“... Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor!
entrarão no reino dos céus: mas somente entrará aquele que faz a vontade do meu
Pai, que está nos céus...” (Evangelho Seg. o Espiritismo – Allan Kardec, Capítulo
18, item 6)
Os bons
dicionários definem comunicação como ato ou efeito de transmitir e receber
mensagens e que envolve duas ou mais pessoas. É o processo de permutar
conceitos, gestos, ideais ou conhecimentos, falando, escrevendo ou através do
simbolismo dos sinais e expressões.
Enquanto a
conversação entre dois indivíduos tem um caráter mais restrito de comunicação,
as atitudes que acompanham os diálogos têm um poder de comunicação mais amplo,
eloqüente e determinante.
O mecanismo
que envolve a comunicação divide-se em três propriedades básicas dos seres
humanos e se torna possível porque usamos nossa “percepção” ou “sensibilidade”
para captar as informações; depois avaliamos para poder interpretar e
compreender a mensagem; e, finalmente, “expressamo-nos” com palavras ou
atitudes, baseadas nas reações emocionais provocadas pela maneira como
integramos aquela mesma mensagem.
As
circunstâncias existenciais de nossa vida de relação são o resultado direto de
nossas atitudes interiores. Precisamos prestar atenção nos conteúdos de
informação que recebemos, não somente pelas mensagens diretas, mas também por
aquelas que absorvemos entre conteúdos simbólicos, inconscientes e
subentendidos, na chamada comunicação “além da
comunicação” convencional.
Jesus Cristo considerou a
importância da palavra aliada ao crer, quando disse: “não afeteis orar muito em
vossas preces, como fazem os gentios, que pensam ser pela multidão de palavras
que serão atendidos”. (Jesus / Mateus 6:7.)
O Mestre
disse que não seria pela “multidão de palavras” que nossas súplicas seriam
atendidas, mas que os sentimentos silenciosos seriam fatores essenciais, ou
seja, a sinceridade provida de vontade firme, intensidade e determinação,
unidas pela “convicção”, seriam conseqüentemente a forma ideal para os nossos
pedidos e apelos à Divindade.
O simples
pedido labial não tem a mesma potência do pedido estruturado em pensamentos
concretos e firmes atitudes interiores.
Dizer por
dizer “Senhor! Senhor!” não nos dará permissão para ingressar no Reino dos
Céus, “mas somente entrarão aqueles que fazem a vontade de meu Pai”, quer
dizer, os que usam o desejo e o empenho como alavancas propulsoras em suas
palavras e solicitações.
Os
estudiosos do comportamento dizem que todos nós, desde a infância, recebemos
através da comunicação um maior ou menor desenvolvimento psicoemocional.
Afirmam que
as informações recebidas através dos órgãos da linguagem - essencialmente
dentro de casa, dos pais e irmãos, ou fora da família, dos tios, primos, avós
ou amigos - agem sobre nós proporcionando recursos valiosos e determinantes
sobre nosso modo de pensar, e atraem pessoas e coisas ao nosso redor. Certas
informações, porém, captadas pelas crianças e adolescentes, explicam esses
mesmos estudiosos, são transmitidas através da comunicação não-verbal:
expressões corporais, mímicas, trejeitos do rosto, tonalidades, suspiros,
lágrimas, gestos de contrariedade ou movimento das mãos. O comportamento, as
expressões carinhosas e os monólogos da mãe com o feto na vida intra-uterina
são comunicações superinfluenciadoras na estrutura emocional e espiritual das
crianças em formação.
Todos nós
recebemos e transmitimos mensagens articuladas constantemente, retendo ou não
essas mesmas informações. Realizamos somas ou subtrações mentais com palavras e
atitudes vivenciadas hoje e com outras recebidas ontem, para chegarmos a novos
conceitos e conclusões da realidade.
Reconstituímos
ocorrências passadas, antevemos fatos futuros, iniciamos e alteramos processos
fisiológicos na intimidade de nosso organismo com nossas afirmações verbais
negativas e positivas. Assim, compreendemos que a palavra tem uma importância
inegável: ela cria vínculos de natureza mental, emocional e psicológica, altera
o intercâmbio psíquico-espiritual e atua na formação de nossa personalidade,
por meio da interação palavras/ atitudes.
Em síntese,
o poder da palavra em nossa vida é fundamental, e, se observarmos a reação de
nossas afirmações e atos, descobriremos que eles não retornarão jamais vazios,
mas repletos do material emitido.
Segundo o
apóstolo Mateus, “por nossas palavras seremos justificados, e por nossas
palavras seremos condenados”, (Jesus / Mateus 12:37.), pois diálogos são pensamentos
que se sonorizam e criam campos de energia condensada dentro e fora de nós.
Reformulemos,
se for o caso, as comunicações ou atitudes que recebemos na infância. Se
porventura foram de severidade e rispidez, se nos menosprezaram com mensagens
negativas constantes, repetitivas e depreciativas, poderão ser elas a razão de
nossos sentimentos de inferioridade, rejeição e agressividade compulsórias.
Não diga
“que dia horrível!” porque simplesmente está chovendo. A dramaticidade é um dos
fatores traumáticos de nossa existência, pois muitas dessas expressões
despretensiosas, repetidas muitas vezes, podem-nos conduzir a verdadeiros
turbilhões vivenciais.
Nossas
palavras são filamentos sonoros revestidos de nossos sentimentos, e nossas atitudes
são o resultado de expressões assimiladas e determinadas pelo nosso
comportamento mental.
Livro:
Renovando Atitudes
Hammed /
Francisco do Espirito Santo Neto
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