domingo, 26 de fevereiro de 2023

DIA GLORO - M. SOLOVJEV.


Amo estas la lumo de la mondo,

Kiel Suno la Forto de la Tero.

Estas Reĝo la Amo en la rondo

De kreitoj vivantaj en etero.

 

Por ĉenitaj al kota materio

Lumo taŭgas nur plej materiala;

Ne pli bonan konsentus Bona Dio

Luman fonton de Sia regn’ astrala.

 

Vi bezonas de l’ Suno la helecon

Kaj la varmon, por vivo malsupera;

Sed la Grandaj ja havas mem lumecon,

Kian homo ne havas, ĉar mizera.

 

Tamen, homo, al Patro la rigardon

Ĉiam levu, en danko kaj fervoro;

De la gloro de l’ tag’ prikantu ardon,

Ero estas ĝi mem de l’ Dia Gloro!

1/4/1947

M. SOLOVJEV

Libro: Mediuma Poemaro.

Porto Carreiro Neto.

PROGRAMA FRATA ESPERO - ESPERANÇA FRATERNA (26/02/2023)

POLITEÍSMO – Miramez.

O homem primitivo, em épocas recuadas, não tinha condições de aceitar a crença em um Deus único. Mas, Deus, sábio e soberano, deixou que os homens primitivos acreditassem na doutrina politeísta, para depois enviar uma seqüência de revelações para incorporar os princípios da verdade, vindo a se revelar pelos Seus enviados, solidificando-se em um Deus único, por Moisés.

A concepção dos deuses se espalhou por toda parte, mostrando aos homens que tudo era assistido por deuses específicos, na modalidade dos seus interesses para a paz de todos. Por vezes, esses deuses entravam em guerra e estimulavam a luta pelos direitos que os homens julgavam possuir.

Moisés foi um instrumento ímpar nessa divulgação; ele derrubou os deuses mesmo que isso custasse, como ocorreu, muitas vidas.

O Espírito ganhou um corpo humano, na sua simplicidade e ignorância, e dessa forma, não poderia ainda crer em um Deus único. O próprio Criador foi quem inspirou os Seus enviados para dividirem o Seu reino com muitos deuses. Mas, como a verdade na Terra é relativa,cabem mudanças nas operações espirituais, e é nesse campo de trabalho que a verdade veste formas diferentes para atender a todos. Até nos dias de hoje podemos notar que Deus permitiu que os homens preguem certas religiões com traços de primitividade, interpretando o Livro Sagrado ao pé da letra. Por que? Porque ainda existem Espíritos encarnados, e mesmo desencarnados, que somente aceitam assim, pela expressão da sua altura espiritual. Tudo é dado de acordo com a evolução das almas.

Podemos observar que logo que a Doutrina Espírita afirmou de um modo claro que a reencarnação é lei natural, em todo o mundo teve início um combate cerrado contra essa verdade, pelas falsas idéias que os seus profitentes tinham assimilado em outras eras. Mas, como a verdade não precisa de defesa dos homens, hoje os próprios antagonistas já se encontram em dúvida sobre a reencarnação, pela sua maturidade espiritual.

Muitas religiões que têm suas raízes em um passado distante, se não mudaram pela força do progresso, deverão caducar e desaparecer. Como exemplo, observemos o politeísmo: ele somente tem alguma sustentação nos seus velhos componentes e nas religiões que receberam seus enxertos. Mas, as demais, aceitam somente um Deus, único e verdadeiro.

Aos judeus devemos essa segurança doutrinária de uma só luz que comanda todas as outras. Os chamados deuses não morreram; eles são os agentes do verdadeiro Deus, que por eles opera em todos os lugares da criação.

Não pensemos que o homem atual, e mesmo os espiritualistas, já dominam toda a verdade.

Não, eles estão longe de saber mais à frente, coisas que somente os Espíritos sublimados conhecem. Somente o tempo e o estudo trarão o conhecimento, porque a maturidade fornece meios para que o homem possa suportar mais luz em seus caminhos.

Até mesmo no meio dos espiritistas existem os conservadores, que não desejam sair do começo doutrinário, sendo que a Doutrina é progressiva e progressista, e a razão nos fala que deve ser assim.

Se a verdade é relativa, o que se deve pensar sobre o que já se conhece? Oremos, meditemos e estudemos, para que possamos assimilar mais verdades espirituais, que se encontram escondidas nas dobras do tempo. A perfeição para o homem custa muito caro, milênios que sucedem milênios, bilhões de anos que sucedem bilhões de anos, na contagem humana, e mesmo assim, ainda lhes sobra tempo para dizer: - Quero aprender mais.

O aprendizado, na verdade, é infinito, ante o nosso Deus único que sabe tudo, e o progresso não o atinge, porque foi Ele quem o fez.

Livro: Filosofia Espírita – Volume XIV

João Nunes Maia – Miramez.


Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

667. Por que razão, não obstante ser falsa, a crença politeísta é uma das mais antigas e espalhadas?

“A concepção de um Deus único não poderia existir no homem, senão como resultado do desenvolvimento de suas idéias. Incapaz, pela sua ignorância, de conceber um ser imaterial, sem forma determinada, atuando sobre a matéria, conferiu-Lhe o homem atributos da natureza corpórea, isto é, uma forma e um aspecto e, desde então, tudo o que parecia ultrapassar os limites da inteligência comum era, para ele, uma divindade. Tudo o que não compreendia devia ser obra de uma potência sobrenatural. Daí a crer em tantas potências distintas quantos os efeitos que observava, não havia mais que um passo. Em todos os tempos, porém, houve homens instruídos, que compreenderam ser impossível a existência desses poderes múltiplos a governarem o mundo, sem uma direção superior, e que, em conseqüência, se elevaram à concepção de um Deus único.”

A prece / De la prière.


A prece.

658. Agrada a Deus a prece?

“A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para ele, a intenção é tudo. Assim, preferível lhe é a prece do íntimo à prece lida, por muito bela que seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração. Agrada-lhe a prece, quando dita com fé, com fervor e sinceridade. Mas não creiais que o toque a do homem fútil, orgulhoso e egoísta, a menos que signifique, de sua parte, um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade.”

659. Qual o caráter geral da prece?

“A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer.”

660. A prece torna melhor o homem?

“Sim, porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia Espíritos bons para assisti-lo. É este um auxílio que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.”

a) — Como é que certas pessoas que oram muito são, não obstante, de mau caráter, ciosas, invejosas, intratáveis, carentes de benevolência e de indulgência e até, algumas vezes, viciosas?

“O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas supõem que todo o mérito está na longura da prece, e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Fazem da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca, porém, um estudo de si mesmas. A ineficácia, em tais casos, não é do remédio, mas da maneira por que o aplicam.”

661. Poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as nossas faltas?

“Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder. As boas ações são a melhor prece, porque os atos valem mais que as palavras.”

662. Pode-se, com utilidade, orar por outrem?

“O Espírito de quem ora atua pela sua vontade de praticar o bem. Atrai a si, mediante a prece, os Espíritos bons e estes se associam ao bem que deseje fazer.”

O pensamento e a vontade representam em nós um poder de ação que alcança muito além dos limites da nossa esfera corporal. A prece que façamos por outrem é um ato dessa vontade. Se for ardente e sincera, pode chamar, em auxílio daquele por quem oramos, os Espíritos bons, que lhe virão sugerir bons pensamentos e dar a força de que necessitem seu corpo e sua alma. Mas, ainda aqui, a prece do coração é tudo, a dos lábios nada vale.

663. Podem as preces que por nós mesmos fizermos mudar a natureza das nossas provas e desviar-lhes o curso?

“As vossas provas estão nas mãos de Deus e algumas há que têm de ser suportadas até ao fim; mas Deus sempre leva em conta a resignação. A prece traz para junto de vós os Espíritos bons e, dando-vos estes a força de suportá-las corajosamente, menos rudes elas vos parecem. Dissemos que a prece nunca é inútil, quando bem feita, porque fortalece aquele que ora, o que já constitui grande resultado. Ajuda-te a ti mesmo e o céu te ajudará, bem o sabes. Ademais, não é possível que Deus mude a ordem da natureza ao sabor de cada um, porquanto o que, do vosso ponto de vista estreito e na perspectiva da vossa vida efêmera, vos parece um grande mal, frequentemente é um grande bem na ordem geral do universo. Além disso, de quantos males não se constitui o homem o próprio autor, pela sua imprevidência ou pelas suas faltas? Ele é punido naquilo em que pecou. Todavia, as súplicas justas são atendidas mais vezes do que supondes. Julgais, de ordinário, que Deus não vos ouviu, porque não fez a vosso favor um milagre, enquanto que vos assiste por meios tão naturais que vos parecem obra do acaso ou da força das coisas. Muitas vezes também, as mais das vezes mesmo, ele vos sugere a ideia que vos fará sair da dificuldade pelo vosso próprio esforço.”

664. Será útil que oremos pelos mortos e pelos Espíritos sofredores? E, neste caso, como lhes podem as nossas preces proporcionar alívio e abreviar os sofrimentos? Têm elas o poder de abrandar a justiça de Deus?

“A prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem se ora experimenta alívio, porque recebe assim um testemunho do interesse que inspira àquele que por ela pede, e também porque o desgraçado sente sempre um refrigério, quando encontra almas caridosas que se compadecem de suas dores. Por outro lado, mediante a prece, aquele que ora concita o desgraçado ao arrependimento e ao desejo de fazer o que é necessário para ser feliz. Neste sentido é que se lhe pode abreviar a pena, se, por sua parte, ele secunda a prece com a boa vontade. O desejo de melhorar-se, despertado pela prece, atrai para junto do Espírito sofredor Espíritos melhores, que o vão esclarecer, consolar e dar-lhe esperanças. Jesus orava pelas ovelhas desgarradas, mostrando-vos, desse modo, que culpados vos tornaríeis, se não fizésseis o mesmo pelos que mais necessitam das vossas preces.”

665. Que se deve pensar da opinião dos que rejeitam a prece em favor dos mortos, por não se achar prescrita no Evangelho?

“Aos homens disse o Cristo: Amai-vos uns aos outros. Essa recomendação contém a de empregar o homem todos os meios possíveis para testemunhar aos outros homens afeição, sem haver entrado em minúcias quanto à maneira de atingir ele esse fim. Se é certo que nada pode fazer que o Criador, imagem da justiça perfeita, deixe de aplicá-la a todas as ações do Espírito, não menos certo é que a prece que lhe dirigis por aquele que vos inspira afeição constitui, para este, um testemunho de que dele vos lembrais, testemunho que forçosamente contribuirá para lhe suavizar os sofrimentos e consolá-lo. Desde que ele manifeste o mais ligeiro arrependimento, mas só então, é socorrido. Nunca, porém, será deixado na ignorância de que uma alma simpática com ele se ocupou. Ao contrário, será deixado na doce crença de que a intercessão dessa alma lhe foi útil. Daí resulta necessariamente, de sua parte, um sentimento de gratidão e afeto pelo que lhe deu essa prova de amizade ou de piedade. Em consequência, crescerá num e noutro, reciprocamente, o amor que o Cristo recomendava aos homens. Ambos, pois, se fizeram assim obedientes à lei de amor e de união de todos os seres, lei divina, de que resultará a unidade, objetivo e finalidade do Espírito.”[1]

666. Pode-se orar aos Espíritos?

“Pode-se orar aos Espíritos bons, como sendo os mensageiros de Deus e os executores de Suas vontades. O poder deles, porém, está em relação com a superioridade que tenham alcançado e dimana sempre do Senhor de todas as coisas, sem cuja permissão nada se faz. Eis por que as preces que se lhes dirigem só são eficazes se bem aceitas por Deus.”

[1] Resposta dada pelo Sr. Monod (Espírito), pastor protestante em Paris, morto em abril de 1856. A resposta anterior, n° 664, é do Espírito São Luís.

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

De la prière

658. La prière est-elle agréable à Dieu ?

« La prière est toujours agréable à Dieu quand elle est dictée par le coeur, car l'intention est tout pour lui, et la prière du coeur est préférable à celle que tu peux lire, quelque belle qu'elle soit, si tu la lis plus avec les lèvres qu'avec la pensée. La prière est agréable à Dieu quand elle est dite avec foi, ferveur et sincérité ; mais ne crois pas qu'il soit touché de celle de l'homme vain, orgueilleux et égoïste, à moins que ce ne soit de sa part un acte de sincère repentir et de véritable humilité. »

659. Quel est le caractère général de la prière ?

« La prière est un acte d'adoration. Prier Dieu, c'est penser à lui ; c'est se rapprocher de lui ; c'est se mettre en communication avec lui. Par la prière, on peut se proposer trois choses : louer, demander, remercier. »

660. La prière rend-elle l'homme meilleur ?

« Oui, car celui qui prie avec ferveur et confiance est plus fort contre les tentations du mal, et Dieu lui envoie de bons Esprits pour l'assister. C'est un secours qui n'est jamais refusé quand il est demandé avec sincérité. »

- Comment se fait-il que certaines personnes qui prient beaucoup sont, malgré cela, d'un très mauvais caractère, jalouses, envieuses, acariâtres ; qu'elles manquent de bienveillance et d'indulgence ; qu'elles soient même quelquefois vicieuses ?

