Cada criatura
mora espiritualmente na seara a que se afeiçoa.
É assim que,
se o justo arrecada prêmios da retidão, o delinqüente, em qualquer parte,
recolhe os frutos do crime.
O obreiro do Senhor,
por isso mesmo, onde surja, é conhecido por traços essenciais.
Não cogita do
próprio interesse.
Não exige
cooperação para fazer o bem.
Não cria
problemas.
Não suspeita
mal.
Não cobra
tributos de gratidão.
Não arma
ciladas.
Não converte o
serviço em fardo insuportável nos ombros do
companheiro.
Não transforma
a verdade em lâmina de fogo no peito dos
semelhantes.
Não reclama
santidade nos outros, para ser útil.
Não fiscaliza
o vintém que dá.
Não espia os
erros do próximo.
Não promove o
exame das consciências alheias.
Não se cansa
de auxiliar.
Não faz greve
por notar-se desatendido.
Não desconhece
as suas fraquezas.
Não cultiva
espinheiros de intolerância.
Não faz
coleção de queixas.
Não perde
tempo em lutas desnecessárias.
Não tem a boca
untada com veneno.Não sente cóleras sagradas.
Não ergue
monumentos ao derrotismo.
Não se
impacienta.
Não se exibe.
Não acusa.
Não critica.
Não se
ensoberbece.
Entretanto,
freqüentemente aparece na Seara Divina quem condene os outros e iluda a si
mesmo, supondo-se na posse de imaginária dominação.
O obreiro do
Senhor, todavia, encarnado ou desencarnado, em qualquer senda de educação e em
qualquer campo religioso, segue à frente, ajudando e compreendendo, perdoando e
servindo, para cumprir-lhe, em tudo, a sacrossanta Vontade.
Livro: Religião
dos Espíritos.
Emmanuel /
Chico Xavier.
Estudando o
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
QUESTÃO 897 - As virtudes e os vícios
897. Merecerá
reprovação aquele que faz o bem, sem visar a qualquer recompensa na Terra, mas
esperando que lhe seja levado em conta na outra vida e que lá venha a ser
melhor a sua situação? E essa preocupação lhe prejudicará o progresso?
Resposta: O
bem deve ser feito caritativamente, isto é, com desinteresse.
897a -
Contudo, todos alimentam o desejo muito natural de progredir, para forrar-se
à penosa condição desta vida. Os
próprios Espíritos nos ensinam a praticar o bem com esse objetivo. Será, então,
um mal pensarmos que, praticando o bem, podemos esperar coisa melhor do que
temos na Terra?
Resposta: Não,
certamente; mas aquele que faz o bem, sem idéia preconcebida, pelo só prazer de
ser agradável a Deus e ao seu próximo que sofre, já se acha num certo grau de
progresso, que lhe permitirá alcançar a felicidade muito mais depressa do que
seu irmão que, mais positivo, faz o bem por cálculo e não impelido pelo ardor
natural do seu coração.
897b - Não
haverá aqui uma distinção a estabelecer-se entre o bem que podemos fazer ao
nosso próximo e o cuidado que pomos em corrigir-nos dos nossos defeitos?
Concebemos que seja pouco meritório fazermos o bem com a idéia de que nos seja
levado em conta na outra vida; mas será igualmente indício de inferioridade
emendarmo-nos, vencermos as nossas paixões, corrigirmos o nosso caráter, com o
propósito de nos aproximarmos dos bons Espíritos e de nos elevarmos?
Resposta: Não,
não. Quando dizemos - fazer o bem, queremos significar - ser caridoso. Procede
como egoísta todo aquele que calcula o que lhe possa cada uma de suas boas
ações render na vida futura, tanto quanto na vida terrena. Nenhum egoísmo,
porém, há em querer o homem melhorar-se, para se aproximar de Deus, pois que é
o fim para o qual devem todos tender.
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