Desce,
elevando aqueles que te comungam a convivência, para que a vida em torno suba
igualmente de nível.
Se sabes, não
firas o ignorante. Oferece-lhe apoio para que se liberte da sombra.
Se podes, não
oprimas o fraco. Ajuda-o, de alguma sorte, a fortalecer-se, para que se faça
mais útil.
Se
entesouraste a virtude, não humilhes o companheiro que o vicio ensandece. Estende-lhe
a bênção do amor como adequada medicação.
Se te sentes
correto, não censures o irmão transviado em desajustes do espírito. Dá-lhe o
braço fraterno para que se renove.
Se ajudas, não
recrimines quem te recebe o socorro. Pão
amaldiçoado é veneno na boca.
Se ensinas,
não flageles quem te recebe a lição. Benefício com açoite é mel em taça
candente.
Auxilia em
silêncio para que o teu amparo não se converta em tributo espinhoso na
sensibilidade daqueles que te recolhem a dádiva, porque toda caridade a
exibir-se no palanque das conveniências do mundo é sempre vaidade, em forma de
serpe no coração, e toda modéstia que pede o apreço dos outros, para exprimir-se,
é sempre orgulho em forma de lodo nos escaninhos da alma.
Nesse sentido,
não te esqueças do Mestre que desceu até nós, revelando-nos como sublimar a
existência.
Anjo entre os
anjos, faz-se pobre criança necessitada do arrimo de singelos pastores; sábio
entre os sábios, transforma-se em amigo anônimo de pescadores humildes,
comungando-lhes a linguagem; instrutor entre os instrutores, detém-se, bondoso,
entre enfermos e aflitos, crianças e mendigos abandonados, para abraçar-lhes a
luta e, juiz dos juízes, não se revolta por sofrer no tumulto da praça o iníquo
julgamento do povo que o prefere a Barrabás, para os tormentos imerecidos.
Todavia, por
descer, elevando quantos lhe não podiam compreender a refulgência da altura, é
que se fez o caminho de nossa ascensão espiritual, a verdade de nosso gradativo
aprimoramento e a vida de nossas vidas, a erguer-nos a alma entenebrecida no erro,
para a vitória da luz.
Livro: Religião
dos Espíritos - 28
Emmanuel /
Chico Xavier.
Estudando
o Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
QUESTÃO 1018 - Paraíso, inferno e purgatório
1018. Em que
sentido se devem entender estas palavras do Cristo: Meu reino não é deste
mundo?
Resposta: Respondendo
assim, o Cristo falava em sentido figurado. Queria dizer que o seu reinado se
exerce unicamente sobre os corações puros e desinteressados. Ele está onde quer
que domine o amor do bem. Ávidos, porém, das coisas deste mundo e apegados aos
bens da Terra, os homens com ele não estão.
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