« L'essentiel n'est pas de beaucoup prier, mais de bien prier. Ces personnes croient que tout le mérite est dans la longueur de la prière, et ferment les yeux sur leurs propres défauts. La prière est pour elles une occupation, un emploi du temps, mais non une étude d'elles-mêmes. Ce n'est pas le remède qui est inefficace, c'est la manière dont il est employé. »

661. Peut-on prier utilement Dieu de nous pardonner nos fautes ?

« Dieu sait discerner le bien et le mal : la prière ne cache pas les fautes. Celui qui demande à Dieu le pardon de ses fautes ne l'obtient qu'en changeant de conduite. Les bonnes actions sont la meilleure des prières, car les actes valent mieux que les paroles. »

662. Peut-on prier utilement pour autrui ?

« L'Esprit de celui qui prie agit par sa volonté de faire le bien. Par la prière, il attire à lui les bons Esprits qui s'associent au bien qu'il veut faire. »

Nous possédons en nous-mêmes, par la pensée et la volonté, une puissance d'action qui s'étend bien au-delà des limites de notre sphère corporelle. La prière pour autrui est un acte de cette volonté. Si elle est ardente et sincère, elle peut appeler à son aide les bons Esprits, afin de lui suggérer de bonnes pensées et lui donner la force du corps et de l'âme dont il a besoin. Mais là encore la prière du coeur est tout, celle des lèvres n'est rien.

663. Les prières que nous faisons pour nous-mêmes peuvent-elles changer la nature de nos épreuves et en détourner le cours ?

« Vos épreuves sont entre les mains de Dieu et il en est qui doivent être subies jusqu'au bout, mais alors Dieu tient toujours compte de la résignation. La prière appelle à vous les bons Esprits qui vous donnent la force de les supporter avec courage, et elles vous paraissent moins dures. Nous l'avons dit, la prière n'est jamais inutile quand elle est bien faite, parce qu'elle donne la force, et c'est déjà un grand résultat. Aide-toi, le Ciel t'aidera, tu sais cela. D'ailleurs, Dieu ne peut changer l'ordre de la nature au gré de chacun, car ce qui est un grand mal à votre point de vue mesquin et à celui de votre vie éphémère est souvent un grand bien dans l'ordre général de l'univers ; et puis, combien n'y a-t-il pas de maux dont l'homme est le propre auteur par son imprévoyance ou par ses fautes ! Il en est puni par où il a péché. Cependant, les demandes justes sont plus souvent exaucées que vous ne pensez ; vous croyez que Dieu ne vous a pas écoutés, parce qu'il n'a pas fait un miracle pour vous, tandis qu'il vous assiste par des moyens tellement naturels qu'ils vous semblent l'effet du hasard ou de la force des choses ; souvent aussi, le plus souvent même, il vous suscite la pensée nécessaire pour vous tirer vous-mêmes d'embarras. »

664. Est-il utile de prier pour les morts et pour les Esprits souffrants, et dans ce cas, comment nos prières peuvent-elles leur procurer du soulagement et abréger leurs souffrances ; ont-elles le pouvoir de faire fléchir la justice de Dieu ?

« La prière ne peut avoir pour effet de changer les desseins de Dieu, mais l'âme pour laquelle on prie en éprouve du soulagement, parce que c'est un témoignage d'intérêt qu'on lui donne, et que le malheureux est toujours soulagé quand il trouve des âmes charitables qui compatissent à ses douleurs. D'un autre côté, par la prière on l'excite au repentir et au désir de faire ce qu'il faut pour être heureux ; c'est en ce sens qu'on peut abréger sa peine, si de son côté il seconde par sa bonne volonté. Ce désir d'amélioration, excité par la prière, attire près de l'Esprit souffrant des Esprits meilleurs qui viennent l'éclairer, le consoler et lui donner l'espérance. Jésus priait pour les brebis égarées ; il vous montre par là que vous seriez coupables de ne pas le faire pour ceux qui en ont le plus besoin. »

665. Que penser de l'opinion qui rejette la prière pour les morts, par la raison qu'elle n'est pas prescrite dans l'Evangile ?

« Le Christ a dit aux hommes : Aimez-vous les uns les autres. Cette recommandation renferme celle d'employer tous les moyens possibles de leur témoigner de l'affection, sans entrer pour cela dans aucun détail sur la manière d'atteindre ce but. S'il est vrai que rien ne peut détourner le Créateur d'appliquer la justice, dont il est le type, à toutes les actions de l'Esprit, il n'en est pas moins vrai que la prière que vous lui adressez pour celui qui vous inspire de l'affection est pour lui un témoignage de souvenir qui ne peut que contribuer à alléger ses souffrances et le consoler. Dès qu'il témoigne le moindre repentir, et alors seulement, il est secouru ; mais on ne lui laisse jamais ignorer qu'une âme sympathique s'est occupée de lui, et on lui laisse la douce pensée que son intercession lui a été utile. Il en résulte nécessairement de sa part un sentiment de reconnaissance et d'affection pour celui qui lui a donné cette preuve d'attachement ou de pitié ; par conséquent, l'amour que recommandait le Christ aux hommes n'a fait que s'accroître entre eux ; ils ont donc tous deux obéi à la loi d'amour et d'union de tous les êtres, loi divine qui doit amener l'unité, but et fin de l'Esprit[1]. »

666. Peut-on prier les Esprits ?

« On peut prier les bons Esprits comme étant les messagers de Dieu et les exécuteurs de ses volontés ; mais leur pouvoir est en raison de leur supériorité, et relève toujours du maître de toutes choses, sans la permission de qui rien ne se fait ; c'est pourquoi les prières qu'on leur adresse ne sont efficaces que si elles sont agréées par Dieu. »

LE LIVRE DES ESPRITS – Allan Kardec.

sábado, 25 de fevereiro de 2023

Cristo - Jesus Cristo.

 

Cristo é um título de uma palavra grega que significa "ungido". Jesus foi um homem que alcançou um nível de consciência cristica ao alcance de todos.

JESUS / João 14:20.

“Naquele dia perceberão que eu estou em meu Pai, e vocês estão em mim, e eu estou em vocês.”

Todos nós somos UM.

Quem conseguir entender isso, está no caminho certo.

Isso não tem nada a ver com religiões ou origem étnica, só tem a ver com entendimento e expansão da consciência...

O Despertar da Nova Era.

La Vojo de la Vivo / O caminho da vida


La Vojo de la Vivo.

La demando pri la plureco de vivoj de longa tempo pensigas filozofojn, kaj pluraj el ili konsideris la antaŭekziston de la animo kiel la solan eblan solvon por tiaj plej gravaj problemoj de psikologio ; sen tiu principo ili sin sentis haltigataj je ĉiu paŝo kaj barataj antaŭ senelira situacio, kiun ili ne povas solvi sen helpo de la plureco de vivoj.

Plej granda kontesto, kiun oni povus fari kontraŭ tiu teorio estas la manko de rememoro pri antaŭaj vivoj.

