quinta-feira, 31 de maio de 2012

Reprogramação

Nascestes no lar de que precisavas.
Vestiste o corpo físico que merecias.
Moras no melhor lugar que Deus poderia te proporcionar, de acordo com o teu adiantamento.
Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades; nem mais nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.
Teus parentes e amigos são almas que atraístes com tuas próprias afinidades.
Portanto, teu destino está constatemente sob teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitudes, são as fontes de atração e de repulsão na tua jornada vivencial.
Não reclames nem te faças de vítima. Antes de tudo, analisa e observa. A mudança está em tuas mãos.
Reprograma tua meta. Busca o bem e viverás melhor.
Francisco do Espírito Santo Neto.. Pelo Espírito Hammed. Página psicografada por Francisco do Espírito Santo Neto em reunião pública na Sociedade Espírita Boa Nova, Catanduva/SP, em 06/03/1996.

Renunciar

"E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna." - Jesus (MATEUS, capítulo 19, versículo 29.)
Neste versículo do Evangelho de Mateus, o Mestre Divino nos induz ao dever de renunciar aos bens do mundo para alcançar a vida eterna. Há necessidade, proclama o Messias, de abandonar pai e mãe, mulher e irmãos do mundo. No entanto, é necessário esclarecer como renunciar.
Jesus explica que o êxito pertencerá aos que assim procederem por amor de seu nome.
A primeira vista, o alvitre divino parece contra-senso.
Como olvidar os sagrados deveres da existência, se o Cristo veio até nós para santificá-los?
Os discípulos precipitados não souberam atingir o sentido do texto, nos tempos mais antigos.
Numerosos irmãos de ideal recolheram-se à sombra do claustro, esquecendo obrigações superiores e inadiáveis.
Fácil, porém, reconhecer como o Cristo renunciou.
Aos companheiros que o abandonaram aparece, glorioso, na ressurreição. Não obstante as hesitações dos amigos, divide com eles, no cenáculo, os júbilos eternos. Aos homens ingratos que o crucificaram oferece sublime roteiro de salvação com o Evangelho e nunca se descuidou um minuto das criaturas.
Observemos, portanto, o que representa renunciar por amor ao Cristo. É perder as esperanças da Terra, conquistando as do Céu.
Se os pais são incompreensíveis, se a companheira é ingrata, se os irmãos parecem cruéis, é preciso renunciar à alegria de tê-los melhores ou perfeitos, unindo-nos, ainda mais, a eles todos, a fim de trabalhar no aperfeiçoamento com Jesus.
Acaso, não encontras compreensão no lar? os amigos e irmãos são indiferentes e rudes?
Permanece ao lado deles, mesmo assim, esperando para mais tarde o júbilo de encontrar os que se afinam perfeitamente contigo. Somente desse modo renunciarás aos teus, fazendo-lhes todo o bem por dedicação ao Mestre, e, somente com semelhante renúncia, alcançarás a vida eterna.
Emmanuel / Chico Xavier.
Livro:Caminho, Verdade e Vida. 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Laŭ bona logiko / Em Boa Lógica

Laŭ bona logiko
Kiu malamon nutras, tiu fajron  ĵetas en sian propran koron.
Kiu nutras malvirton, tiu fariĝas al ĝi sklavo.
Kiu sin donas al senokupeco, tiu amasigas neĝon ĉirkaŭ si.
Kiu koleras, tiu estas mem turmentisto de sia animo.
Kiu amas mallaŭdi,tiu ĵetas ŝtonojn kontraŭ sin mem.
Kiu kreas malfacilajn situaciojn, tiu plimultigas la malhelpojn, en kiuj li troviĝas.
Kiu rapidece juĝas, tiu estas ĉiam juĝata rapidece.
Kiu fariĝas specialisto pri eltrovado de malbono, tiu malfacile vidas bonon.
Kiu ne deziras porti jugon, tiu ne kapablas servi.
Kiu senĉese lamentadas, tiu irados sub pluvo da larmoj. 
Andreo Ludoviko / Chico Xavier (Libro: Kristana Agendo).
Em Boa Lógica
Quem alimenta o ódio, atira fogo ao próprio coração.
Quem sustenta o vício, encarcera-se nele.
Quem cultiva a ociosidade, faz neve em torno de si.
Quem se encoleriza, é inquisidor da própria alma.
Quem estima a censura, lança pedras sobre si mesmo.
Quem provoca situações difíceis, aumenta os obstáculos em que se encontra.
Quem se precipita no julgar, é sempre analisado à pressa.
Quem se especializa na identificação do mal, dificilmente verá o bem.
Quem não deseja suportar, é incapaz de servir.
Quem vive colecionando lamentações, caminhará sob a chuva de lágrimas.
André Luiz / Chico Xavier (Agenda Cristã)

