Ao se renovar,
o homem transformará o mundo. Não devemos voltar nossa atenção para modificar
as coisas de fora, mas para aprimorar ou despertar as coisas da nossa
intimidade.
Ressonância
vem do latim resonantia, aquilo que ressoa, que faz eco, que retumba. É um
fenômeno físico que ocorre pela propagação de ondas sonoras em todas as direções.
Pode começar por uma alteração mecânica qualquer - uma janela que bate, uma voz
aguda, o bater de palmas ou o tocar de uma tecla de piano. Essas ondas em movimento
é que são ouvidas. É a ressonância.
Entretanto, os
sons jamais procedem aleatoriamente, pois obedecem a certas leis imutáveis da
Natureza. Quando passamos por um extenso vale ou por um penhasco e, por
exemplo, emitimos um ruído qualquer, o ricochete da onda sonora faz com que ele
seja claramente percebido como um sinal distinto do transmitido originalmente.
O ruído das trovoadas nas montanhas é uma seqüência de reflexos que ecoam,
constituindo o fenômeno denominado reverberação.
A harmonia ou
o desequilíbrio no ambiente familiar é, na verdade, uma "ressonância ou
reverberação pessoal ou coletiva" resultante das atividades mentais do
"eu" individual ou grupal que formam o clima energético da moradia.
Os momentos infelizes que vivenciamos com nossos familiares são aprendizagens
que necessitam ser assimiladas em nosso universo interior. Segundo o exímio
escritor francês Voltaire, "o acaso nada mais é do que a causa ignorada de
um efeito desconhecido".
"Os pais
transmitem, freqüentemente, aos filhos uma semelhança física. Transmitem também
uma semelhança moral?'
"Não, uma
vez que têm alma ou Espírito diferentes. O corpo procede do corpo, mas o
Espírito não procede do Espírito. Entre os descendentes das raças não há senão
consangüinidade."
Da mesma forma
que não podemos protestar ou lutar contra os ecos que ressoam pelo efeito de
nossos próprios ruídos ou palavras, igualmente não devemos ralhar com as pessoas
ou fatos da vida doméstica, pois são somente reflexos da realidade
interior,atraídos e materializados pelo nosso estado de consciência. Enorme é a
aflição daqueles que não sabem que criam aquilo que vivem, já que se sentem
impotentes nasmãos de uma força que não compreendem.
No entanto,
quase todos nós fazemos exatamente isso em nosso cotidiano. Lutamos e discutimos
contra as ocorrências, os comportamentos e atos externos em nosso ambiente
social ou domiciliar, sem nunca nos voltarmos para dentro de nós mesmos, perguntando-nos
onde está a verdadeira raiz do conflito. O sábio observa os acontecimentos como
quem olha para o espelho; nossa realidade reflete aquilo que somos.
Ninguém em sã
consciência brigaria com o próprio "eco", pois estaria, na
realidade,lutando contra si mesmo. Ao fazermos esse jogo imaturo, tomamos para
nós uma luta inglória, em que não há vencedores, apenas vencidos. Quem
deveríamos derrotar numa batalha em que escutamos apenas a própria voz ecoando?
Indivíduos de
uma mesma família precisam perceber seu poder de ação na atmosfera energética
familiar, analisando os atos e atitudes vivenciadas no dia-a-dia, como se estivessem
expostos numa "vitrina". A partir dessa observação, cabe-lhes alterar
comportamentos inadequados e rever posturas de inflexibilidade.
A Providência
Divina nos ensina auto-responsabilidade aliada à renovação. Ela tem seus
próprios critérios e age dentro das leis imutáveis da vida, não se ajustando
aos caprichosos padrões impostos pela sociedade. Nossos atos e atitudes
escrevem nosso destino. Nós somos responsáveis pela parentela que temos e pela
forma como convivemos com ela.
Ao se renovar,
o homem transformará o mundo. Não devemos voltar nossa atenção para modificar
as coisas de fora, mas para aprimorar ou despertar as coisas da nossa intimidade.
É antigo o
hábito que desenvolvemos de procurar no mundo exterior uma desculpa para tudo o
que ocorre de negativo em nossa existência. Culpar os outros pelo que nos acontece
é cultivar a ilusão de que não somos nós que atraímos nossos conflitos e dificuldades.
É preciso entender que as energias mentais que irradiamos são responsáveis por
tudo o que atraímos em nossa vida. Devemos assumir essa responsabilidade
perante a própria existência.
A aprendizagem
é nossa e ninguém poderá fazê-la por nós, assim como nós não poderemos fazê-la
pelos outros. Quanto mais depressa aprendermos isso, menos sofreremos e mais
rápido encontraremos harmonia no lar.
Criamos uma
lista enorme de culpados aos quais atribuímos a responsabilidade pelo nosso
destino infeliz - desajustes da família atual, erros das vidas passadas, ações doentias
de Espíritos perturbadores. Acreditamos, enfim, que somos vítimas indefesas e
impotentes de tudo e de todos. A teoria da culpa encontrou uma imensa massa de adeptos
nos dias atuais.
"De onde
provêm as semelhanças morais que existem, algumas vezes, entre pais e filhos?
São Espíritos simpáticos, atraídos pela semelhança de suas tendências? (Livro
dos Espíritos – Allan Kardec ,questão 207)
No processo
reencarnatório, os Espíritos são "atraídos pela semelhança de suas tendências";
portanto, é nosso reino interior que atrai aqueles que serão nossos familiares,
criaturas com específica estrutura íntima e valores ajustados a um determinado
padrão evolutivo. Nelas encontraremos apoio para aprimorar nossas capacidades e
estímulo para despertar nossas habilidades e possibilidades inatas.
“As
semelhanças morais que existem, algumas vezes, entre pais e filhos" (LE –
207-a Allan Kardec), são "tipos de mentalidade" que se identificam
por suas conquistas ou carências, a fim de se reorganizarem interiormente ou
continuarem o despertar dos potenciais adormecidos da alma. Em muitos casos,
nunca se conheceram em outras existências, mas se unem por possuírem as mesmas
inclinações, os mesmos conflitos, hábitos, vocações, valores e desajustes
psicológicos. Todavia, seja qual for o tipo de união, a relação que se estabelece
entre eles é para que vençam a si mesmos, reajustem as dificuldades mentais,
emocionais e sentimentais e prossigam efetuando a renovação da própria alma.
Livro: Os Prazeres
da Alma
Francisco do
Espírito Santo Neto.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
207 - Os pais
transmitem, freqüentemente, aos filhos uma semelhança física. Transmitem também
uma semelhança moral?
Resposta: Não, uma vez que têm
alma ou Espírito diferentes. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não
procede do Espírito. Entre os descendentes das raças não há senão
consangüinidade.
207-a - De
onde provêm as semelhanças morais que existem, algumas vezes, entre pais e
filhos?
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