Efektive, sinsekvo da vivoj sen konscio unuj pri la aliaj ; forlasi korpon por repreni poste alian sen memoro pri la pasinteco, egalus al nenio, ĉar tio estus neniigo de la penso ; tio estus serio da novaj deirpunktoj sen ligo kun la antaŭaj; tio estus senĉesa rompo de ĉiuj korsentoj, kiuj konsistigas la ĉarmon de la nuna vivo kaj la esperon plej dolĉan kaj plej konsolan pri la estonteco ; fine, tio estus neado de ĉia morala respondeco. Tia doktrino estus entute neakceptebla kaj entute nekongrua kun la justeco de Dio, ne pli ol tiu pri unu sola vivo kun la perspektivo de absoluta eterneco de punoj La demando pri la plureco de vivoj de longa tempo pensigas filozofojn kaj pluraj el ili konsideris la antaŭekziston de la animo kiel la solan eblan solvon por tiaj plej gravaj problemoj de psikologio ; sen tiu principo ili sin sentis haltigataj je ĉiu paŝo kaj barataj antaŭ senelira situacio, kiun ili ne povas solvi sen helpo de la plureco de vivoj. Plej granda kontesto, kiun oni povus fari kontraŭ tiu teorio estas la manko de rememoro pri antaŭaj vivoj.

Efektive, sinsekvo da vivoj sen konscio unuj pri la aliaj ; forlasi korpon por repreni poste alian sen memoro pri la pasinteco, egalus al nenio, ĉar tio estus neniigo de la penso ; tio estus serio da novaj deirpunktoj sen ligo kun la antaŭaj; tio estus senĉesa rompo de ĉiuj korsentoj, kiuj konsistigas la ĉarmon de la nuna vivo kaj la esperon plej dolĉan kaj plej konsolan pri la estonteco ; fine, tio estus neado de ĉia morala respondeco. Tia doktrino estus entute neakceptebla kaj entute nekongrua kun la justeco de Dio, ne pli ol tiu pri unu sola vivo kun la perspektivo de absoluta eterneco de punoj pro kelkaj momentaj misfaroj. Oni do komprenas, ke tiuj, kiuj havas ideon kontraŭan al reenkarniĝo ĝin rifuzas, sed ne tiel Spiritismo ĝin prezentas al ni.

La spirita vivo, ĝi diras al ni, estas la normala vivo, kun senlima rememorado pri la pasinteco ; la enkorpaj vivoj estas nuraj intertempoj, iaj mallongaj periodoj dum la spirita ekzistado, kaj la tuto de ĉiuj tiuj periodoj estas ne pli ol minimuma parto de la normala ekzistado, tute same kiel se, dum plurjara vojaĝo oni haltus de tempo al tempo dum kelkaj horoj. Se, dum la enkorpaj vivoj, ŝajne estas interrompoj pro manko de memoro, la ĉeno fariĝas dum la spirita vivo, kiu ne havas interrompojn; la paŭzo fakte ekzistas nur koncerne la korpan, eksteran kaj interrilatan vivon; kaj jen ĉi tie la manko de rememoro pruvas la saĝecon de la Providenco, kiu ne permesis, ke la homo estu tro devojigata de la reala vivo, en kiu li havas plenumendajn devojn ; krome, dum ripozo de la korpo, dum dormado, la animo parte reprenas sian konscion kaj tiam refariĝas la ĉeno interrompita nur dum la maldormo.

Kontraŭ tio oni povus ankoraŭ kontraŭstari kaj demandi, kian profiton oni povus tiri el tiuj antaŭaj vivoj por sia pliboniĝo, se oni ne memoras la mispaŝojn faritajn. Spiritismo respondas, ke forgeso de malfeliĉaj ekzistadoj, kune kun la mizeroj de la nuna vivo, farus ĉi tiun lastan eĉ pli pena ; tio estas do troa ŝarĝo da suferoj, kiun Dio volis al ni eviti ; sen tio, kia estus nia humiliĝo ĉe la konscio pri tio, kio ni estis! Koncerne nian pliboniĝon, rememorado estas senutila. Dum ĉiu vivo ni faras kelkajn paŝojn antaŭen ; ni akiras kelkajn bonajn kvalitojn kaj demetas kelkajn malperfektaĵojn ; ĉiu el ili estas do nova deirpunkto, ĉe kiu ni estas tio, kion ni faris, ĉe kiu oni konsideras nin laŭ tio, kio ni estas, sen la bezono, ke ni zorgu pri tio, kio ni estis. Se dum antaŭa vivo ni estis iaj antropofagoj, kiom gravas, se ni jam ne estas tio ? Se ni havis ian ajn difekton, pri kiu jam ne restas spuro, tio do estas jam kvitigita ŝuldo, pri kiu ni jam ne devas nin okupi. Ni supozu, male, ke estas difekto, pri kiu ni nur duone nin alĝustigis, tiam la restaĵo retroviĝos dum la sekva vivo kaj oni devas strebi por sin korekti. Ni prenu ekzemplon: unu homo estis murdinto kaj ŝtelisto ; li estis punita, ĉu en la enkorpa vivo, ĉu en la spirita ; li pentas kaj sin korektas koncerne la unuan fiaĵon, sed ne koncerne la duan ; dum sekva vivo, li estos nur ŝtelisto ; eble granda ŝtelisto, sed jam ne murdemulo ; ankoraŭ unu paŝo antaŭen, kaj li estos nur etŝtelisto; unu paŝon poste, li ne plu ŝtelos, sed eble li emos ŝteli, sed lia konscienco lin detenos ; unu plia klopodo, kaj ĉia spuro de la morala malsano malaperos, kaj li estos modelo de honesteco. Kiom gravas nun tio, kio li estis ? Ĉu la rememoro pri morto sur eŝafodo ne estus nura torturo, nura eterna humiligo? Apliku tiun rezonon al ĉiuj malvirtoj, al ĉiuj eraroj, kaj vi povos vidi, ke la animo pliboniĝas laŭ iom-post-ioma pasado tra la hardiloj de enkarniĝo. Ĉu Dio ne estas plej justa, ke Li faris la homon la juĝanto de sia propra sorto, per la klopodoj, kiujn li povas fari por sin plibonigi, anstataŭ krei lian animon samtempe kiel lian korpon, kaj anstataŭ kondamni lin al eternaj turmentoj pro pasemaj eraroj, ne donante al li rimedojn por sin purigi de siaj malperfektecoj?

Per plureco de vivoj, lia estonteco sidas en liaj manoj ; se li bezonas longan tempon por pliboniĝo, tiam li akceptas la konsekvencojn ; ĝi estas plej supera justeco, sed espero neniam fermiĝas al li.

La sekvanta komparo eble helpos kompreni la peripetiojn de la vivo de animo.