A Cada Um

"Levanta-te direito sobre os teus pés." - Paulo. (ATOS, capítulo 14, versículo 10.)
De modo geral, quando encarnados no mundo físico, apenas enxergamos os aleijados do corpo, os que perderam o equilíbrio corporal, os que se arrastam penosamente no solo, suportando escabrosos defeitos. Não possuímos suficiente visão para identificar os doentes do espírito, os coxos do pensamento, os aniquilados de coração.
Onde existissem somente cegos, acabaria a criatura perdendo o interesse e a lembrança do aparelho visual; pela mesma razão, na Crosta da Terra, onde esmagadora maioria de pessoas se constituem, de almas paralíticas, no que se refere à virtude, raros homens conhecem a desarmonia de saúde espiritual que lhes diz respeito, conscientes de suas necessidades incontestes.
Infere-se, pois, que a missão do Evangelho é muito mais bela e mais extensa que possamos imaginar. Jesus continua derramando bênçãos todos os dias. E os prodígios ocultos, operados no silêncio de seu amor infinito, são maiores que os verificados em Jerusalém e na Galiléia, porquanto os cegos e leprosos curados, segundo as narrativas apostólicas, voltaram mais tarde a enfermar e morrer. A cura de nossos espíritos doentes e paralíticos é mais importante, porquanto se efetua com vistas à eternidade.
É indispensável que não nos percamos em conclusões ilusórias. Agucemos os ouvidos, guardando a palavra do apóstolo aos gentios. Imprescindível é que nos levantemos, individualmente, sobre os próprios pés, pois há muita gente esperando as asas de anjo que lhe não pertencem.
Emmanuel / Chico Xavier. 
Livro: Caminho, Verdade e Vida. 

terça-feira, 29 de maio de 2012

Os Sábios Reais

"Quem dentre vós é sábio e entendido mostre por seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria". (Tiago, 3:13)
Milhares de pessoas senhoreiam os tesouros da instrução, multiplicando títulos, no campo social, para fugirem, incompreensivelmente, do trabalho e da fraternidade.
Aqui temos um bacharel que, por haver conquistado um diploma profissional, declara-se incapaz de efetuar a limpeza da própria roupa, quando necessário; ali vemos uma jovem musicista que, por haver atravessado os salões de um conservatório, afirma-se inabilitada para servir as refeições no próprio lar. Além, observamos um negociante inteligente que, por haver explorado a confiança alheia, recolhe-se nos castelos da finança segura, asseverando-se entediado do contato com a multidão, que lhe conferiu a prosperidade. Mais adiante notamos religiosos de vários matizes que, depois de se declararem consolados e esclarecidos pela fé, começam a ironizar os irmãos infelizes ou ignorantes que, em nome de Deus, lhes aguardam os testemunhos de bondade e de amor.
Na vida espiritual, todavia, os verdadeiros sábios são conhecidos por ângulos diferentes.
Os verdadeiros amigos da luz revelam-se através da generosidade pessoal. Sabem que o isolamento é orgulho, que a violência é crueldade, que a exigência descabida é serviço da treva, que o sarcasmo é perturbação... Reconhecem que a sabedoria é paternidade espiritual, cheia de compreensão e carinho, e, por isso, sem qualquer humilhação a ninguém, auxiliam a todos, indistintamente, acendendo, com amor, na escura ignorância que os cercam, a luz abençoada que brilhará, vitoriosa, amanhã.
XAVIER, Francisco Cândido. Segue-me!...
Pelo Espírito Emmanuel.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Passes e passistas / Dúvidas e perguntas

1 - Em visitas domiciliares cujo residente é portador de dependência alcoólica pode-se aplicar o passe neste indivíduo? Em familiares?
2 - De uma forma geral, há algum inconveniente na aplicação de passes em visitas domiciliares cuja proposta da visita é o estudo do Evangelho e de obras espíritas? Ou a sua aplicação deve ser apenas em ocasiões em que os membros não podem freqüentar um Centro Espírita ?
3 – Quais as ocasiões em que se pode dar passes fora do Centro?
Resposta: Divaldo Franco (Diretrizes de segurança, pergunta 81) e Roque Jacintho (Passe e passista, cap. 16) são categóricos: os passes domiciliares constituem uma exceção, para os casos em que o indivíduo não reúne condições de ir a uma Casa espírita. Com relação aos alcoólatras, é preciso lembrar que aqueles que buscam curar-se do alcoolismo podem e devem ser auxiliados com o passe, mas este será mais eficaz se ministrado na Casa espírita, porque, indo ao Centro espírita, eles se desligam do recinto doméstico onde perduram suas formas-pensamentos de enfermidade. Se o indivíduo é alcoólatra e no momento do passe se encontra alcoolizado, devemos lembrar o ensinamento constante do livro “Mecanismos da Mediunidade”, p. 148, o qual nos informa que maior eficácia terá o passe quanto mais intensa for a adesão do paciente.

4 - Quando um médium passista passa mal após aplicação de passe este sintoma é decorrente do médium não estar preparado para a tarefa neste dia em especial ou pode ser decorrente do médium estar captando a presença de um Espírito desencarnado com baixa vibração? Como diferenciar ?
Neste caso específico o médium deve tomar passe.? Por quanto tempo?
Resposta: O passe deve ser ministrado em estado de lucidez e absoluta tranqüilidade, no qual o passista se encontre com saúde e com perfeito tirocínio (Diretrizes de segurança, 69). Como o passista é o primeiro a ser envolvido nas vibrações oriundas dos Benfeitores Espirituais, se ocorre o mal-estar citado na pergunta, algo não anda bem e é preciso investigá-lo. Pode haver inúmeras causas que expliquem o fato, inclusive de ordem médica. Só em caso concreto seria possível emitirmos opinião a respeito.

