qualidades nobres,
ao reencarnarem na Terra, sofrem as influênciasambientes, sem que isso
constitua, como talvez possa parecer, um retrocesso, uma regressão.
Inúmeras vezes o
próprio Paulo de Tarso confessava, amargurado: “O bem que eu quero, não
faço; o mal que não quero, esse é que faço.” (Paulo / Romanos, 7:19). A força do mal é tão insinuante que um pequeno
descuido, no desenvolvimento e na ampliação das virtudes, poderá
precipitarnos temporariamente no báratro das condenações psíquicas,
retardando, assim, a marcha progressiva do nosso Espírito.
Na melhor das
hipóteses, produzirá um estacionamento tão inconveniente e prejudicial como,
para o estudante, a repetição do ano letivo, perdido na embriaguez das
futilidades e dos prazeres que não constroem.
Os moços,
principalmente, dada a natureza incipiente, maleável, das funções intelectivas,
na fase do desenvolvimento fisiológico, apresentam um estado de maior e
melhor vulnerabilidade às coisas boas ou más, elevadas
ou deprimentes.
Claro que temos
de combater um grande e terrível inimigo, representado pelas nossas imperfeições.
Para os jovens espíritas, contudo, a tarefa se torna menos árdua.
A Doutrina, por
sua argumentação lógica, racional e concludente, alicerçada na tese reencarnacionista,
tem o sublime privilégio de esclarecer e iluminar, instruir e confortar.
Tem o moço
espírita uma seara inesgotável de ensinamentos e experiências capazes de assegurarem
o bom êxito, no esforço evolutivo, quando houver perseverança e tenacidade.
No campo do
Espiritismo, apesar de todas as influências negativas do mundo exterior e de sua
própria alma, o jovem encontrará os elementos de que necessita para o
seu progresso moral e cultural. Há livros admiráveis a compulsar.
Enfermos a
visitar.
Desalentados a
reerguer.
A noção de
responsabilidade, suscitada pelo conhecimento doutrinário, impõenos um esforço
maior no sentido da nossa melhoria.
A certeza da
preexistência do Espírito, com o ativo e passivo que lhe são peculiares,
aponta, define, revela obrigações e responsabilidades.
A
convicção inabalável da vida futura induznos, por seu turno, à
valorização do talento tempo.
O conhecimento
da lei das reencarnações sucessivas, cientificamente comprovada pelo Espiritismo,
determina, à juventude, grandes responsabilidades.
Levaa,
tacitamente, a lutar com denodo pelo aperfeiçoamento individual,
resultando daí, naturalmente, o passo inicial, decisivo, para a iluminação
interna.
A mais nobre
tarefa do jovem espírita é a de influenciar sobre o ambiente em que vive.
Exemplificar o bem, para que o bem se expanda, se afirme, triunfe.
Essa a tarefa
atribuída aos jovens espíritas, aos jovens cristãos, especialmente agora,
quando a mentalidade juvenil se defronta com uma sociedade materializada, cujos
princípios ameaçam extinguir os sentimentos nobres do coração, em cujo
santuário deverá ser erguido o maravilhoso edifício da Fraternidade
Humana.
Livro: Estudando
O Evangelho.
Martins Peralva.