Oni prezentu al si ian longan vojon, laŭlonge de kiu troviĝas, de tempo al tempo, sed je neregulaj intervaloj, arbaroj, kiujn oni devas trairi; ĉe la enirejo de ĉiu arbaro la larĝa, bela vojo interrompiĝas kaj reformiĝas nur ĉe la elirejo. Unu vojaĝanto iras laŭ tiu vojo kaj envenas en la unuan arbaron; sed jen li sentas sin sendirekta; ia senelira labirinto, meze de kiu li perdiĝas; la suna helo malaperis de sub la densa foliaro de la arboj; li vagas, ne sciante, kien li iras ; fine, post nekredebla laciĝo, li atingas la ekstremon de la arbaro, sed elĉerpita, ŝirita de dornoj, vundita de ŝtonoj. Tie li retrovas la vojon kaj lumon, kaj li sekvas sian vojon, klopodante sin resanigi de la vundoj.

Iom poste, li trovas duan arbaron, kie lin atendas la samaj malfacilaĵoj; sed nun li jam havas iom da sperto kaj li eliras malpli vundita. Ie li renkontas arbohakiston, kiu indikas al li la direkton sekvotan kaj evitigas al li misvojiĝon. Post ĉiu nova trairado lia lerteco kreskas, tiel ke la baroj estas pli kaj pli facile transpasataj ; kun la certeco, ke li retrovos la belan vojoj ĉe la elirejo, tia fido lin subtenas ; tiam li scipovas jam orientiĝi por trovi la elirejon pli facile. La vojo finiĝas sur la supro de tre alta montaro, de kie li supervidas la tutan iradon, de la elirpunkto ; tiel li vidas la malsamajn arbarojn, kiujn li trairis kaj li rememoras la suferojn, kiujn li superis, sed tiu rememorado neniel estas peniga, ĉar li jam atingis la finon; li estas kiel la maljuna soldato, kiu, en la trankvilo de la hejma etoso, rememoras la batalojn, kiujn li partoprenis. Tiaj arbaroj dise metitaj sur la vojo estas por li kiel nigraj punktoj sur blanka rubando ; li diras al si: « Kiam mi estis en tiuj arbaroj, precipe en la unuaj, kiel longaj por trairado ili aspektis al mi ! Ŝajnis al mi, ke mi neniam alvenos al la fino ; ĉio ŝajnis al mi grandega kaj nekomprenebla ĉirkaŭ mi. Kaj kiam mi memoras, ke sen tiu brava arbohakisto, kiu min remetis sur la ĝustan vojon, eble mi ankoraŭ starus tie! Nun, kiam mi konsideras tiujn samajn arbarojn de la punkto kie mi estas, kiel etaj ili aspektas al mi ! Ŝajnas al mi, ke per unu sola paŝo mi povus ilin trairi; krome, mia vidkapablo ilin penetras, kaj mi tie distingas plej etajn detalojn ; nun mi vidas klare, ne kiel antaŭe. »

Tiam, maljunulo diras al li : « Mia filo, vi staras ĉe la fino de la vojaĝo, sed ia senfina ripozado lacigus vin per mortiga enuado kaj vi okupiĝus pri rememorado de la suferoj, kiujn vi trapasis kaj kiuj aktivigis viajn korpopartojn kaj vian spiriton. Vi vidas de ĉi tie grandan kvanton da vojaĝantoj sur la vojo, kiun vi trairis, kaj, kiel vi, riskas devojiĝi; vi estas sperta, vi jam timas nenion ; iru al ili kaj strebu ilin gvidi per viaj konsiloj, por ke ankaŭ ili alvenu pli frue.

- Mi volonte iros, respondas nia homo ; sed, li aldonas, kial ne ekzistas rekta vojo de la elirpunkto ĝis ĉi tie ? Tio evitigus al la vojaĝantoj trairadon tra tiuj abomenindaj arbaroj.

- Mia filo, respondas la maljunulo, rigardu bone kaj vi vidos, ke certa kvanto da homoj tion evitas ; ili estas tiuj, kiuj akiris pli frue la necesan sperton, scipovas preni ian pli rektan, pli mallongan vojon por alveno; sed tia sperto estas frukto de laboro, kiun ili devis plenumi ĉe la unuaj trairadoj, tiel ke ili alvenas ĉi tie nur pro sia merito. Kio estus al vi mem, se vi ne estus pasinta? La agado, kiun vi devis plenumi, la imagrimedoj, kiujn vi devis elvolvi por malfermi vojon pligrandigis viajn konojn kaj elvolvis vian inteligentecon ; sen tio, vi estus ankoraŭ sama novulo kiel je eliro. Kaj krome, klopodante vin mem senembarasiĝi, vi mem kontribuis por la plibonigo de la arbaroj, kiujn vi trairis ; kion vi faris estis malmulto neperceptebla ; sed pensu pri la miloj da vojaĝantoj, kiuj siavice iradis, kaj kiuj, laborante por si mem, laboris senscie por komuna bono. Ĉu ne estas juste, ke ili ricevas la salajron pro sia penado per ripozo, kiel ili ĝuas ĉi tie? Kiun rajton ili havus pri ripozo, se ili farus nenion ?

- Mia patro, respondas la vojaĝanto, en unu el tiuj arbaroj, mi renkontis homon, kiu diris al mi : «Jen proksime estas grandega abismo, kiun oni devas transpasi per salto ; sed, inter mil, apenaŭ unu sukcesas; ĉiuj aliaj falas en la fundon en brulantan fajrejon kaj senrevene perdiĝas.» Tian abismon mi tamen ne vidis.

