“...Homens de uma capacidade notória que não a
compreendem, enquanto que inteligências vulgares, de jovens mesmo, apenas
saídos da adolescência, a apreendem com admirável exatidão em suas mais
delicadas nuanças...” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Capítulo
17, item 4.)
Na realidade,
são homens sensíveis todos aqueles que aprenderam a focalizar intensamente a
essência das coisas. Sabem sintetizar e observar sem julgamentos prévios as
ocorrências e assuntos, examinando-os como eles se apresentam realmente, com
uma lucidez e discernimento cada vez maiores.
Sensibilidade é
patrimônio do espírito que já atingiu um certo grau de percepção e detecção
proveniente do âmago dos fatos. Faculdade esta alicerçada no “senso de
realidade”, que tem a capacidade de penetrar nas idéias novas, captá-las e analisá-las
sutilmente, com admirável eficiência e exatidão.
Há criaturas,
porém, que se apegam somente aos fenômenos e manifestações espetaculares do
mundo espiritual. Imaturas e insensíveis, não compreendem as conseqüências
éticas existentes por detrás dessas mesmas manifestações. Não percebem os
horizontes ilimitados que se descortinam em razão da crença na imortalidade das
almas, pois não foram “tocadas no coração” pelo sentimento de que o Universo é
o lar que abriga a todos nós, eternos viajantes na embarcação da Vida.
Por não
possuírem a “parte essencial”, não tomam consciência do fato de que existir é
participar de uma constante e eterna renovação, que impulsiona as criaturas ao
auto-aperfeiçoamento. Há tempo de começar, crescer, transformar e recomeçar,
num eterno reciclar de experiências.
Todavia, aqueles
cujo “nível de maturidade” foi desenvolvido se diferenciam dos outros, porque
focalizam com seus sentidos acurados as profundezas das coisas e, em muitas
ocasiões, conseguem até perceber que certas ciências são muito mais espiritualistas
do que determinadas crenças ou cultos religiosos.
Ciências há que
transcendem à vida física pelo somatório de bases universalistas: observam, no interagir
das relações entre seres vivos e o meio ambiente, uma associação harmônica de “Ordem
Divina” e de cunho fraternalista. Por outro lado, certas religiões deixam muito
a desejar quanto ao sentimento de fraternidade: prometem recompensas
imediatistas e ficam presas a dogmas materialistas de infalibilidade e
autoritarismo.
Os seres humanos
sensíveis estão despertos tanto em seus sentidos externos quanto internos,
estão vivos em plenitude, pois experimentam a atmosfera de cada momento.
Estão sempre
refletindo e discernindo suas emoções e sentimentos, porque já se permitem
experimentar toda uma sucessão de sensações, que decorrem das experiências nas
relações humanas.
Portanto,
podemos confiar em que cada um de nós, a seu tempo, sensibilizar-se-á pelas coisas espirituais,
visto que o desenvolvimento de nosso grau evolutivo transcorre natural e
incessantemente em decorrência dos impulsos de progresso que recebemos das leis
divinas existentes em nós mesmos.
Aqueles que se
prendem unicamente aos fenômenos mediúnicos e em nada se transformam
espiritualmente encontrarão mesmo assim, nesse comportamento, “um primeiro
passo que lhes tornará o segundo mais fácil numa outra existência”. Trata-se de
um processo que não ocorre da noite para o dia, mas que se vai projetando ao
longo do tempo e sempre acontece quando estamos prontos para crescer. Aliás, “quando
o aluno está pronto, o professor sempre aparece”.
Livro: Renovando
Atitudes.
Espírito:
Hammed.
Médium:
Francisco do Espírito Santo Neto.
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