5 - Em reunião mediúnica há necessidade de aplicação de passes no médium psicofônico durante a comunicação? O passe é direcionado ao médium ou ao espírito comunicante ? Nestes casos há a necessidade da imposição de mãos ou o passe pode ser dado apenas pelo pensamento?
Resposta: Em alguns casos, sim. Suely Caldas (Obsessão/Desob., 3a parte, cap. 12) menciona 5 deles: Espíritos que não conseguem falar, suicidas, dependentes de drogas, dementados e sofredores. O passe é ministrado no médium, mas seu alvo é a entidade comunicante. A técnica é a imposição de mãos. André Luiz corrobora esse pensamento no seu livro “Desobsessão”, cap. 26 e 52.

6 - Em médiuns iniciantes o passe auxilia para que o mesmo permita uma melhor passividade?
Resposta: Sim, e isso está claro em “O Livro dos Médiuns”, mas a providência não é recomendada por causa dos condicionamentos que pode criar. Herculano Pires (Obsessão, o passe, a doutrinação, p. 48) lembra que, nas sessões de doutrinação de Espíritos, o passe é empregado como auxiliar dos médiuns em desenvolvimento quando incapazes de controlar as manifestações de entidades rebeldes. Nesse caso, o alvo do passe é o médium.

7 - Em trabalhos assistenciais é imprescindível a aplicação de passes em crianças ?
Resposta: Sim. Raul Teixeira diz que no caso de crianças carentes o passe e a água fluidificada ajudam na recomposição das forças da criança que não recebe a nutrição devida, por causa da condição social em que vive. E muitos choros, comuns em crianças pequenas, se reduzem pela condição de equilíbrio que o passe lhes fornece.

8 - Como explicar de forma simples o que é o passe e o que é água fluidificada para uma pessoa que vem pela primeira vez ao Centro?
Resposta: A maioria dos que chegam ao Centro pela primeira vez procede do Catolicismo. Presume-se que o católico saiba das curas que Jesus e vários apóstolos fizeram usando as mãos. Com relação à água temos também nas tradições católicas o relato do primeiro prodígio atribuído a Jesus nas bodas de Caná, quando transformou a água em vinho, e ainda o uso da água benta. Lembrar esses fatos pode ser útil a título de introdução, tanto quanto os textos constantes dos itens 1.1 a 1.4 de nossa apostila.

9 - Se um passista participa de dois grupos públicos em dias seguidos, ele pode dar passes nas duas reuniões? Se não, qual o período que se deve esperar para voltar a dar passes?
Resposta: O passe, ensina Divaldo Franco, produz um desgaste (Diretrizes de segurança, pergunta 69). Mas não existe exaustão das forças magnéticas, porque as energias transmitidas ao paciente são renovadas pela ação dos Benfeitores Espirituais (Conduta Espírita, cap. 28;  Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17). No tocante às forças gastas próprias do passista, o bom senso nos diz que seria interessante – se ele tiver de trabalhar em dois grupos na mesma semana – que o faça com um certo intervalo que lhe possibilite estar, no momento do passe, nas condições de equilíbrio e saúde mencionadas por Divaldo na pergunta acima referida.

10 - Qual a diferença entre passe e fluidoterapia?
Resposta: A fluidoterapia é o nome que se dá à terapia pelo uso dos fluidos e não se limita aos passes. As radiações, a magnetização da água, as operações espirituais se incluem nesse conceito.

11 - Quando encontro alguém que não está bem, procuro mentalizar e orar por alguns momentos na tentativa de mandar fluidos melhores a essa pessoa. Isso é um tipo de passe? Posso fazê-lo sem receio?
Resposta: Sim. O passe a distância é bastante utilizado pelos espíritas, mas Herculano Pires (Obsessão, o passe, a doutrinação, p. 45) diz que não devemos desprezar o efeito psicológico da presença do enfermo no ambiente da Casa espírita. O receio de se influenciar não se justifica. Lembra Roque Jacintho (Passe e passista, cap. 19) que a influenciação negativa que disso poderia advir só ocorre quando se estabelece sintonia com a zona inferior, por parte do passista. Se este se encontra equilibrado, não há por que temê-la.

12 - Dar um passe é doar um pouco das próprias energias. Isso impede que o passista realize outras funções no Centro, como  as mediúnicas, por exemplo, em que há também um grande gasto de energia?
Resposta: Não. A resposta dada à pergunta 9 aplica-se a esta questão.

13    - Qual o tempo que se deve dar entre uma tarefa e outra?
Resposta: O tempo que for necessário para a recomposição das forças gastas, como mencionado na resposta à pergunta 9.

14  – Há trabalhadores que não tomam passe justificando que pelo fato de estarem trabalhando já estão recebendo o passe espiritual e que, portanto, não necessitam do passe efetuado na câmara do passes. Há ressalvas neste raciocínio?
Resposta: O raciocínio é correto, mas devemos lembrar que o passe que se recebe ajuda o trabalhador a recompor as forças despendidas nos diversos trabalhos que realize. É diferente do indivíduo que busca passes sistematicamente, mesmo quando deles não necessita, ao qual Edgard Armond deu o nome de “papa-passes” (Trabalhos práticos de Espiritismo, p. 84).

15 – O fluido vital é algo peculiar aos seres orgânicos, modificados segundo as espécies. Se são diferentes os fluidos em seres humanos e em animais, por que há melhora, (segundo relatos que animais de estimação melhoram após a aplicação de passes), se em decorrência de serem diferentes não haveria condições da efetuação da combinação de fluidos, isto é, não haveria afinidade fluídica?
Resposta: O passe e a água magnetizada, quando voltados exclusivamente para o animal, produz efeitos comprovados. Não há por que negar-lhes o benefício. Diz Roque Jacintho (Passe e passista, cap. 32) que Espíritos unidos à obra da Natureza fornecem os recursos necessários ao atendimento, fato que nos leva a concluir que a preparação e a prece antes de ministrar o passe constituem providência indispensável.

16 – Os seres inorgânicos, por exemplo, as pedras, são dotadas de magnetismo. Por definição, apenas os seres orgânicos possuem fluidos vitais. Fluido magnético e fluido vital por uma questão de lógica são conceitos diferentes? Como defini-los?
Resposta: O assunto tratado nesta pergunta encontra-se exposto no item 4.3 de nossa apostila. Em "O Livro dos Espíritos", questão 427, Kardec o examinou.

Apêndice

Obras que devem ser consultadas para dirimir dúvidas sobre o passe:

  1. Mecanismos da Mediunidade (André Luiz) – Maior eficácia tem o passe quanto mais intensa a adesão do paciente (p. 148). Menores resultados se obtêm nos doentes adultos jungidos à inconsciência temporária (pp. 148 e 149)
  1. Os Mensageiros (André Luiz) – No Campo da Paz, a ala dos Espíritos que dormiam somava 1.980 entidades. Destes, 400 foram selecionados para receber tratamento, mas apenas 2/3 recebiam passes, porque só eles se revelaram aptos a recebê-los (p. 123).
  1. Nas Fronteiras da Loucura (Manoel Philomeno de Miranda) – Oração, passes, água magnetizada e doutrinação compõem o tratamento do alcoolismo, da toxicomania, da sexolatria e dos vícios em geral (pp. 75 e 76). Na terapia do passe, a disposição do paciente exerce papel relevante para a obtenção dos resultados (pp. 234 e 235).
  1. Entre a Terra e o Céu (André Luiz) – Mário Silva, acometido pela consciência culpada, fruto dos erros cometidos por ocasião da Guerra do Paraguai, não podia ser socorrido com passes. Segundo Clarêncio, ele precisava ser atingido na mente. Necessitava de idéias renovadoras e somente Antonina poderia ajudá-lo (pp. 224 a 226). Naquele dia, mesmo socorrido pelos passes, acordou agoniado e trêmulo (pp. 120 a 122).
  1. Passe e Passista (Roque Jacintho) – Capítulos 16, 19, 28 e 32, pp. 73, 83, 118 e 133.
  1. Obsessão, o passe, a doutrinação (J. Herculano Pires) – Págs. 45 e 48.
  1. Conduta Espírita (André Luiz) – Capítulo 28, pp. 102 a 104.
  1. O Consolador (Emmanuel) – Questões 99, 103 e 104, pp. 68, 69 e 70.
  1. Diretrizes de Segurança (Divaldo Franco e Raul Teixeira) – Capítulo VII, pp. 67, 70 e 71.
  1. Sessões Públicas (Roque Jacintho) – Pág. 18.
  1. Diálogo com dirigentes e trabalhadores espíritas (Divaldo Franco) – Págs. 61 e 66.
  1. 20 Lições sobre Mediunidade (Astolfo O. de Oliveira Filho) – Capítulo 18, p. 102.
  1. Trabalhos Práticos de Espiritismo (Edgard Armond) – Capítulo IV, pp. 83 e 84.
  1. Desobsessão (André Luiz) – Capítulos 26, 52 e 68, pp. 63, 115 e147. 
Londrina, 30 de outubro de 2005
Astolfo O. de Oliveira Filho
Passes e passistas (XVII)

O que Deus não vai perguntar

Muitas pessoas passam pela existência terrena, sem a mínima preocupação com que vão encontrar no além-túmulo.
Outras, ao contrário, vivem um tormento constante, inseguras com suas atitudes, imaginando o que Deus vai achar do seu desempenho.
Algumas preferem curtir os prazeres da terra e deixar para pensar nisso mais tarde, quando a velhice se aproximar.
Embora sendo espíritos imortais, muitos homens não vivem como tal. Mesmo sabendo que a vida no corpo físico é frágil e passageira, desejam vivê-la como se fosse eterna.
E é assim que, ao sentirem a aproximação da linha de chegada, se desesperam na tentativa de encontrar as respostas certas, caso Deus lhe cobre alguma coisa.
No entanto, Deus não é um juiz implacável, esperando sua chegada no além, com o livro da vida na mão para anotar seus erros e acertos.
Deus está na sua consciência, através das suas leis nela inscritas.
Portanto, você terá, sim, um tribunal que lhe pedirá contas do que fez com tudo o que foi lhe oferecido para seu estágio no corpo físico. E esse tribunal é a sua própria consciência.
Assim, se chamarmos nossa consciência de Deus, por ser a representação das leis divinas, poderemos fazer uma prévia do que Deus não vai nos perguntar.
Deus não vai perguntar que tipo de carro você costumava dirigir, mas vai perguntar quantas pessoas que necessitavam de ajuda você transportou.
Deus não vai perguntar qual o tamanho da sua casa, mas vai perguntar quantas pessoas você abrigou nela.
Deus não vai fazer perguntas sobre as roupas do seu armário, mas vai perguntar quantas pessoas você ajudou a vestir.
Deus não vai perguntar o montante de seus bens materiais, mas vai perguntar em que medida eles ditaram sua vida.
Deus não vai perguntar qual foi o seu maior salário, mas vai perguntar se você comprometeu o seu caráter para obtê-lo.
Deus não vai perguntar quantas promoções você recebeu, mas vai perguntar de que forma você promoveu os outros.
Deus não vai perguntar qual foi o cargo que você ocupava, mas vai perguntar se você desempenhou seu trabalho com o melhor de suas habilidades.
Deus não vai perguntar quantos amigos você teve, mas vai perguntar de quantas pessoas você foi amigo.
Deus não vai perguntar o que você fez para proteger seus direitos, mas vai perguntar o que você fez para garantir os direitos dos outros.
Deus não vai perguntar em que bairro você morou, mas vai perguntar como você tratou seus vizinhos.
Deus não vai perguntar quantas horas você viveu na terra, mas vai perguntar o que você fez das suas horas.
Deus não vai perguntar quem foram seus familiares, mas vai perguntar sobre a sua relação com eles.
Deus não vai perguntar se houve obstáculos em seu caminho, mas vai perguntar sobre os esforços que fez para superá-los.
Deus não vai perguntar sobre o patrimônio que você deixou para seus herdeiros, mas vai querer saber das riquezas espirituais que levará na bagagem.
E somente você saberá que respostas terá para dar.
Jesus assegurou que a cada um será dado segundo suas obras.
Assim sendo, não adianta pensar em desculpas pelo que fez ou deixou de fazer, pois Deus, que está em sua consciência, vai lhe perguntar, sim, sobre seu desempenho, muito embora já saiba de todas as respostas.
Pense nisso! Mas pense agora!
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no texto de Whit Criswell.
http://www.momento.com.br
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
621 - Onde está escrita a lei de Deus?
Resposta: Na consciência. 

A missão de cada um

Invadiu-me certa vez uma inexorável perplexidade acerca do sentido da vida.
Decidi, então, peregrinar por este mundo em fora, para decifrar tão profundo enigma.
A todos os seres que encontrava propunha a questão.
À frondosa árvore, enraizada no centro de grande praça, supliquei que me revelasse sua verdadeira missão.
Explanou-me ela:
"Em primeiro lugar, devo manter-me viva, forte, saudável, para melhor poder cumprir meu papel.
Em segundo, descobrir exatamente qual seja este papel.
E, por fim, desempenhá-lo diligentemente.
A mim cabe proteger os peregrinos que por aqui passam, nos tórridos dias de verão, ofertando-lhes minha generosa sombra."
Segui adiante e deparei-me com um belo gato siamês.
Segredou-me ele que sua missão consistia em fazer companhia a uma velha senhora, ofertando a ela todo seu encanto e ternura.
Por muitos e muitos dias, por escabrosas veredas, feri meus pés à procura de respostas à pungente dúvida.
O esforço foi sobejamente recompensado. Mas eu sentia que era preciso ainda ouvir uma sábia opinião de um representante do gênero humano.
Finalmente, após fatigante busca, no alto de um outeiro, encontrei um sábio anacoreta, longas barbas brancas, olhar perdido no horizonte, a meditar...
Acolheu-me amavelmente. Após ouvir, todo paciência e atenção, meu relato e minhas súplicas, sentenciou gravemente:
"Meu prezado buscador. Os sábios seres da natureza propiciaram a ti as respostas.
Já és possuidor do inefável segredo. Não obstante, mais posso aduzir:
Caso descobrires que és uma árvore, sejas realmente uma árvore; se fores um gatinho, não te constranjas em ofertar toda tua meiguice; e se um leão, coloca sempre toda tua energia em tudo que fizeres.
Enfim, é preciso descobrir teus verdadeiros talentos, aprimorá-los, produzir os melhores frutos, e então, ofertá-los generosamente."
*   *  *
Ninguém habita este planeta sem objetivo, sem finalidade maior.
Aquele que cultiva a terra realiza uma missão. Como aquele que governa ou que instrui.
Tudo se encadeia na natureza. Ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a realização dos desígnios da Providência.
Cada um tem sua missão na Terra. Cada um pode ser útil para alguma coisa.
Desta forma, buscadores que somos, o que devemos encontrar é a nós mesmos, descobrindo depois no que podemos ser úteis.
Que habilidade temos? Quais são nossos talentos? O que podemos fazer pela comunidade ao nosso redor?
É tempo de descoberta e de ação. Cada dia na Terra é oportunidade única que não pode mais ser desperdiçada com as distrações e ilusões que criamos ao longo das eras.
Redação do Momento Espírita com base em texto do
livro A magia das palavras, de Ramiro Sápiras.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
573 Em que consiste a missão dos Espíritos quando encarnados?
R – Instruir os homens, ajudar em seu adiantamento, melhorar suas instituições pelos meios diretos e materiais; mas as missões são mais ou menos gerais e importantes: aquele que cultiva a terra realiza uma missão, como aquele que governa ou que instrui. Tudo se encadeia na Natureza; ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a realização dos desígnios da Providência. Cada um tem sua missão na Terra, cada um pode ser útil para alguma coisa.

sábado, 26 de maio de 2012

GUARDEMOS SAÚDE MENTAL

A renovação é substancial na vida daqueles que abraçam o Evangelho.
O homem encontra-se, além túmulo, com as virtudes e defeitos, ideais e vícios a que se consagrava no corpo.
O criminoso imanta-se ao círculo de seus delitos ou se algema aos parceiros na falta cometida.
O avarento está preso aos bens supérfluos que abusivamente amontoou e o vaidoso permanece ligado aos títulos transitórios.
O alcoólatra ronda as possibilidades de satisfazer a sede que lhe domina os centros de força.
Quem se apaixona pelas organizações caprichosas do “eu” gasta tempo para desfazer as teias de ilusões segregantes de sua personalidade.
O programa antecede o serviço.
O projeto traça a realização.
O pensamento é energia irradiante. Espraiemo-lo na Terra e prender-nos-emos, naturalmente, ao chão. Elevemo-lo para o Alto e conquistaremos a espiritualidade sublime.
Nosso espírito residirá onde lançarmos nossos pensamentos, alicerces vivos do bem e do mal.   
Emmanuel / Chico Xavier
Livro: Pão Nosso.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Alvokiĝo / Vocação

Alvokiĝo
La alvokiĝo estas la sumo de la reflektoj el la sperto, kiun ni kunportas el aliaj ekzistadoj.
Estas kompreneble, ke ni multfoje rangas kiel komencanto en tiu aŭ tiu alia servofako, ĉe la progreso de la laborteknikoj, kiuj ĉiam postulas novajn agadmanierojn. Sed ordinare ni ekde la lulilo reprenas la antaŭe iritan vojon, ĉu por daŭrigi difinitan verkon, ĉu por reĝustigi tiun iradon mem.
Kiel ajn tamen, ĉiuokaze la profesia titolo signifas kreditleteron, per kiu ni estigu noblajn reflektojn.
Administranto, juĝisto, instruisto, kuracisto, artisto, maristo, manlaboristo kaj terkulturisto estas perfekte figuritaj en tiu parabolo de la talantoj, per kiu la Dia Majstro invitas nin taksi nian propran respondecon antaŭ la pruntoj de la Senlima Boneco.
Ĉiu Spirito ricevas, en la sfero kie li troviĝas, certan kvanton da rimedoj por honori kaj glori la Dian Verkon.
Sed, en la plimulto de la okazoj, ni senrajte proprigas al ni la donojn de la Sinjoro, ilin uzante por la bedaŭrinda kontentigo de niaj senbridaj pasioj, kun la freneza celo spiti Dion mem.
El tio fontas la amaraj rikoltoj de nia konduto, kiam, pro la eluziĝo de la surtera korpo, ni estas devigitaj al dolora reveno al la malfacilaĵoj de la rekomenco, ĉe kiu la evolureĝimo de la reenkarniĝo funkcias per preciza valortaksado.
Kaj ĉar ĉiu profesia kampo ampleksas diversajn fakojn de aktiveco, la juĝisto kiu naskis reflektojn de krueleco, persekutante senkulpulojn, ofte revenas al tiu sama tribunalo, kie li plenumis siajn pompajn funkciojn, verŝante larmojn de maljuste kondamnita akuzito, por suferi en la spirito kaj en la karno la turmentojn, kiujn li iam trudis al sendefendaj viktimoj.
La kuracisto, kiu misuzis la al li konsentitajn eblecojn, revenas al la hospitalo, kiun li malhonoris, kiel obskura flegisto, luktante kontraŭ aspraj malfacilaĵoj por gajni sian vivtenon. La granda bienulo, kiu forkonsumis la energiojn de la humilaj kunlaborantoj al li donitaj de la  Ĉielo por la kampkulturado, venas returne al la terpeco, kiun li malnoble ekspluatis, kiel malriĉa laborulo, suferante tiun saman laborreĝimon, per kiu li morale katenis aliulajn esperojn.
Eminentaj artistoj, kiuj el la inteligento faris alirejon al hontegindaj malbonmoraĵoj, reaperas kiel senfamaj kunlaborantoj  ĉe pentrejoj kaj scenejoj, portante longajn nerebonigeblajn inhibiciojn simile al lertaj, lastrangaj laboristoj. Virinoj distingitaj de honorindaj nomoj, sed kiuj sin donis al malĉastado kaj diboĉo, forgesante la noblajn devojn koncernantajn ilian ekzistadon, ofte revenas al tiuj hejmoj, kiujn ili hontigis, en la karaktero de obskuraj servistinoj, kaj en kiuj ili penege lernas rekonkeri larespektegindajn titolojn de edzino kaj patrino...
Kaj reveninte, ili ofte renkontas ĉe ĉiu paŝo malŝaton kaj malamikemon, obstaklojn kaj  ĉagrenojn, spertante sublimajn aspirojn kaj amarajn frustraciojn, ĉar estas laŭ la Leĝo, ke ni nepre rikoltu la reflektojn de niaj propraj agoj, plantitajn en aliulaj animoj, kaj tiel rebonigu en ni mem la fonton de la emocio kaj de la ideo, por ke ni revenu al la fluo de l’ bono, kiu, deirante de Dio, trakuras la tutan Universon kaj al Dio revenas.
Emmanuel / Chico Xavier (Libro: Penso kaj Vivo).
Vocação
A vocação é a soma dos reflexos da experiência que trazemos de outras vidas.
É natural que muitas vezes sejamos iniciantes, nesse ou naquele setor de serviço, diante da evolução das técnicas de trabalho que sempre nos reclamam novas modalidades de ação; todavia, comumente, retoma­mos no berço a senda que já perlustramos, seja para a continuação de uma obra deter minada, seja para corrigir nossos próprios caminhos.
De qualquer modo, o titulo profissional, em todas as ocasiões, é carta de crédito para a criação de reflexos que nos enobreçam.
O administrador, o juiz, o professor, o médico, o artista, o marinheiro, o operário e o lavrador estão perfeitamente figurados na­quela parábola dos talentos de que se valeu o Divino Mestre para convidar-nos ao exame das responsabilidades próprias perante os empréstimos da Bondade Infinita.
Cada espírito recebe, no plano em que se encontra, certa quota de recursos para honrar a Obra Divina e engrandecê-la.
Acontece, porém, que, na maioria das circunstâncias, nos apropriamos indebitamente das concessões do Senhor, usando-as no jogo infeliz de nossas paixões desgovernadas, no aloucado propósito de nos antepormos ao próprio Deus.
Daí a colheita dos reflexos amargos de nossa conduta, quando se nos desgasta o corpo terrestre, com o doloroso constrangimento do regresso às dificuldades do recomeço, em que o instituto da reencarnação funciona com valores exatos.
E como cada região profissional abran­ge variadas linhas de atividade, o juiz que criou reflexos de crueldade, perseguindo inocentes, costuma voltar ao mesmo tribunal, onde exercera as suas luzidas funções, com as lágrimas de réu condenado injustamente, para sofrer no próprio espírito e na própria carne as flagelações que impôs, noutro tem­po, a vítimas indefesas.
O médico que abusou das possibilidades que lhe foram entregues, retorna ao hospital que espezinhou, como apagado enfermeiro, defrontado por ásperos sacrifícios, a fim de ganhar o pão.
O grande agricultor que dilapidou as energias dos cooperadores humildes que o Céu lhe concedeu, para os serviços do campo, vem, de novo, à gleba que explorou com vileza de sentimento, na condição de pobre lidador, padecendo o sistema de luta em que prendeu moralmente as esperanças dos outros.
Artistas eméritos, que transformaram a inteligên­cia em trilho de acesso a desregramentos inconfessáveis, reaparecem como anônimos companheiros do pincel ou da ribalta, debai­xo de inibições por muito tempo insolúveis, à feição de habilidosos trabalhadores de úl­tima classe. Mulheres dignificadas por nomes distintos, confiadas ao vicio e à dissipação, com esquecimento dos mais altos deveres que lhes marcam a rota, freqüentemente voltam aos lares que deslustraram, na categoria de infimas servidoras, aprendendo duramente a reconquistar os títulos veneráveis de esposa e mãe...
E, comumente, de retorno suportam preterição e hostilidade, embaraços e desgostos, por onde passem, experimentando sublimes aspirações e frustrações amargosas, porqüanto é da Lei venhamos a colher os reflexos de nossas próprias ações, implantados no ânimo alheio, retificando em nós mesmos o manancial da emoção e da idéia, para que nos ajustemos à corrente do bem, que parte de Deus e percorre todo o Universo para voltar a Deus.
Emmanuel / Chico Xavier (Livro: Pensamento e Vida).

