Dá-lhe do fruto das suas mãos, e
de público a louvarão as suas obras. - Pv. 31, v. 31.
A gratidão
demonstra a superioridade da Alma na regência da humildade. É de se crer que o
beneficiado sentiu o amor de Deus, através do seu benfeitor.
Todo benfeitor
está na escola do desprendimento, e principalmente quando dá sem exigência,
quando ajuda sem pensar em comerciar com quem recebe. Dádiva divina é aquela
que consegue o perfume da caridade.
Meu filho, se
tuas mãos estão cheias de frutos, reparte-os com quem ainda não os possui, e
procura fazê-lo sem corar o faminto; ele é uma parte de ti. Certamente, o
público, com espaço de tempo, te louvará; todavia, não deves esperar isso.
Reconhece que o dever de cada um é servir, quando puder, sem esperar
agradecimento.
Se fores o
beneficiado, eis que aí é outra coisa; envolve, depressa, o teu coração com
fineza, e reconhece, com bondade, aquele que te amparou. Não queiras descobrir
qual foi a motivação que o levou a isso; a gratidão cristã desconhece
exigências.
A primeira
gratidão, que devemos ter, é pelo Pai Celestial, que nos deu a vida, que nos
deu a paz, e que nos dá, constantemente, o amor. Depois, pelo próximo, porque
não conseguimos viver bem sem ele.
Quem endurece
os sentimentos e não consegue sentir o tanto que recebe dos outros, por vias
incontáveis, fecha as portas para muitas alegrias.
Se és patrão,
analisa: se não fossem os teus operários, o que seria da tua posição? Se és
empregado, sinta pelo raciocínio: se não fossem os recursos do teu patrão, que
seria de ti?
Um e outro
devem agradecer a Deus, e mutuamente, não somente por palavras, mas pelo que
podem fazer a mais.
Se não
consegues ser humilde, por amor, esforça-te para o seres, com todas as tuas
forças já adquiridas, pois a continuidade desse trabalho poderá levar-te à
verdadeira serenidade.
Dentro de
todas as criaturas existem dons espirituais. Nos Espíritos Superiores esses
talentos já afloraram. É, no entanto, lei divina que, repartindo-se com os
outros e na sequência de doação, despertará, nos que dormem, as mesmas
qualidades que Deus deu a cada um.
Se fores muito
solicitado para dar conselhos, por petitórios sem conta, não te revoltes com os
pedintes. Ninguém joga pedras, nem dá varadas em árvores que não têm frutos.
Agradece à
vida pela oportunidade de seres grato.
E esforça-te
para esquecer, quando passar pela tua mente que não precisas dos outros. Fomos
feitos interligados uns aos outros, e a vida de um depende da vida de todos, e
todos de Deus.
Livro: Tuas Mãos
Pelo Espírito Carlos
Médium: João Nunes Maia.
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