- Mia infano, ĝi ja ne ekzistas, male tio estus abomeninda falilo al ĉiuj vojaĝantoj, kiuj venas al mi. Mi bone scias, ke estas multaj venkendaj malfacilaĵoj, sed mi scias ankaŭ, ke pli aŭ malpli frue ili transpasos ilin ; se mi kreus neeblaĵojn por unu sola homo, kiu devus perei, tio estus kruelaĵo, des pli, se mi tion farus por la plimulto. Tia abismo estas ia alegorio, kaj vi vidos la klarigon. Rigardu la vojon, ĉe la intervalo de la arbaroj; inter la vojaĝantoj, vi vidas iujn, kiuj iras malrapide, kun gaja mieno; vidu tiujn amikojn, kiuj devojiĝis en la labirintoj de la arbaro, kiel ili estas feliĉaj, ke ili retroviĝas ĉe la elirejo ; sed flanke de tiuj, estas aliaj, kiuj sin trenas pene; ili estas elĉerpitaj kaj petegas kompaton al pasantoj, ĉar ili kruele suferas vundojn, kiuj pro siaj mankoj ili ricevis tra la dornejoj; sed ili resaniĝos, kaj tio estos por ili ia leciono, kiun ili profitos en alia arbaro, kiun ili devos trairi, kaj el kiu ili eliros malpli vunditaj. La abismo estas figuro pri la malbono, kiun ili suferas, kaj dirinte, ke el milo nur unu sukcesas, tiu homo pravas, ĉar malprudentuloj multe pli abundas; sed li malpravis, kiam li diris, ke falinto neniam plu eliros ; ĉiam ekzistas rimedo por alveni al mi. Iru, mia filo, iru montri tiun rimedon al tiuj, kiuj sidas sur la fundo de la abismo ; iru subteni la vunditojn survoje kaj montri la vojon al tiuj, kiuj trairas la arbarojn. La vojo estas la figuro de la spirita vivo, sur kies trairado oni estas pli aŭ malpli feliĉa; la arbaroj estas la enkorpaj vivoj, kiam oni laboras por sia antaŭenirado, kaj samtempe por la ĝenerala agado ; la vojaĝanto, kiu alvenas al la fino kaj revenas por helpi tiujn, kiuj estas malantaŭe estas la gardanĝeloj, la misiistoj de Dio, kiuj trovas sian feliĉon sur tiu vojo, sed ankaŭ ĉe agado, kiun ili plenumas por fari bonon kaj obei la superegan Sinjoron.

Libro: Postmortaj Verkoj – Allan Kardec.

O caminho da vida

A questão da pluralidade das existências há desde longo tempo preocupado os filósofos e mais de um reconheceu na anterioridade da alma a única solução possível para os mais importantes problemas da Psicologia. Sem esse princípio, eles se encontraram detidos a cada passo, encurralados num beco sem saída, donde somente puderam escapar com o auxílio da pluralidade das existências.

A maior objeção que podem fazer a essa teoria é a da ausência de lembranças das existências anteriores.

Com efeito, uma sucessão de existências inconscientes umas das outras; deixar um corpo para tomar outro sem a memória do passado equivaleria ao nada, visto que seria o nada quanto ao pensamento; seria uma multiplicidade de novos pontos de partida, sem ligação entre si; seria a ruptura incessante de todas as afeições que fazem o encanto da vida presente, a mais doce e consoladora esperança do futuro; seria, afinal, a negação de toda a responsabilidade moral. Semelhante doutrina seria tão inadmissível e tão incompatível com a Justiça Divina, quanto a de uma única existência com a perspectiva de uma eternidade de penas por algumas faltas temporárias. Compreende-se então que os queformam semelhante ideia da reencarnação a repilam, mas não é assim que o Espiritismo no-la apresenta.

A existência espiritual da alma, diz ele, é a sua existência normal, com indefinida lembrança retrospectiva. As existências corpóreas são apenas intervalos, curtas estações na existência espiritual, sendo a soma detodas as estações apenas uma parcela mínima da existência normal, absolutamente como se, numa viagem de muitos anos, de tempos a tempos o viajor parasse durante algumas horas. Embora pareça que, durante as existências corporais, há solução de continuidade, por ausência de lembrança, a ligação efetivamente se estabelece no curso da vida espiritual, que não sofre interrupção. A solução de continuidade, realmente, só existe para a vida corpórea exterior e de relação, e a ausência, aí, da lembrança prova a sabedoria da Providência que assim evitou fosse o homem por demais desviado da vida real, onde ele tem deveres a cumprir, mas quando o corpo se acha em repouso, durante o sono, a alma levanta o voo parcialmente e restabelece-se então a cadeia interrompida apenas durante a vigília.

A isto ainda se pode opor uma objeção, perguntando que proveito pode o homem tirar de suas existências anteriores, para melhorar-se, dado que ele não se lembra das faltas que haja cometido. O Espiritismo responde, primeiro, que a lembrança de existências desgraçadas, juntando-se às misérias da vida presente, ainda mais penosa tornaria esta última. Desse modo, poupou Deus às suas criaturas um acréscimo de sofrimentos. Se assim não fosse, qual não seria a nossa humilhação, ao pensarmos no que já fôramos! Para o nosso melhoramento, aquela recordação seria inútil. Durante cada existência, sempre damos alguns passos para a frente, adquirimos algumas qualidades e nos despojamos de algumas imperfeições. Cada uma de tais existências é, portanto, um novo ponto de partida, em que somos qual nos houvermos feito, em que nos tomamos pelo que somos, sem nos preocuparmos com o que tenhamos sido. Se, numa existência anterior, fomos antropófagos, que importa isso, desde que já não o somos? Se tivemos um defeito qualquer, de que já não conservamos vestígio, aí está uma conta saldada, de que não mais nos cumpre cogitar. Suponhamos que, ao contrário, se trate de um defeito apenas meio corrigido: o restante ficará para a vida seguinte e a corrigi-lo é do que nesta devemos cuidar. Tomemos um exemplo: um homem foi assassino e ladrão, e foi punido, quer na vida corpórea, quer na vida espiritual; ele se arrepende e corrige do primeiro pendor, porém, não do segundo. Na existência seguinte, será apenas ladrão, talvez um grande ladrão, porém, não mais assassino. Mais um passo para diante e já não será mais que um ladrão obscuro; pouco mais tarde já não roubará, mas poderá ter a veleidade de roubar, que a sua consciência neutralizará. Depois, um derradeiro esforço e, havendo desaparecido todo vestígio da enfermidade moral, será um modelo de probidade. Que lhe importa então o que ele foi? A lembrança de ter acabado no cadafalso não seria uma tortura e uma humilhação constantes? Aplicai este raciocínio a todos os vícios, a todos os desvios, e podereis ver como a alma se melhora, passando e tornando a passar pelos cadinhos da encarnação. Não terá sido Deus mais justo com o tornar o homem árbitro da sua própria sorte, pelos esforços que empregue por se melhorar, do que se fizesse que sua alma nascesse ao mesmo tempo que seu corpo e o condenasse a tormentos perpétuos por erros passageiros, sem lhe conceder meios de purificar-se de suas imperfeições? Pela pluralidade das existências, nas suas mãos está o seu futuro. Se ele gasta longo tempo a se melhorar, sofre as consequências dessa maneira de proceder: é a suprema justiça; a esperança, porém, jamais lhe é interdita.

A seguinte comparação é de molde a tornar compreensíveis as peripécias da vida da alma:

Suponhamos uma estrada longa, em cuja extensão se encontram, de distância em distância, mas com intervalos desiguais, florestas que se tem de atravessar e, à entrada de cada uma, a estrada, larga e magnífica, se interrompe, para só continuar à saída. O viajor segue por essa estrada e penetra na primeira floresta. Aí, porém, não dá com caminho aberto; depara-se-lhe, ao contrário, um dédalo inextricável em que ele se perde. A claridade do sol há desaparecido sob a espessa ramagem das árvores. Ele vagueia, sem saber para onde se dirige. Afinal, depois de inauditas fadigas, chega aos confins da floresta, mas extenuado, dilacerado pelos espinhos,machucado pelos pedrouços. Lá, descobre de novo a estrada e prossegue a sua jornada, procurando curar-se das feridas.

