"Eu
venci o mundo". - Jesus/ Mt, 14:27.
Ele chegara
ao mundo das espessas sombras num período decisivo para todos quantos no mundo
se achavam.
Viera
apresentar um modo diferente de viver, de enfrentar dificuldades, de tratar
amigos e adversários perseguidores. Viera, ainda, ensinar quão precário é o
poder do mundo da matéria e quão passageiras são as posses que mudam de mãos
num piscar de olhos.
Disse Jesus
que amigo é aquele que é capaz de dar a sua vida pela do outro. (Jo, 15:13 ). E
Ele mesmo ofertou a Sua a todos, pois todos eram alvos do Seu amor.
Jesus
orientou para que amássemos os inimigos e orássemos pelos perseguidores e
caluniadores. (Mt, 5:44). E Ele o fez de maneira comovedora.
Ensinou o
Mestre que não deveríamos nos perturbar pela posse do ouro. E Ele, por seu
turno, não tinha onde reclinar a cabeça.
Sugeriu o
Senhor nos ocupássemos por conquistar as verdadeiras riquezas para a alma:
aquelas que não sofrem a ação das traças, os desgastes do tempo, tampouco a
usurpação de gatunos, (Lc, 12:33). E viveu a exemplificar as mais afortunadas
virtudes interiores da alma.
Jesus
Cristo chegou à Terra com disposição para alterar os estatutos dos preconceitos
absurdos, para desfazer a teia da hipocrisia, ensinando-nos a construir
conceitos novos sobre diversos elementos que marcam a vida terrena.
À frente
dos que vociferavam ansiosos por apedrejar a mulher flagrada em adultério, não
desdenhou os princípios sociais das leis de Moisés, nem incentivou o movimento
covarde. Reptou os que estivessem livres de erro, naquela área do
comportamento, para que iniciassem o apedrejamento. (Jo, 8:7).
Diante dos
que O censuravam porque mantinha afável relacionamento com criaturas tidas como
de vida irregular, surpreendeu a todos ao afirmar que são os doentes que têm
necessidade de médico. (Mc, 2:17).
A todo
momento Jesus se reportava ao Criador como o Pai Celeste, Pai da imensa família
cósmica. Afirmou que em Seus domínios muitas moradas havia. (Jo, 14:2), ao
mesmo tempo em que asseverou que seus pais e seus irmãos eram todos os que, nos
trilhos da luz do progresso, realizavam a vontade do Pai do Céu. (Mt, 12:48).
A Sua
atuação à frente das mazelas humanas era de ensino e correção, socorrendo o
faltoso; a Sua postura junto aos rebeldes e aos indiferentes era de paciência,
aguardando o trabalho do tempo enquanto lhes propunha a busca da harmonização
íntima; diante das autoridades do mundo, vivenciava o respeito devido a sua
função, sem descer ao nível do temor ou da bajulice injustificáveis.
Em Jesus,
tudo era luz de nova oportunidade. Com Jesus, o aprendizado de todo momento
enriquecia os que O acompanhavam.
Quando
atraiçoado e detido, ensinou coragem e confiança no Pai. Sob o azorrague e sob
a cruz que conduziu ao topo da montanha, deu testemunho da dor silenciosa e do
sofrimento sem mágoa. Quando imolado, no madeiro, de corpo macerado, levou a
alma aos lábios e suplicou em favor dos algozes inconscientes.
Ao
regressar ao seio dos amigos, vencida a morte e rompida a lápida do túmulo, não
poderia ser outro o Seu cântico de glória e sua determinação de confiança:
Tende bom ânimo, porque eu venci o mundo.
Sem
embargo, Jesus vencera o mundo das aparências, das ilusões, da soberba, das
vinditas, das paixões inferiores, enfim.
Ele é quem
nos ensina, com a Sua própria vida, a não nos submeter a esses tempos de
obsessões variadas que vergastam a vida no nosso planeta. Jesus é aquele que
nos reforça a coragem para sermos capazes de controlar as paixões terrenas
subalternas, para não sucumbirmos ao seu império devastador, alcançando essa
importantíssima vitória sobre nós mesmos e sobre o mundo.
Livro: Quem é o Cristo?
Francisco de Paula Vitor /
Médium: Raul Teixeira.
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