“... Pilados, então, lhe disse: Sois, pois,
rei? Jesus lhe replicou: Vós o dissestes; eu sou rei; eu não nasci nem vim a
este mundo senão para testemunhar a verdade; qualquer que pertença à verdade
escuta minha voz.” - (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Capítulo
2, item 1.)
Não vemos a
verdade, conforme afirmou Jesus Cristo, porque nossa mente trabalha sem estar
ligada aos nossos sentidos e emoções mais profundos.
As ilusões nos
impedem que realmente tenhamos os olhos de ver, e porque não buscamos a verdade
projetamos nos outros o que não podemos aceitar como nosso. Tentamos nos livrar
de nossos próprios sentimentos atribuindo-os a outras pessoas. Adão disse a
Deus: “Eu não pequei, a culpa foi da mulher que me tentou”. Eva se desculpa
perante o Criador: “Toda a discórdia ocorrida cabe à maldita serpente”. Assim
somos todos nós. Quando desconhecemos os traços de nossa personalidade,
condenamos fortemente e responsabilizamos os outros por aquilo que não podemos
admitir em nós próprios.
Nossa visão
sobre as coisas pode enganar-nos, pode estar disforme sob determinados pontos
de vista, pois em realidade ela se forjou entre nossas convicções mais
profundas, sobre aquilo que nós convencionamos chamar de certo e errado, isto
é, verdadeiro ou falso.
Na infância. por
exemplo, se fomos repreendidos duramente por demonstrarmos raiva, se fomos
colocados em situações vexatórias por aparentarmos medo, ou se fomos
ridicularizados por manifestarmos afeto e carinho, acabamos aprendendo a
reprimir essas emoções por serem consideradas feias, erradas e pecaminosas por
adultos insensíveis e recriminadores.
Porém, não damos
conta de que, ao adotarmos essa postura repressora, tornamo-nos criaturas
inseguras e fracas e, a partir daí, começamos a não confiar mais em nós mesmos.
Se a nossa
verdade não é admitida honestamente, como podemos nos aproximar da Verdade
Maior?
Sentir medo ou
raiva, quando houver necessidades autênticas, seja para transpor algum
obstáculo, seja para vencer barreiras naturais, é perfeitamente compreensível,
porque a energia da raiva é um importante “fator de defesa”, e o medo é um
prudente mediador em “situações perigosas”.
Para que
possamos encontrar a Verdade, à qual se referia Jesus, é preciso aceitar a
nossa verdade, exercitando o ―sentir‖ quanto às nossas emoções, e adequá-las
corretamente na vida. A sugestão feliz é o equilíbrio e a integração de nossas
energias íntimas, e nunca a repressão e o entorpecimento, nem tampouco a entrega
incondicional simplesmente.
O que é a
Verdade? Disse o Mestre: “Vim ao mundo para dar testemunho da Verdade; todo
aquele que é da Verdade ouve a minha voz”.
Cremos no que
vemos, mas muitas vezes os órgãos dos sentidos nos enganam. Vejamos alguns
exemplos:
A Terra parece
parada; o arco-íris nada mais é do que raios de sol atravessando gotículas
d‘água; e certas estrelas que vislumbramos nos céus já não existem, contudo,
devido às distâncias enormes a serem percorridas, as suas luzes continuam
aportando na atmosfera de nosso planeta, dando-nos a falsa impressão de vida
real.
Cremos no que
nos disseram, e, embora não sejam situações vivenciadas ou experimentadas por
nós, aceitamos como “verdades absolutas”, quando de fato eram “conceitos
relativos”.
Maneiras erradas
de se ver a sexualidade, a religião, o casamento, as raças e as profissões
distanciam-nos cada vez mais da realidade das situações e das criaturas com as
quais convivemos.
Em vista disso,
procuremos sintonizar-nos com os olhos espirituais, porquanto nossa percepção
intuitiva é mais ampla e precisa que a visão física. E abramos as comportas de
nossa alma, para que captemos as inspirações divinas que deliberam a vida em
toda parte.
Somente assim
estaremos mais perto de conhecer a Verdade à qual se referia o Mestre Jesus.
Livro: Renovando
Atitudes.
Espírito:
Hammed.
Médium:
Francisco do Espírito Santo Neto.
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