quarta-feira, 14 de agosto de 2013

SERVE E CONFIA

784. Bastante grande é a perversidade do homem. Não parece que, pelo menos do ponto de vista moral, ele, em vez de avançar, caminha aos recuos?
Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que o homem se adianta, pois que melhor compreende o que é mal, e vai dia-a-dia reprimindo os abusos. Faz-se mister que o mal chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas. (O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec)
Alma que sofre, olha a terra encharcada e ferida, coberta de árvores quebradas e banhada pelas águas dos rios transbordantes!
Aqui e ali a destruição e o lamaçal assinalam a passagem terrível da tormenta desenfreada.
Contempla o jardim despedaçado pelo granizo e o vento, deixando flores mortas no chão e raízes acima do solo.
Fita as águas lodosas dos rios cheios conduzindo destroços e morte...
A devastação passou abraçada à ruína e a vida periclita em derredor.
No entanto, no dia seguinte, brilha o sol generoso. Osculando tudo, indistintamente, leva a toda a parte a bênção da esperança e do refazimento.
Confiante, o homem resolve cooperar com a mensagem de mais alto.
Abre valas, desvia os cursos dágua, revolve a terra, retifica a vegetação destroçada e semeia na gleba úmida.
O tempo se encarrega de devolver a esse homem resoluto a beleza da paisagem, a bênção do grão e o doce aroma das flores espalhado no ar... E o sol compassivo segue adiante.
Vai mais além, alma em sofrimento, e fita a terra ressequida, o chão ferido pelas setas douradas do sol, os rios em pó, nem água nem lama, a vegetação crestada e a vida a morrer...
A seca impiedosa tudo destruiu.
Todavia, subitamente, carreadas por ventos bons, nuvens andantes entornam suas ânforas cheias, cobrindo de umidade e vida a terra torturada.
O homem, animado pelo auxílio inesperado, corre ao chão e o afaga com os instrumentos de amanho, sendo felicitado, depois, com o verde dos campos e o ouro das espigas, contemplando as fontes cantantes a sombra do arvoredo... E o sol compassivo segue adiante.
Enxuga, então, tuas lágrimas de agora.
Se a tormenta hoje te inunda o coração, desfazendo o jardim dos teus sonhos ou alagando com as lágrimas da inquietação o teu pomar de fantasias, aguarda o Sol generoso, doador de bênçãos, serve e confia, semeando a esperança no próprio coração.
Se a ingratidão queimou o frescor da tua alegria e a injustiça secou o teu rio de confiança na vida, serve ainda mais e mais confia nas abençoadas nuvens portadoras da abundância da felicidade. Quando chegarem, renovarão teus celeiros com os sadios grãos da serenidade e da paz.
Cala todas as dores para que a cortina líqüida do pranto não obnubile a visão azul dos céus que te mandarão o socorro em mensagens de luminoso alento.
Hoje significa o teu momento de semear, sejam quais forem as condições.
Deixa ao futuro aquilo que o presente ainda não pode resolver e, sem desfalecimento, serve e confia, observando que “o homem se adianta, pois que melhor compreende o que é mal, e vai dia a dia reprimindo os abusos”, inspirado, esse homem em crescimento, que te observa a conduta espírita e cristã, nos teus salutares exemplos de fé e serviço.
Livro: Espírito e Vida.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco.

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