“O verdadeiro
espírita jamais deixará de fazer o bem. Lenir corações aflitos, consolar,
acalmar desesperos, operar reformas morais, essa a sua missão. É nisso também
que encontrará satisfação real.” (O LIVRO DOS MÉDIUNS 1ª parte, Capítulo 3º —
Item 30.)
Queixosos expelem, intermináveis, o amargor
das aflições, cultivando-as, no entanto, prazerosamente. Conhecem os meios de
libertação do sofrimento e se afervoram à insânia.
Pessimistas
espalham fartamente a indigência moral a que se apegam, embora saibam que a
esperança agasalhada no imo lhes concederia tranqüilidade.
Enfermos
insistem na descrição dos males a que se vinculam, apesar de identificarem
nominalmente os antídotos para as mazelas que descrevem.
Viciados
lamentam a própria “sina”, enquanto se firmam nos propósitos da auto-piedade
sem o menor esforço pela recuperação deles mesmos.
Sabem dos
métodos curadores mas prosseguem inveterados.
Inquietos
comentam a instabilidade emocional de que são vítimas, solicitando excusas,
todavia perseveram na sementeira da irresponsabilidade como se ignorassem os
males que praticam.
Mendigos da
piedade exibem chagas imaginárias e enredam-se em problemas que estão longe de
possuir. Entretanto, podendo seguir a rota da ação enobrecedora, insistem no
círculo estreito da infelicidade que engendram.
Outros mais,
acalentando viciações mentais diversas formam a caravana dos cômodos da
realização superior, aguardando comiseração e socorro que, no entanto, se negam
a aceitar.
Solicitam
auxílio dos outros e possuem em si mesmos os recursos necessários para o
equilíbrio.
Desejam
cooperação sem a idéia de oferecer pelo menos receptividade.
Pedem e não doam
sequer a quota mínima de esperança.
São os que
aprenderam felicidade pelas vias tormentosas da fraude.
Preferem o
parasitismo.
Agradam-se em
viver assim, vítimas hipotéticas da vida e da Lei Divina, herdeiros, porém, da
preguiça que elegem como nubente ideal.
Estão sempre
contra, do outro lado, revoltados, quando a migalha da compaixão real de alguém
ou da falsa piedade geral não lhes chega à arca da insatisfação.
Acautela-te!
Junto a ele
ajuda em silêncio, sem perda de tempo.
Convivendo ao
lado deles, ora em silêncio para não te identificares com a sua vibração.
Fazendo o exame
de consciência habitual, corrige as disposições mentais quando amolentadas para
te não incorporares à malta deles.
Confunde-se
amor, a todo instante, com sentimentalismo injustificável e pretende-se que o
Evangelho, apresentando o amor como o excelente filão da vida, seja um
valhacouto de caracteres irresponsáveis e espíritos fáceis.
Se assim fosse,
seria o mesmo que transformar a ordem do Universo, em nome do amor ao capricho
dos tíbios e dos parvos.
Em passagem
alguma da Boa Nova, encontramos o Rabi na usança da falsa piedade ou na
acomodação com a indolência.
Construtor do
Orbe, não pode ser considerado um incipiente.
Administrador da
Terra, não poderia ser confundido com um acolhedor de néscios.
Foi, por
excelência, a ação dinâmica.
De atitudes firmes
e caráter diamantino em hora alguma se manifestou como um fraco ou fez a
apologia da covardia.
Se proferiu a
morte, fê-lo pelo heroísmo de não chafurdar as coisas elevadas do espírito
indômito com as dissipações do corpo frágil.
Se se deixou
conduzir a um julgamento arbitrário, fê-lo para não postergar os direitos de
exemplificar o valor da verdade, passando-os a mãos acumpliciadas com a
criminalidade.
Se permitiu
docilmente a traição de um amigo, teve em mente lecionar vigilância, oração e
dignidade, prescrevendo, em silêncio, que sublimação é tarefa pessoal,
intransferível.
Se conviveu com
a gente dita de “má vida” ensinou, através disso, que as aparências físicas não
refletem as realidades básicas da existência.
E em todo instante foi forte: na multidão, em
soledade; no aparente triunfo, no abandono aparente; pregando a esperança,
sorvendo o vinagre e o fel; no instante supremo, na ressurreição insuperável.
A mensagem que nos legou, ofertou-no-la
vibrante, estóica.
O Evangelho é repositório de força,
vitalidade, vida. Vazado em termos de meiguice mudou a rota dos tempos.
Desvelado, agora, pelos Espíritos Imortais,
modificará a face do Orbe. “Reconhece-se
o verdadeiro espírita — disse Allan Kardec — pela sua transformação moral,
pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.
Imanado ao espírito do Espiritismo que te
liberta da ignorância e das sombras, elevando o padrão moral da tua vida,
preserva-o dos que o utilizam com chocarrice e deles se servem como arrimo para
esconderem as misérias espirituais em que se comprazem.
De referência ao amor, não dês lugar à
zombaria e não zombes, não agasalhes supertições nem permitas paralelísmos
deprimentes, não te concedas leviandades nem perfilhes dissipações alheias,
subestimando esse Consolador que enxuga suores e lágrimas mas que, acima de
tudo prescreve dignidade na luta, inspirada no Herói da Ação Incessante, como
normativa segura para a construção de um Mundo Melhor e de uma humanidade ditosa.
Livro: Espírito
e Vida.
Joanna de
Ângelis / Divaldo Franco.
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