Equilíbrio
interior é que garante a saúde
"Teu
Espírito é tudo; teu corpo é simples veste que apodrece: eis tudo”. (O Livro
dos Espíritos – Allan Kardec, questão 196ª).
A Doutrina
Espírita nos oferece panoramas nunca dantes imaginados para velhas questões
filosóficas até então irresolúveis... Onde se poderia imaginar, por exemplo,
que a "dor" é processo terapêutico e que a "educação" é
poção medicamentosa?
Passamos quase
dois milênios recebendo as instruções da Boa Nova e nunca nos ensinaram ou
sequer atinamos que o Evangelho de Jesus não é apenas roteiro de luz, mas
receita de paz, de felicidade, de saúde e de alegria! ... Por isso a Doutrina
dos Espíritos apresenta-nos Jesus como o Sublime Médico das Almas.
Aprofundemos o
"bisturi" do raciocínio nas questões acima levantadas, com base nas
informações passadas por Jesus, quando Ele disse: "Buscai primeiro o Reino
de Deus e a Sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” - Jesus -
Mateus, 6:33. 2 - Mateus, 6:25.
Ora, com este
mandamento o Mestre estava apontando o alvo para onde devemos concentrar o foco
de interesses. Mas, refratários e calcetas, fizemos ouvidos moucos e pagamos o
alto preço exigido pela negligência, traduzido em dores acerbas que sempre estiveram
presentes em nossas experiências palingenésicas.
No excelente
livro "Na Seara do Bem" *, encontramos:
"(...) A
medicina espiritual considera a saúde como a exteriorização do equilíbrio
interior que alguém tenha alcançado, mediante a perfeita comunhão com as Leis
Divinas; já a enfermidade representa o extravasamento, o expurgo dos
desequilíbrios mentais, por parte de quem ainda insiste em caminhar, de forma a
contrariar os sábios desígnios divinos. Este conceito a própria ciência
terrestre já começa a compreender, afirmando que existem "doentes" e
não "doenças".
Causas
Entendemos que
as causas das enfermidades têm suas raízes implantadas nas profundas raízes do
Espírito, isto é, são de ordem espiritual. Por isso compreendemos que o homem
deve urgentemente buscar os recursos de ordem espiritual visando o seu próprio
benefício; e por recursos espirituais não nos referimos tão somente à
fluidoterapia, que representa importante mecanismo de auxílio. Reportamo-nos à
educação. Sim, Educação. Se a causa das enfermidades estão nos deslizes que cometemos
ante as soberanas Leis da Vida, urge busquemos na educação, a ação disciplinadora,
sempre benéfica.
O homem precisa
ser médico de si mesmo, analisando as próprias tendências e disposições
mentais, renovando-se para melhor, trabalhando o psiquismo, corrigindo antigas
viciações, esforçandose por ser alegre em vez de triste, otimista e não
pessimista, ponderado, tranqüilo e confiante, em vez de desesperado.
Precisamos
também considerar a dor como processo terapêutico.
A Sabedoria
Divina permite-nos os equívocos, entretanto, retira dos nossos próprios erros,
os necessários meios para a nossa recuperação. Nesse sentido, a dor se
transforma em verdadeiro remédio, pois colabora para o arrependimento sincero,
propiciador das novas disposições mentais.
E Jesus?
Recordemo-nos
que Jesus não curou todos os enfermos, embora pudesse fazê-lo e se assim não
agiu foi porque, naturalmente, nem todos estavam aptos a libertarem da
enfermidade. Para a grande maioria a dor representava o processo terapêutico
libertador, difícil e doloroso, porém, necessário. Entretanto, se o Mestre não
curou a todos, ofertou, generoso, Humanidade inteira a sublime mensagem do
Amor, caminho seguro para quantos desejem sinceramente a libertação dos erros,
das enfermidades e do sofrimento com vistas a alcançarem a saúde espiritual, o
equilíbrio, a paz sem mesclas (plenitude ...).
(...) A tarefa
de Jesus não era a de curar os corpos, mas sim a de salvar almas. Ele afirmou
referindo-Se à importância dos valores espirituais: "Não é a Vida mais que
o mantimento, e o corpo mais que o vestido? ...”
E, de
conformidade com os seus ensinos, perguntamos por nossa vez: não é o Espírito
mais que o corpo? Qual utilidade de curar o corpo e perder a alma? Não será
melhor salvar a alma, mesmo que para tal mister o corpo venha a sofrer?
De igual
maneira, a nossa tarefa nas Casas Espíritas não é realizar prodígios no campo
da cura, nem tampouco a de atender às exigências dos que lá aportam desejando a
solução rápida e eficaz para os seus males. Tão somente devem, nos propor a
colaborar com os companheiros encarnados no projeto do crescimento para Deus,
auxiliando-os a superar as dificuldades criadas por eles, mesmos, mediante o
uso inadequado do livre arbítrio. A medicina terrestre, assim como os recursos
socorristas em nos esfera, representam a Misericórdia Divina; entretanto
aprendemos com os nossos Maiores que não basta remediar e consolar, é
imprescindível esclarecer e iluminar consciências.
(*) - Autoria do
Espírito Antônio Carlos Tonini, psicografia de Luiz Antônio Ferraz, edição da
Casa Editora "Pierre-Paul Didier" capitulo 2 onde o Dr. Cornelius-
(Espirito), ministra uma portentosa aula sobre tema em questão.
Nota:o autor é
escritor e expositor espírita; atua e Muriaé -MG.
Revista
Internacional de Espiritismo – Abril 2006
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
196. Não podendo
os Espíritos aperfeiçoar-se, a não ser por meio das tribulações da existência
corpórea, segue-se que a vida material seja uma espécie de crisol ou de
depurador, por onde têm que passar todos os seres do mundo espírita para
alcançarem a perfeição?
Sim, é
exatamente isso. Eles se melhoram nessa provas, evitando o mal e praticando o
bem; porém, somente ao cabo de mais ou menos longo tempo, conforme os esforços
que empreguem; somente após muitas encarnações ou depurações sucessivas,
atingem a finalidade para que tendem.
196-a). É o
corpo que influi sobre o Espírito para que este se melhore, ou o Espírito que
influi sobre o corpo?
Teu Espírito é
tudo; teu corpo é simples veste que apodrece: eis tudo.
Allan Kardec.: O suco da
vinha nos oferece um símile material dos diferentes graus da depuração da alma.
Ele contém o licor que se chama espírito ou álcool, mas enfraquecido por uma
imensidade de matérias estranhas, que lhe alteram a essência. Esta só chega à
pureza absoluta depois de múltiplas destilações, em cada uma das quais se
despoja de algumas impurezas. O corpo é o alambique em que a alma tem que
entrar para se purificar. Às matérias estranhas se assemelha o perispírito, que
também se depura, à medida que o Espírito se aproxima da perfeição.
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