Mais adiante, segunda floresta se lhe antolha, onde o esperam as mesmas dificuldades. Mas ele já possui um pouco de experiência e dela sai menos contundido. Noutra, topa com um lenhador que lhe indica a direção que deve seguir para se não transviar. A cada nova travessia, aumenta a sua habilidade, de maneira que transpõe cada vez mais facilmente os obstáculos. Certo de que à saída encontrará de novo a boa estrada, firma-se nessa certeza; depois, já sabe orientar-se para achá-la com mais facilidade. A estrada finaliza no cume de uma montanha altíssima, donde ele descortina todo o caminho que percorreu desde o ponto de partida. Vê também as diferentes florestas que atravessou e se lembra das vicissitudes por que passou, mas essa lembrança não lhe é penosa, porque chegou ao termo da caminhada. É qual velho soldado que, na calma do lar doméstico, recorda as batalhas a que assistiu. Aquelas florestas que pontilhavam a estrada lhe são como que pontos negros sobre uma fita branca e ele diz a si mesmo: “Quando eu estava naquelas florestas, nas primeiras, sobretudo, como me pareciam longas de atravessar! Figurava-se-me que nunca chegaria ao fim; tudo ao meu derredor me parecia gigantesco e intransponível. E quando penso que, sem aquele bondoso lenhador que me pôs no bom caminho, talvez eu ainda lá estivesse! Agora, que contemplo essas mesmas florestas do ponto onde me acho, como se me apresentam pequeninas! Afigura-se-me que de um passo teria podido transpô-las; ainda mais, a minha vista as penetra e lhes distingo os menores detalhes; percebo até os passos em falso que dei”.

Diz-lhe então um ancião: — Meu filho, eis-te chegado ao termo da viagem, mas um repouso indefinido causar-te-á tédio mortal e tu te porias a ter saudades das vicissitudes que experimentaste e que te davam atividade aos membros e ao Espírito. Vês daqui grande número de viajantes na estrada que percorreste e que, como tu, correm o risco de transviar-se; tens experiência, nada mais temas: vai-lhes ao encontro e procura com teus conselhos guiá-los, a fim de que cheguem depressa.

— Irei com alegria — replica o nosso homem —; entretanto, pergunto: por que não há uma estrada direta desde o ponto de partida até aqui? Isso forraria aos viajantes o terem de atravessar aquelas abomináveis florestas.

— Meu filho — retruca o ancião —, atenta bem e verás que muitos evitam a travessia de algumas delas: são os que, tendo adquirido mais de pronto a experiência necessária, sabem tomar um caminho mais direto emais curto para chegarem aqui. Essa experiência, porém, é fruto do trabalho que as primeiras travessias lhes impuseram, de sorte que eles aqui aportam em virtude do mérito próprio. Que é o que saberias, se por lá não houvesses passado? A atividade que houveste de desenvolver, os recursos de imaginação que precisaste empregar para abrir caminho aumentaram os teus conhecimentos e desenvolveram a tua inteligência. Sem que tal se desse, serias tão noviço quanto o eras à partida. Ademais, procurando safar-te dos tropeços, contribuíste para o melhoramento das florestas que atravessaste. O que fizeste foi pouca coisa, imperceptível mesmo; pensa, contudo, nos milhares de viajores que fazem outro tanto e que, trabalhando para si mesmos, trabalham, sem o perceberem, para o bem comum. Não é justo que recebam o salário de suas penas no repouso de que gozam aqui? Que direito lhes caberia a esse repouso, se nada houvessem feito?

— Meu pai — responde o viajor —, numa das florestas, encontrei um homem que me disse: “Na orla há um imenso abismo a ser transposto de um salto, mas, de mil, apenas um o consegue; todos os outros lhe caem no fundo, numa fornalha ardente e ficam perdidos sem remissão. Esse abismo eu não o vi”.

— Meu filho, é que ele não existe, pois, do contrário, seria uma cilada abominável, armada a todos os que para cá se dirigem. Bem sei que lhes cabe vencer dificuldades, mas igualmente sei que cedo ou tarde as vencerão. Se eu houvera criado impossibilidades para um só que fosse, sabendo que esse sucumbiria, teria praticado uma crueldade, que avultaria imenso, se atingisse a maioria dos viajores. Esse abismo é uma alegoria, cuja explicação vais receber. Olha para a estrada e observa os intervalos das florestas. Entre os viajantes, alguns vês que caminham com passo lento e semblante jovial; vê aqueles amigos, que se tinham perdido de vista nos labirintos da floresta, como se sentem ditosos, por se haverem de novo encontrado ao deixarem-na. A par deles, porém, outros há que se arrastam penosamente; estão estropiados e imploram a compaixão dos que passam, pois que sofrem atrozmente das feridas de que, por culpa própria, se cobriram, atravessando os espinheiros. Curar-se-ão, no entanto, e isso lhes constituirá uma lição da qual tirarão proveito na floresta seguinte, donde sairão menos machucados. O abismo simboliza os males que eles experimentam e, dizendo que de mil apenas um o transpõe, aquele homem teve razão, porquanto enorme é o número dos imprudentes; errou, porém, quando disse que aquele que ali cair não mais sairá. Para chegar a mim, o que tombou encontra sempre uma saída. Vai, meu filho, vai mostrar essa saída aos que estão no fundo do abismo; vai amparar os feridos que se arrastam pela estrada e mostrar o caminho aos que se embrenharam pelas florestas.

A estrada é a imagem da vida espiritual da alma e em cujo percurso esta é mais ou menos feliz. As florestas são as existências corpóreas, em que ela trabalha pelo seu adiantamento, ao mesmo tempo que na obra geral. O caminheiro que chega ao fim e que volta para ajudar os que vêm atrasados figura os anjos guardiães, os missionários de Deus, que se sentem venturosos em vê-lo, como também no desdobrarem suas atividades para fazer o bem e obedecer ao supremo Senhor.

Livro: Obras Póstumas – Allan Kardec.

CARIDADE RECÍPROCA - Emmanuel

É preciso compreender a caridade no sentido real.

Comumente, o benfeitor ignora quanto deve àqueles a quem beneficia.

Qualquer migalha de socorro aos necessitados, sempre que iluminada de amor, é doação significativa, mas a cooperação dos necessitados em auxílio aos que lhes prestam apoio, é serviço de importância inestimável.

Os irmãos em penúria, quando pacientes, ensinam calma e compreensão; os enfermos, valorosos na fé, lecionam aceitação e humildade; quem estende perdão aos ofensores, auxilia-os na renovação para o bem; e quem ama sem nada exigir, constrói, em silêncio, o reino do entendimento maior no íntimo daqueles que se lhes fazem amados, ainda mesmo quando se mostrem indiferentes.

Diz-nos a sabedoria evangélica: “melhor é dar que receber”.

Isso acontece porque os que praticam a beneficência e a tolerância colhem benefícios espirituais que não poderiam adquirir em lugar algum.

Livro: Paz.

Emmanuel / Chico Xavier.

ENEESPE 3º dia - 1º Encontro de Estudos Espíritas de Pernambuco

Papo das 9 #709 O grito que vem das tragédias

#59 Estudando O Evangelho Segundo o Espiritismo - Fora da caridade não h...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

NOS CAMINHOS DE SEMPRE – Emmanuel.

Nem sempre se te fará necessário fitar a retaguarda para reconhecer as vantagens da própria situação.

Basta recordar os obstáculos que já venceste.

Impossível não te lembres de certas ocasiões difíceis, no grupo doméstico, nas quais, sem esperar, conseguiste manter o próprio equilíbrio, a fim de auxiliar aos que se te ligam à existência.

Fácil rememorar os momentos de azedume, dos quais a passagem do tempo te desligou para o retorno à tranqüilidade.

Perigos que te ameaçaram, desapareceram, sem que os vissem, no instante em que se entrecruzavam na estrada.

Ocorrências infelizes que atravessaste foram muito mais advertências da vida ao teu senso de ponderação e serenidade que calamidades irreparáveis, conquanto, em alguns casos, provações inevitáveis se te emplacassem no contexto das próprias experiências.

Preterições sofridas geraram várias conquistas de melhoria que atualmente desfrutas.

Mudanças desagradáveis e compulsórias transformaram-se em degraus de acesso a facilidades que desconhecias, até então.

Pessoas queridas, cujas tribulações lamentavas com ênfase, descartaram-se das sombras em que se envolviam, usufruindo agora alegrias com que talvez não contassem.

Desgostos que tiveste, no curso dos quais guardavas a idéia de carregar pesados fardos de infortúnio, converteram-se em oportunidades de paz e renovação que presentemente bendizes.

Pensa nos empecilhos que já deixaste à distância e concluirás que isso aconteceu porque não desertaste das próprias obrigações.

Reflete nisso e reconhecerás que Deus, o infinito Amor, que te sustentou o ontem, de igual modo te sustentará também nos caminhos do sempre.

Livro: Paz.

Emmanuel / Chico Xavier.

ENEESPE 2º dia - 1º Encontro de Estudos Espíritas de Pernambuco

ENCONTRO DE REPARAÇÃO - CONSOLAÇÃO MUANIS E LARA BRUNELLI

domingo, 19 de fevereiro de 2023

ORAR AOS ESPÍRITOS – Miramez.

É dever do ser humano orar buscando os Espíritos superiores, agradecendo os benefícios recebidos deles e pedindo ajuda, desde quando o pedido seja submetido ao Todo Poderoso, e que tenha justa finalidade, em benefício coletivo, não ultrapassando as necessidades reais de cada um.

Os Espíritos, mesmo os que se encontram na faixa dos seres angélicos, foram companheiros que já estiveram reencarnados na Terra ou em outros mundos, buscando o que hoje buscamos. A distância que existe dos encarnados a eles é na ordem do tempo; eles são mais velhos, no que tange à idade do Espírito, portanto, já estão livres da ignorância, e vivem no amor e pelo amor. Eles são os agentes de Deus encarregados de socorrer os que sofrem, encarnados e desencarnados, e as suas funções são exercidas nos dois planos de vida.

Já pensaste se os Espíritos sublimados fossem viver somente de contemplação, como se referem alguns dos religiosos, que esqueceram o valor do trabalho nos dois mundos? Disse Jesus: Meu Pai trabalha sempre e Eu opero constantemente. Todos podem pedir, mas, receber fica sob a aquiescência de Deus; Ele, somente Ele, decide se os Seus agentes podem nos conceder ou não o que pedimos.

Busquemos incansavelmente a reforma interna, verificando todos os sentimentos, fazendo uma seleção, e passando a mudar a ordem dos pensamentos, de modo que eles se organizem com a consciência em Jesus. Nesse trabalho de ascensão, Deus sempre atenderá nossos pedidos.

Ele investe nos nossos trabalhos de auto-educação, concedendo-nos a paz, a saúde e a alegria.

Os Espíritos superiores têm dons despertados em todos os sentidos, e quando oramos com fé e sinceridade, emitimos ondas luminosas com poderes extraordinários, que chegam a eles com a mensagem do que solicitamos. E essas almas redimidas sentem prazer em nos atender, pois essa é uma das suas funções, de fortalecer o ânimo dos que desejam trabalhar em favor da harmonia universal.

Jesus sempre falava aos Seus agentes de luz, como Marcos anotou no capítulo treze, versículo cinco: Então, Jesus lhes respondendo, passou a dizer: Vede que ninguém vos engane.

É preciso que os Espíritos superiores estejam bem aparelhados nas suas sensibilidades espirituais para conhecerem os seres humanos acostumados a enganarem, para que eles não se enganem nas solicitações extravagantes. Os Espíritos encarregados de andar com os homens na Terra os conhecem bem, no entanto, por vezes o amor maternal, ou de companheiros de muitas eras, pode ceder a coisas que em vez de ajudarem ao companheiro, podem piorar e fazê-lo sofrer mais, mas, o anjo de guarda encarregado de guiar cada ser encarnado, em muitos casos retifica o concedido, para que o tutelado não caia em novas tentações.

Os problemas, as dores, enfim, os infortúnios, são freios para os encarnados. O que pensamos ser mal, são avisos para não cairmos no mal verdadeiro.

Aos espíritas, recomendamos sobre o que vão pedir: não percam tempo em pedidos inúteis; quando forem agraciados pela fortuna, que sejam justiceiros; quando o saber bater às suas portas juntamente com a espiritualidade, que não se interessem por bens materiais, e quando pobres, que busquem a riqueza quando necessário, mas com honestidade.

É bom que oremos pelos outros aos Espíritos puros, pedindo a eles que dêem à humanidade, acima de tudo, a compreensão espiritual.

Livro: Filosofia Espírita – Volume XIV

           João Nunes Maia – Miramez.

Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

666. Pode-se orar aos Espíritos?

“Pode-se orar aos bons Espíritos, como sendo os mensageiros de Deus e os executores de Suas vontades. O poder deles, porém, está em relação com a superioridade que tenham alcançado e dimana sempre do Senhor de todas as coisas, sem cuja permissão nada se faz. Eis por que as preces que se lhes dirigem só são eficazes, se bem aceitas por Deus.”