Alegria como
experiência de religiosidade é um valor que não tem preço. Essa sensação da
alma, mais do que qualquer outra coisa, contagia e abranda o coração dos
homens.
A maioria das
pessoas tem uma visão distorcida da alegria, pois a confunde com festas frívolas
e divertimentos que provocam sensações intensas, risos exagerados; enfim, satisfações
puramente emocionais.
Aliás, não há
nada de errado em ser jovial, bem-humorado, festivo e risonho. Sentir as emoções
terrenas inclui-se entre as prerrogativas que o Criador destinou a suas criaturas.
Vivenciar a normalidade das sensações humanas é um processo natural estabelecido
pela Mente Celestial.
Talvez as
religiões fundamentalistas tenham mesclado as idéias contidas nas palavras alegria
e tentação. Na realidade, o Mestre ensinava a seus seguidores que vivessem com alegria.
"Eu vos digo isso para que a minha alegria esteja em vós", diz Jesus,
"e vossa alegria seja plena" (Jesus / João, 15:11).
A verdadeira
alegria está associada à entrega total da criatura nas mãos da Divindade, ou
mesmo à aceitação de que a Inteligência Celestial a tudo provê e socorre.
E a confiança
integral em que tudo está justo e certo e a convicção ilimitada nos desígnios
infalíveis da Providência Divina.
A palavra
aleluia tem origem no hebreu "hallelu-yah" e significa "louvai
com júbilo o Senhor". Tem sido usada como cântico de alegria ou de ação de
graças pela liturgia de muitas religiões a fim de glorificar a Deus. A
designação "sábado de aleluia", utilizada pela Igreja Católica, tem
como fundamento a exaltação à alegria, visto que nesse dia se comemora o
reaparecimento de Jesus Cristo depois da crucificação.
Viver em estado
de alegria é estar plenamente sintonizado com nossa paternidade divina, através
das mensagens silenciosas e sábias que a Vida nos endereça.
A "entrega
a Deus" é a base de toda a felicidade. No entanto, o problema reside em algumas
religiões que recomendam a "entrega" não a Deus, mas a mandatários ou
representantes "divinos", ou mesmo a congregações doutrinárias que
impõem obediência e subordinação a seus diretores.
Condutas
semelhantes acontecem em seitas ou em grupos dissidentes de uma religião, em
que há uma entrega incondicional dos adeptos ao líder religioso e que resulta, inicialmente,
numa suposta sensação de alegria e satisfação.
Na realidade,
quando existe subordinação na nossa "entrega a Deus", ela não pode
ser considerada real, pois, mais cedo ou mais tarde, a criatura vai notar que
está encarcerada intimamente e que lhe falta a verdadeira comunhão com o
Criador.
Viver em
"estado de graça" ou em "comunhão com Deus" é estar
perfeitamente harmonizados com nossa natureza espiritual. É a alegria de
repetir com Jesus Cristo: "Eu estou no Pai e o Pai está em mim"
(Jesus / João, 14:11).
A felicidade é
um trabalho interior que quase nunca depende de forças externas. Deus representa
a base da alegria de viver, pois a felicidade provém da habilidade de percebermos
as "verdadeiras intenções" da ação divina que habita em nós e do discernimento
de que tudo o que existe no Universo tem sua razão de ser.
O homem carrega
na sua consciência a lei de Deus (Livro dos Espíritos – Allan Kardec, Questão
621), afirmam os Espíritos Superiores a Allan Kardec. "A lei natural é a
lei de Deus e a única verdadeira para a felicidade do homem. Ela lhe indica o
que deve fazer e o que não deve fazer, e ele não é infeliz senão quando se
afasta dela" (Livro dos Espíritos – Allan Kardec, questão 614).
Alegria como
experiência de religiosidade é um valor que não tem preço. Essa sensação da
alma, mais do que qualquer outra coisa, contagia e abranda o coração dos homens.
"Ninguém
fica feliz por decreto"; sente imensa satisfação apenas quem está
iluminado pela chama celeste. Rejubila-se realmente aquele que se identificou
com a Divindade e descobriu que "a lei natural é a lei de Deus e a única
verdadeira para a felicidade do homem”.
A alegria
espontânea realça a beleza e a naturalidade dos comportamentos humanos. Cultivar
o reino espiritual em nós facilita-nos a aprendizagem de que a alegria real não
é determinada por fatos ou forças externas, mas se encontra no silêncio da
própria alma, onde a inspiração divina vibra incessantemente.
Livro: Os Prazeres da Alma.
Hammed /
Francisco do Espírito Santo Neto
Estudando o Livro
dos Espíritos – Allan Kardec.
614. Que se deve
entender por lei natural?
A lei natural é
a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o
que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta.
621. Onde está
escrita a lei de Deus?
Na consciência.
621a) - Visto
que o homem traz em sua consciência a lei de Deus, que necessidade havia de lhe
ser ela revelada?
Ele a esquecera
e desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada.