0 despertar da
religiosidade proporciona a paz de espírito. Paciência e um estado de alma em
que a criatura não é atingida pelas inquietações ou irritabilidades, visto que se
libertou do desassossego e da agitação do ego.
Quem atingiu a
essência do sagrado entendeu que a autêntica religião é, acima de tudo, uma
"realidade interna", porque expressa as nossas mais íntimas relações
com Deus.
O despertar da
religiosidade proporciona a paz de espírito. Paciência é um estado de alma em
que a criatura não é atingida pelas inquietações ou irritabilidades, visto que se
libertou do desassossego e da agitação do ego.
Carl Gustav Jung
desenvolveu uma teoria fascinante, uma análise notável que contribui
efetivamente para aperfeiçoar o comportamento e pensamento humanos.
Desde a
infância, ele foi influenciado de forma marcante por questões religiosas e espirituais
porquanto seu pai e vários parentes eram pastores luteranos. Estudou e investigou
profundamente a natureza humana, dedicando-se também à análise das filosofias
orientais e da mitologia.
Jung é
considerado um sábio instrutor; estudou medicina, mas jamais abandonou o compromisso
de manter o interesse pelos fenômenos psíquicos e pelas ciências naturais e
humanas. Foi um psiquiatra por excelência, um missionário que pesquisou os
"distúrbios da personalidade", contribuindo para o entendimento dos
diversos aspectos do comportamento humano e colaborando para o crescimento e enriquecimento
das criaturas em sua trajetória de iluminação individual.
Dr. Carl Jung,
como todo indivíduo que utiliza a lógica, a coerência e a razão, sentiu-se distanciado
da devoção religiosa alicerçada no pietismo - afirmação da superioridade da fé
sobre a razão. Afastou-se das experiências teológicas e das prescrições
litúrgicas de seu pai e de outros parentes, que preconizavam a permanência
incondicional pela letra da convenção (Paulo, II Coríntios, 3:6), e foi em
busca do Espírito de Deus como uma realidade viva. (Jesus / João, 4:24)
A religião vai
muito além dos limites do intelecto, no entanto não o refuta nem o contesta. A
genuína religiosidade não se vincula a nenhuma organização externa; ela nos
remete ao despertar íntimo, ao relacionamento com a própria alma.
Da mesma forma,
Allan Kardec, como homem de ciência que era, educado em Yverdon, na Escola de
Johann Heinrich Pestalozzi - célebre pedagogo suíço e discípulo de Jean-Jacques
Rousseau -, asseverou: "(...) não há fé inquebrantável senão aquela que pode
encarar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade". "(...)
para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega não é
mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior
número de incrédulos, porque quer se impor e exige a abdicação de uma das mais
preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio." (O
Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 7).
Por isso, o
Espiritismo "não tem a pretensão de ter a última palavra sobre todas as coisas,
mesmo sobre aquelas que são da sua competência". (A Genese - Allan Kardec, cap. XIII, item 8)
Os Guias da
Humanidade disseram a Kardec que "(...) não há para o estudioso, nenhum sistema
filosófico antigo, nenhuma tradição, nenhuma religião a negligenciar, porque
tudo contém os germes de grandes verdades (...) graças à chave que nos dá o
Espiritismo para uma multidão de coisas que puderam, até aqui, vos parecer sem
razão e da qual, hoje, a realidade vos é demonstrada de maneira
irrecusável." (O Livro dos Espíritos – Allan Kardec, questão 628).
Para Jung, toda
criatura traz uma aptidão para a autotransformação, o que ele chamou de
individuação, e definiu-a como um processo de desenvolvimento pessoal em que a criatura
se torna uma personalidade unificada, ou seja, um indivíduo, um ser humano indiviso
e integrado.
A individuação
está inteiramente voltada para o equilíbrio entre o ego (centro da consciência)
e o Self (centro da psique) e para o aprimoramento e interação constante e criativa
entre eles.
