sábado, 2 de maio de 2020

A IRMANDADE UNIVERSAL DA DIVINA CAUSA

Foi quando se desenhou, na tribuna de neve translúcida, majestosa figura de um parlamentário, parecendo-me que ali se materializara, por um processo misterioso e em forma humana, o anjo celeste, no qual se destacavam todas as perfeições.
Irradiava do seu olhar benigno e fulgurante uma onda de indescritível ternura, que transbordava na sua voz, saturada de suavidade e doçura:
- “Irmãos – começou ele – a nossa prece, o hino dos nossos corações, mistura-se a todas as harmonias do Infinito, elevando-se para Deus numa corrente de melodia e de aroma. O laço que neste momento une os nossos espíritos, misto de luzes da contextura estelar, igualmente prende todos os sistemas planetários do Ilimitado, que se irmanam no amor mais sublime à sua Divina Causa.
Vós, que aqui vos encontrais, vindos das remotas plagas das sombras terrenas! Possuídos de angústia e de esperança, que se refletem nas lágrimas dos vossos olhos, no íntimo ainda guardais acerbas recordações da existência no exílio, como os carvões que sobrevivem no coração da Terra longínqua sob os escombros das florestas incendiadas. Constituís, por isso, a multidão de almas errantes e sofredoras, perambulando em derredor dos objetos que formaram a paisagem das vossas miragens enganadoras, porque a única vida real é a vida do espírito de posse da sua liberdade preciosa”.
Livro: Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier.

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