terça-feira, 22 de maio de 2012

CORTESIA

            Toda ciência pede ensaio e preparação. 
           A arte de amar ao próximo também exige começo adequado. E a cortesia é sua iniciação.
     Nem sempre será impelido aos grandes testemunhos de sacrifício público, todavia, onde estiveres, serás requisitado pela bondade.
        No lar e fora dele, em todos os instantes, és naturalmente intimado à compreensão e ao entendimento, à afabilidade e ao auxílio.
           Lembra tuas próprias necessidades de carinho e não negues ao companheiro o estímulo da frase generosa e do amparo fraternal.
           Recorda quantas vezes necessitas do perdão alheio, em face de tuas leviandades, e desculpa as ofensas que te fazem.
           Atento à colaboração que aguardas dos outros, não te furtes ao prazer de ajudar.
            A grande sinfonia nasce de algumas notas.
            A jornada longa começa num passo apenas.
          Mil vezes destacarás a excelência do amor, mas, para que, um dia, lhe atinjamos o santuário celeste e lhe irradiemos a luz, precisamos cultivar sempre a amizade e a compreensão.
Emmanuel / Médium Chico Xavier
Livro: Família.

Fora da Caridade não há Salvação

        O de que precisa o Espírito para ser salvo. Parábola do bom samaritano.
1. Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á no trono de sua glória; - reunidas diante dele todas as nações, separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas, - e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda.
Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos foi preparado desde o princípio do mundo; - porquanto, tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; careci de teto e me hospedastes; - estive nu e me vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes ver.
Então, responder-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? - Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? - E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? - O Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes.
Dirá em seguida aos que estiverem à sua esquerda: Afastai-vos de mim, malditos; ide para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e seus anjos; - porquanto, tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber; precisei de teto e não me agasalhastes; estive sem roupa e não me vestistes; estive doente e no cárcere e não me visitastes.
Também eles replicarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e não te demos de comer, com sede e não te demos de beber, sem teto ou sem roupa, doente ou preso e não te assistimos? - Ele então lhes responderá: Em verdade vos digo: todas a vezes que faltastes com a assistência a um destes mais pequenos, deixastes de tê-la para comigo mesmo.
E esses irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna. (S. MATEUS, cap. XXV, vv. 31 a 46.)

2. Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para o tentar: Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna? - Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? Que é o que lês nela? - Ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de todo o teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo. - Disse-lhe Jesus: Respondeste muito bem; faze isso e viverás.
Mas, o homem, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus: Quem é o meu próximo? - Jesus, tomando a palavra, lhe diz:
Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto. - Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. -Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante. - Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. - Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. - No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar.
Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? - O doutor respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele. - Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo. (S. LUCAS, cap. X, vv. 25 a 37.)

3. Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade: Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura.
No quadro que traçou do juízo final, deve-se, como em muitas outras coisas, separar o que é apenas figura, alegoria. A homens como os a quem falava, ainda incapazes de compreender as questões puramente espirituais, tinha ele de apresentar imagens materiais chocantes e próprias a impressionar. Para melhor apreenderem o que dizia, tinha mesmo de não se afastar muito das idéias correntes, quanto à forma, reservando sempre ao porvir a verdadeira interpretação de suas palavras e dos pontos sobre os quais não podia explicar-se claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro, há uma idéia dominante: a da felicidade reservada ao justo e da infelicidade que espera o mau.
Naquele julgamento supremo, quais os considerandos da sentença? Sobre que se baseia o libelo? Pergunta, porventura, o juiz se o inquirido preencheu tal ou qual formalidade, se observou mais ou menos tal ou qual prática exterior? Não; inquire tão-somente de uma coisa: se a caridade foi praticada, e se pronuncia assim: Passai à direita, vós que assististes os vossos irmãos; passai à esquerda, vós que fostes duros para com eles. Informa-se, por acaso, da ortodoxia da fé? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modo e o que cru de outro'? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor do próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas como a condição única. Se outras houvesse a serem preenchidas, ele as teria declinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.

O mandamento maior
4. Mas, os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos saduceus, se reuniram; e um deles, que era doutor da lei, foi propor-lhe esta questão, para o tentar: -Mestre, qual o grande mandamento da lei? - Jesus lhe respondeu: Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. - Esse o maior e o primeiro mandamento. - E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)

5. Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a da perdição. Este princípio se acha formulado nos seguintes precisos termos: "Amarás a Deus de toda a tua alma e a teu próximo como a ti mesmo; toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos." E, para que não haja equívoco sobre a interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta: "E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro" , isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.

Necessidade da caridade, segundo S. Paulo
6. Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; -ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse a fé possível, até o ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. - E, quando houver distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.
A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; - não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.
Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, cap. XIII, vv. 1 a 7 e 13.).

7. De tal modo compreendeu S. Paulo essa grande verdade, que disse: Quando mesmo eu tivesse a linguagem dos anjos; quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios; quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Dentre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade. Coloca assim, sem equívoco, a caridade acima até da fé. É que a caridade está ao alcance de toda gente: do ignorante, como do sábio, do rico, como do pobre, e independe de qualquer crença particular.
Faz mais: define a verdadeira caridade, mostra-a não só na beneficência, como também no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.

Fora da Igreja não há salvação. Fora da verdade não há salvação
8. Enquanto a máxima - Fora da caridade não há salvação - assenta num princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à suprema felicidade, o dogma - Fora da Igreja, não há salvação -se estriba, não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, porém numa fé especial, em dogmas particulares; é exclusivo e absoluto. Longe de unir os filhos de Deus, separa-os; em vez de incitá-los ao amor de seus irmãos, alimenta e sanciona a irritação entre sectários dos diferentes cultos que reciprocamente se consideram malditos na eternidade, embora sejam parentes e amigos esses sectários. Desprezando a grande lei de igualdade perante o túmulo, ele os afasta uns dos outros, até no campo do repouso. A máxima - Fora da caridade não há salvação consagra o princípio da igualdade perante Deus e da liberdade de consciência. Tendo-a por norma, todos os homens são irmãos e, qualquer que seja a maneira por que adorem o Criador, eles se estendem as mãos e oram uns pelos outros. Com o dogma - Fora da Igreja não há salvação, anatematizam-se e se perseguem reciprocamente, vivem como inimigos; o pai não pede pelo filho, nem o filho pelo pai, nem o amigo pelo amigo, desde que mutuamente se consideram condenados sem remissão. É, pois, um dogma essencialmente contrário aos ensinamentos do Cristo e à lei evangélica.

9. Fora da verdade não há salvação eqüivaleria ao Fora da Igreja não há salvação e seria igualmente exclusivo, porquanto nenhuma seita existe que não pretenda ter o privilégio da verdade. Que homem se pode vangloriar de a possuir integral, quando o âmbito dos conhecimentos incessantemente se alarga e todos os dias se retificam as idéias? A verdade absoluta é patrimônio unicamente de Espíritos da categoria mais elevada e a Humanidade terrena não poderia pretender possuí-la, porque não lhe é dado saber tudo. Ela somente pode aspirara uma verdade relativa e proporcionada ao seu adiantamento. Se Deus houvera feito da posse da verdade absoluta condição expressa da felicidade futura, teria proferido uma sentença de proscrição geral, ao passo que a caridade, mesmo na sua mais ampla acepção, podem todos praticá-la. O Espiritismo, de acordo com o Evangelho, admitindo a salvação para todos, independente de qualquer crença, contanto que a lei de Deus seja observada, não diz: Fora do Espiritismo não há salvação; e, como não pretende ensinar ainda toda a verdade, também não diz: Fora da verdade não há salvação, pois que esta máxima separaria em lugar de unir e perpetuaria os antagonismos.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
Fora da caridade não há salvação
10. Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar-lhe o sentido profundo e as conseqüências, a descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.
Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.).
Evangelho Segundo O Espiritismo – Allan Kardec  Cap. XV.
"O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza". 
Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. XVII Item 3 - Allan Kardec.