As criaturas
ligadas excessivamente ao sistema ilusório do ego são afeitas a um zelo religioso
obsessivo que pode levá-las aos extremos da intolerância. Possuem uma fé cega,
o hábito de polemizar com exaltação, visto serem impacientes e inquietas. Exageradamente
ajustadas a uma vida "impecável", denominam-se "pessoas de hábito".
Estão presas a este padrão de pensamento: "Só eu sei como as coisas são ou
devem ser feitas."
O fanatismo é
filho dileto do ego; é uma adesão cega a uma idéia, sistema ou doutrina. Os
fanáticos se irritam facilmente com tudo aquilo que possa ser contrário ao que
eles consideram tradicional, imutável e verdadeiro, defendendo um status quo
rigoroso quanto à política, à sociedade e à religião.
Religiosos
intransigentes são considerados pessoas dogmáticas. Exigem de si mesmos e dos
outros uma vida puritana e de retidão extremada como forma de compensar suas
dúvidas indecorosas e seus desejos reprimidos, que eles cultivam, de forma
inconsciente ou não, no próprio mundo interior. Baseiam sua maneira de agir em teorias
e estudos arcaicos e seguem modelos e padrões obsoletos. São observadores literais
de leis consideradas como certas e indiscutíveis, e esperam que as pessoas as aceitem
sem qualquer questionamento.
Os indivíduos
que estão conectados com o Self vivem as necessidades do presente e respondem a
elas através de uma análise criteriosa das pessoas, dos fatos e dos acontecimentos.
Utilizam-se do exame paciencioso e da reflexão sapiencial da consciência Para
elaborar cogitações sobre a vida e sobre si mesmos.
Por estarem mais
sintonizados com o Self, conquistaram a fé raciocinada e alicerçada na paz de
espírito, na razão e na coerência.
Têm como forma
de procedimento respeito aos direitos humanos - de liberdade de expressão, de
individualidade, de ir e vir, de intelectualidade, de consciência; enfim, os direitos
considerados inerentes ao homem como ser social, independentemente de raça, país,
sexo, idade e religião.
São pensadores
versáteis e originais; têm propósitos definidos - buscam alcançar pacienciosamente
em seus estudos e reflexões uma síntese racional e lógica a respeito do físico
e do espiritual, do real e do imaginário, do indivíduo e da sociedade.
Livro: Os
Prazeres da Alma.
Espírito: Hammed
Médium:
Francisco do Espírito Santo Neto.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
628. Por que a
verdade não foi sempre posta ao alcance de toda gente?
Importa que cada
coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: o homem precisa habituar-se a
ela, pouco a pouco; do contrário, fica deslumbrado.
Jamais permitiu
Deus que o homem recebesse comunicações tão completas e instrutivas como as que
hoje lhe são dadas. Havia, como sabeis, na antigüidade alguns indivíduos
possuidores do que eles próprios consideravam uma ciência sagrada e da qual
faziam mistério para os que, aos seus olhos, eram tidos por profanos. Pelo que
conheceis das leis que regem estes fenômenos, deveis compreender que esses
indivíduos apenas recebiam algumas verdades esparsas, dentro de um conjunto
equívoco e, na maioria dos casos, emblemático. Entretanto, para o estudioso,
não há nenhum sistema antigo de filosofia, nenhuma tradição, nenhuma religião,
que seja desprezível, pois em tudo há germens de grandes verdades que, se bem
pareçam contraditórias entre si, dispersas que se acham em meio de acessórios
sem fundamento, facilmente coordenáveis se vos apresentam, graças à explicação
que o Espiritismo dá de uma imensidade de coisas que até agora se vos
afiguraram sem razão alguma e cuja realidade está hoje irrecusavelmente
demonstrada. Não desprezeis, portanto, os objetos de estudo que esses materiais
oferecem. Ricos eles são de tais objetos e podem contribuir grandemente para
vossa instrução.
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