“Não te peço
para que os tires do mundo, mas para que os livres do mal.” Jesus / João, 17:15.
Sem embaraço, é
nos vastos cenários da existência terrestre que o espírito reencarnado precisa
crescer para Deus, avançando na conquista das suas perfeições.
Lamentável é que
há tanto se pense que para servir a Deus e eximir-se dos erros, tenha-se que
fugir da convivência do mundo.
A formação das
escolas iniciáticas, monastérios e claustros, ao longo das experiências das
sociedades humanas, se teve a virtude de permitir o desenvolvimento das ferras
disciplinas em muitas almas, se conseguiu a valorização de hábitos de
trabalhos, dos mais simples aos mais elaborados, impôs neuroses múltiplas e
incontáveis torturas íntimas por causa da constante presença do pecado e das
fobias desconcertantes relativas aos poderes satânicos do mal.
Por outro lado,
o afastamento do aconchego familiar por parte de corações, na maioria das vezes
muito jovens e inexperientes, determinou o surgimento de irresolúveis ansiedades
e carências afetivas pertubadoras.
Criaturas meigas
e mansas aceitavam todos esse padecimentos como desígnios de Deus, como sua
missão terrena, e se convertiam eminentes servidores do bem, estendendo o amor
de suas almas dulcificadas. Outras, porém, a quem se impunha tal vivência,
fosse por imposição de castigos por parte da família, fosse por determinação da
orfandade, tornavam-se exemplares completos de frieza de insensibilidade e
mesmo de maldade extrema, dispostas aos crimes mais horrendos, em nome de Deus,
bandeando-se, muitas vezes, para viciações e incontinências, como se cometessem
inconscientes vinganças que, quanto mais as praticavam, mas se atormentavam em
seu âmago entre remorsos e revoltas.
A Visão do mundo
como um antro de perdição, incontestavelmente, é grave equívoco decorrente da
miopia espiritual dos indivíduos. O Senhor não nos situara num inferno a fim
de, sadicamente, punir-nos depois da queda.
O mundo é uma
escola que tende a alunos de vários níveis em incontáveis estágios de
compreensão e maturidade.
É no atritar das
diferenças que nasce a lucidez para o bom e para o belo. É desse conjunto de
contrastes que surge o discernimento entre o que nós é licito e o que nos é conveniente
(Paulo – I Cor, 10:23), de acordo com a advertência do Apóstolo Paulo.
Condenar o mundo
porque muitos se perdem será ignorar que nele também muitos se alcandoram,
muitos se iluminam.
Ver no mundo a
matriz de todos os males humanos será inculpar a boa escola porque grupos de
estudantes preferiram ser relapsos, dando as costas aos esforços, às nobres
disciplinas, à dedicação aos compromissos.
Quando Jesus
roga ao Pai pelos discípulos, que ficariam sem Sua presença física, comove-nos
ao valorizar as experiências do mundo, ainda quando sejam difíceis, enfatizando
a importância de que eles não tombassem nas ciladas do mal e pede, então que o
Pai Celeste dele os livre.
Do mesmo modo
que o Mestre, ao nos ensinar a orar (Jesus / Mateus, 6:13), roga ao Criador para
que não nos deixasse cair em tentação e que nos livrasse do mal que nos torna
maus indivíduos, agora Ele o repetiria ao pedir pelos Seus continuadores.
Não será difícil
perceber, então, que o que o grande problema para o espírito em experiências
libertadoras no mundo não é o mundo em si mesmo, mas os apelos de fora, que
entram em ressonância com a perturbação do íntimo, fechando o circuito das
tentações, capazes de nos incitar o desejo da fuga do equilíbrio do bem, o que
caracterizava a comunhão com a desarmonia do mal.
Não te peço para
que os tires do mundo...
Jesus é o Guia
Seguro da humanidade, perenemente de braços abertos, confiante em nossa vontade
de vencer o mundo tortuoso de dentro, que reflete perturbação do lado de fora,
e de abençoar o mundo dificultoso de fora, que nos proporciona valiosas e
felizes conquistas para o mundo renovado de dentro.
Livro: Quem é o
Cristo.
Espírito:
Francisco de Paula Vitor.
Médium: J. Raul
Teixeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário