sábado, 30 de maio de 2020

Nova Turma de Curso Básico de Esperanto pelo Google Sala de Aula

Passo a passo

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Meu reino no é deste Mundo e Reinado do bem / Mi reino no es de este mundo y el reino del bien.

1018. Em que sentido se devem entender estas palavras do Cristo: Meu reino não é deste mundo?
“Respondendo assim, o Cristo falava em sentido figurado. Queria dizer que o seu reinado se exerce unicamente sobre os corações puros e desinteressados. Ele está onde quer que domine o amor do bem. Mas os homens ávidos das coisas deste mundo e apegados aos bens da Terra com ele não estão.”
1019. Poderá algum dia implantar-se na Terra o reinado do bem?
“O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os Espíritos bons e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo.
“Predita foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará, momento cuja chegada apressam todos os homens que auxiliam o progresso. Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova. Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas, serão daí excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para mundos novos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, trabalhando pelo seu próprio adiantamento, ao mesmo tempo que trabalharão pelo de seus irmãos ainda mais atrasados. Neste banimento de Espíritos da Terra transformada não percebeis a sublime alegoria do Paraíso perdido, e na vinda do homem para a Terra em semelhantes condições, trazendo em si o gérmen de suas paixões e os vestígios da sua inferioridade primitiva, não descobris a não menos sublime alegoria do pecado original? Considerado deste ponto de vista, o pecado original se prende à natureza ainda imperfeita do homem que, assim, só é responsável por si mesmo, pelas suas próprias faltas e não pelas de seus pais.
“Todos vós, homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto, com coragem e zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado. Ai dos que fecham os olhos à luz! Preparam para si mesmos longos séculos de trevas e decepções. Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias! Terão que sofrer privações muito mais numerosas do que os gozos de que desfrutaram! Ai, sobretudo, dos egoístas! Não acharão quem os ajude a carregar o fardo de suas misérias.” - SÃO LUÍS.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
1018. ¿En qué sentido deben entenderse estas palabras de Cristo: Mi reino no es de este mundo?
«Respondiendo así Cristo hablaba en sentido figurado. Quería decir que no reina más que en los corazones puros y desinteresados; pero los hombres ávidos de las cosas de ese mundo y apegados a los bienes de la tierra no están con él».
1019. ¿Podrá establecerse algún día en la tierra el reino del bien?
«El bien reinará en la tierra, cuando entre los espíritus que vengan a habitarla, los buenos se sobrepondrán a los malos, y entonces harán reinar en ella el amor y la justicia que son el origen del bien y de la felicidad. Por el progreso moral y por la práctica de las leyes de Dios atraerá el hombre a la tierra los espíritus buenos, y alejará a los malos; pero éstos no la abandonarán; hasta que el hombre no destierre el orgullo y el egoísmo. »La transformación de la humanidad ha sido predicha, y vosotros tocáis el momento de aquélla, que apresuran todos los hombres que favorecen el progreso. La transformación se verificará por medio de la encarnación de los espíritus mejores que constituirán en la tierra una nueva generación. Entonces los espíritus de los malos, a quienes la muerte hiere diariamente, y todos los que intentan detener la marcha de las cosas, serán excluidos de la tierra, porque estarían fuera de su centro entre hombres de bien cuya felicidad perturbarían. Irán a mundos nuevos menos adelantados, a cumplir misiones penosas donde podrán trabajar para su propio mejoramiento, al mismo tiempo que para el de sus hermanos más atrasados aún. ¿No veis en esa exclusión de la tierra transformada, la sublime figura del paraíso perdido, y en el hombre venido a la tierra en semejantes condiciones y llevando consigo mismo el germen de sus pasiones y los vestigios de su inferioridad primitiva, la no menos sublime figura del pecado original? El pecado original, desde el punto de vista considerado, arranca de la naturaleza aún imperfecta del hombre, que así sólo es responsable de sí mismo y de sus propias faltas, y no de las de sus padres.
»Vosotros todos, hombres de fe y buena voluntad, trabajad, pues, con celo y ánimo en la gran obra de la regeneración, porque recogeréis centuplicado el grano que hayáis sembrado. Infelices de los que cierran los ojos a la luz, pues se preparan largos siglos de tinieblas y desengaños; infelices de los que cifran todos sus goces en los bienes de ese mundo, pues sufrirán más privaciones que goces hayan tenido; infelices sobre todo los egoístas, pues no encontrarán quien les ayude a llevar la carga de sus miserias. SAN LUIS».
EL LIBRO DE LOS ESPÍRITUS – Allan Kardec.

La Konsolanto / O Consolador (Apartiĝo de kara estulo / Separação de um ente amado)

380. – Suferinte la apartiĝon de kara estulo, pro lia morto, ĉu estas juste, ke spiritisto okazigu lian manifestiĝon en mediumaj seancoj?
Ĉe tiaj okazoj, la sincera spiritisto serĉu la moralan komforton en la propra fido, kiu devas edifi al li la koron.
Ne estas juste okazigi aŭ trudi komunikiĝon al tiu aŭ alia elkarniĝinto. Krom tio, ke vi ne konas la eblecojn de lia nova kondiĉo en la spirita sfero, vi atentu la problemon de viaj meritoj mem.
La homo povas ja deziri tion aŭ alion, sed ekzistas ia Providenco, kiu planas la aferon, ekzamenante la meriton de la petanto kaj la utilecon de la dono.
 Ĉiu komunikiĝo kun la Nevideblo devas esti spontanea, kaj la kristana spiritisto serĉu en sia fido la plej altan rimedon por la ĉesigo de la homa egoismo, konsiderante la neceson de ripozo por tiuj, kiujn li amis, kaj atendante lian rektan parolon, kiu ja venos kiam kaj kiel la spiritaj mentoroj opinios konvene kaj oportune.
Libro: La Konsolanto – Emmanuel / Chico Xavier.
380 –É justo que o espiritista, depois de sofrer pela morte a separação de um ente amado, provoque a comunicação dele nas sessões medianímicas?
O espiritista sincero deve buscar o conforto moral, em tais casos, na própria fé que lhe deve edificar intimamente o coração.
Não é justo provocar ou forçar a comunicação com esse ou aquele desencarnado. Além de não conhecerdes as possibilidades de sua nova condição na esfera espiritual; deveis atender ao problema dos vossos méritos.
O homem pode desejar isso ou aquilo, mas há uma Providência que dispõe no assunto, examinando o mérito de quem pede e a utilidade da concessão.
Qualquer comunicado com o Invisível deve ser espontâneo, e o espiritista cristão deve encontrar na sua fé o mais alto recurso de cessação do egoísmo humano, ponderando quanto à necessidade de repouso daqueles a quem amou, e esperando a sua palavra direta, quando e como julguem os mentores espirituais convenientes e oportunos.
Livro: O Consolador  - Emmanuel / Chico Xavier.

Boa Convivência – Pastorino


“Isso vos ordeno; que vos ameis uns aos outros” – Jesus / João, 15:17.

Eis a base da boa convivência.
O amor interliga e realimenta os corações.
Faça um exame de consciência e responda: Você ama seu próximo?
Sem amor tudo se extingue na desilusão.
Com amor tudo se transforam e se ilumina.
Se não houver reciprocidade o problema é de quem deixa de amar. Aliás, cada um ama a seu modo.
Amar faz bem.
O amor é o primeiro e principal mandamento; é luminosa porta que se abre em qualquer situação.
Com amor tudo se transforma e se ilumina.
Livro: 1 minuto com Jesus.
Pastorino / Médium: Ariston S. Teles.

Evangelho e Vida #098 - Ante o sofrimento

Abrindo a bíblia: A Origem dos Evangelhos (13/09/2008)

A Série Psicológica de Joanna de Ângelis - Mod.16 - Aula 1- Os Sonhos

segunda-feira, 25 de maio de 2020

A FÉ RELIGIOSA – Emmanuel.

Em todos os tempos, o homem sonha com a pátria celestial.
As idéias do céu e inferno jazem no pensamento de todos os povos.
Os indígenas da América admitem o paraíso de caça abundante e danças permanentes, com reservas inesgotáveis de fumo.
Os esquimós localizavam o éden nas cavernas adornadas.
As tribos maori, que cultivam a guerra, por estado natural de felicidade, esperam que o céu lhes seja uma rinha eterna, em que se digladiem, indefinidamente.
Entre os hindus, as noções de responsabilidade e justiça estão fortemente associados à idéia da sobrevivência. De conformidade com a crença por eles esposadas, nas eras mais remotas, os desencarnados eram submetidos às apreciações do Juiz dos Mortos. Os bons seriam destinados ao paraíso, a fim de se deliciarem, ante os coros celestes, e os maus desceriam para os despenhadeiros do império de Varuna, o deus das água, onde se instalariam em câmaras infernais, algemados uns aos outros, por laços vivos de serpentes. Situados, porém, na sementeira da verdade, sempre admitiram que do palácio celeste ou do abismo tormentoso, as almas regressariam à esfera carnal, de modo a se adiantarem na ciência da perfeição.
Os assírios-caldeus supunham que os mortos viviam sonolentos em regiões subterrâneas, sob amplo domínio das sombras.
Na Grécia, a partir dos mistérios de Orfeu, as concepções de justiça póstuma alcançam grau mais alto. No Hades terrificante de Homero, os Espíritos são julgados por Minos, filho de Zeus.
Os gauleses aceitavam a doutrina da transmigração das almas e eram depositários de avançadas revelações da Espiritualidade Superior.
Os hebreus localizavam os desencarnados no "scheol", que Job classifica como sendo "terra de miséria e trevas, onde habitam o pavor e a morte".
Com Virgílio, encontramos princípios mais seguros no que se refere às leis de retribuição.
Na entrada do Orco, há divindades infernais para os trabalhos punitivos, quais a Guerra, o Luto, as Doenças, a Velhice, o Medo, a Fome, os Monstros, os Centauros e as Harpias, as Fúrias e a Hidra de Lerna, simbolizando os terríveis suplícios mentais das almas que se fazem presas da ilusão, durante a vida física. Entre esses deuses do abismo, ergue-se o velho ulmeiro, em cujos galhos se dependuram os sonhos, aí principiando a senda que desemboca no Aqueronte, enlameado e lodoso, com largos redemoinhos de água fervente.
Os egípcios atravessavam a existência, consagrando-se aos estudos da morte, inspirados pelo ideal da justiça e da felicidade, além-túmulo.
Mais recentemente, Maomet estabelece novas linhas à vida espiritual, situando o Céu em sete andares e o inferno em sete sub divisões. Os eleitos respiram em deliciosos jardins, com regatos de água cristalina, leite e mel, e os condenados vivem no território do suplício, onde corre ventania cruel, alimentando estranho fogo que tudo consome, e Dante, o vidente florentino, apresenta quadros expressivos do Inferno, do Purgatório e do Céu.
As realidades da sobrevivência acompanham a alma humana que a vida não se encontra circunscrita às estreitas atividades da Terra.
O corpo é uma casa temporária a que se recolhe nossa alma em aprendizado. Por isso mesmo, quando atingido pelas farpas da desilusão e do cansaço, o espírito humano recorda instintivamente algo intangível que se lhe afigura ao pensamento angustiado como sendo o paraíso perdido.
Desajustado na Terra, pede ao Além a mensagem de reconforto e harmonia. Semelhante momento, porém, é profundamente expressivo no destino de cada alma, porque, se o coração que pede é portador da boa vontade, a resposta da vida superior não se faz esperar e um novo caminho se desdobra à frente da alma opressa e fatigada que se volta para o Além, cheia de amor, sofrimento e esperança.
Livro: Roteiro.
Emmanuel / Chico Xavier.

OS VENTUROSOS

“Venturosos são os que se conduzem através de todas as barreiras e percalços, com o estandarte luminoso da fé, distribuindo os inesgotáveis bens da sua piedade e do seu amor. Vivem serenos na paz de suas consciências, entre as ambições corruptoras que os perseguem ao longo dos caminhos e seus dias representam um inaudito esforço de resistência contra o mal deprimente e oprobrioso.
Padecem continuadamente, e tombando nas batalhas morais, sangrando de dor, mas envolvidos no halo bendito da esperança e da crença, despertam jubilosos para a existência verdadeira, onde o egoísmo é uma palavra desconhecida e a confraternização universal é a mais legítima das realidades.
Retemperam as suas forças, trabalhadas pela intensa luta da vida, nos arquipélagos dourados de paz e de repouso no infinito dos espaços e assim se preparam para outras refregas, para outras iniciativas, na interminável e abençoada atividade espiritual, a fim de que se dilatem as suas potências em todos os domínios da sabedoria e do amor!
Irmãos bem amados, alimentemos o anelo da vida perfeita!
Almas fracas e desditosas, cheias de saudades e desenganos, sacudi a poeira das estradas palmilhadas, abri os vossos corações para a luz como sacrários de ouro sob um plenilúnio divino!
Esquecei temporariamente o teatro de vossos infortúnios, onde muitas vezes fostes traídas e humilhadas, mas onde também obrivestes o alvará de vossa liberdade preciosa. Elevemos ao Pai a nossa oração de reconhecimento e de amor da qual se evolem todos os nossos mais puros sentimentos, transubstanciados em harmonias celestes!...”
Livro Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier.

Ressurreição e reencarnação / RESURRECTION AND REINCARNATION.

4. A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As ideias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição dá ideia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos. A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não ressuscitado
5. Ora, entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodemos, senador dos judeus – que veio à noite ter com Jesus e lhe disse: “Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele.”
Jesus lhe respondeu: “Em verdade, em verdade digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.”
Disse-lhe Nicodemos: “Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?”
Retorquiu-lhe Jesus: “Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. – O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. – Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. – O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito.”
Respondeu-lhe Nicodemos: “Como pode isso fazer-se?” – Jesus lhe observou: “Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. – Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas do céu?” (S. JOÃO, 3:1 a 12.)
6. A ideia de que João Batista era Elias e de que os profetas podiam reviver na Terra se nos depara em muitas passagens dos Evangelhos, notadamente nas acima reproduzidas (nos 1, 2, 3). Se fosse errônea essa crença, Jesus não houvera deixado de a combater, como combateu tantas outras. Longe disso, ele a sanciona com toda a sua autoridade e a põe por princípio e como condição necessária, quando diz: ‘”Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.” E insiste, acrescentando: Não te admires de que eu te haja dito ser preciso nasças de novo.
7. Estas palavras: Se um homem não renasce da água e do Espírito foram interpretadas no sentido da regeneração pela água do batismo. O texto primitivo, porém, rezava simplesmente: não renasce da água e do Espírito, ao passo que nalgumas traduções as palavras – do Espírito – foram substituídas pelas seguintes: do Santo Espírito, o que já não corresponde ao mesmo pensamento. Esse ponto capital ressalta dos primeiros comentários a que os Evangelhos deram lugar, como se comprovará um dia, sem equívoco possível.
8. Para se apanhar o verdadeiro sentido dessas palavras, cumpre também se atente na significação do termo água que ali não fora empregado na acepção que lhe é própria.
Muito imperfeitos eram os conhecimentos dos antigos sobre as ciências físicas. Eles acreditavam que a Terra saíra das águas e, por isso, consideravam a água como elemento gerador absoluto. Assim é que na Gênese se lê: “O Espírito de Deus era levado sobre as águas; flutuava sobre as águas; – Que o firmamento seja feito no meio das águas; – Que as águas que estão debaixo do céu se reúnam em um só lugar e que apareça o elemento árido; – Que as águas produzam animais vivos que nadem na água e pássaros que voem sobre a terra e sob o firmamento.”
Tal interpretação se justifica, aliás, por estas outras palavras: O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. Jesus estabelece aí uma distinção positiva entre o Espírito e o corpo. O que é nascido da carne é carne indica claramente que só o corpo procede do corpo e que o Espírito independe deste.
Segundo essa crença, a água se tornara o símbolo da natureza material, como o Espírito era o da natureza inteligente. Estas palavras: “Se o homem não renasce da água e do Espírito, ou em água e em Espírito”, significam pois: “Se o homem não renasce com seu corpo e sua alma.” É nesse sentido que a princípio as compreenderam.
9. O Espírito sopra onde quer; ouves-lhe a voz, mas não sabes nem donde ele vem, nem para onde vai: pode-se entender que se trata do Espírito de Deus, que dá vida a quem ele quer, ou da alma do homem. Nesta última acepção – “não sabes donde ele vem, nem para onde vai” – significa que ninguém sabe o que foi, nem o que será o Espírito. Se o Espírito, ou alma, fosse criado ao mesmo tempo que o corpo, saber-se-ia donde ele veio, pois que se lhe conheceria o começo. Como quer que seja, essa passagem consagra o princípio da preexistência da alma e, por conseguinte, o da pluralidade das existências.
10. Ora, desde o tempo de João Batista até o presente, o reino dos céus é tomado pela violência e são os violentos que o arrebatam; – pois que assim o profetizaram todos os profetas até João, e também a lei. – Se quiserdes compreender o que vos digo, ele mesmo é o Elias que há de vir. – Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir. (S. MATEUS, 11:12 a 15.)
11. Se o princípio da reencarnação, conforme se acha expresso em S. João, podia, a rigor, ser interpretado em sentido puramente místico, o mesmo já não acontece com esta passagem de S. Mateus, que não permite equívoco: ELE MESMO é o Elias que há de vir. Não há aí figura, nem alegoria: é uma afirmação positiva. – “Desde o tempo de João Batista até o presente o reino dos céus é tomado pela violência.” Que significam essas palavras, uma vez que João Batista ainda vivia naquele momento? Jesus as explica, dizendo: “Se quiserdes compreender o que digo, ele mesmo é o Elias que há de vir.” Ora, sendo João o próprio Elias, Jesus alude à época em que João vivia com o nome de Elias. “Até ao presente o reino dos céus é tomado pela violência”: outra alusão à violência da lei moisaica, que ordenava o extermínio dos infiéis, para que os demais ganhassem a Terra Prometida, Paraíso dos hebreus, ao passo que, segundo a nova lei, o céu se ganha pela caridade e pela brandura.
E acrescentou: Ouça aquele que tiver ouvidos de ouvir. Essas palavras, que Jesus tanto repetiu, claramente dizem que nem todos estavam em condições de compreender certas verdades.
12. Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim ressuscitarão. Despertai do vosso sono e entoai louvores a Deus, vós que habitais no pó; porque o orvalho que cai sobre vós é um orvalho de luz e porque arruinareis a Terra e o reino dos gigantes. (ISAIAS,26:19.)
13. É também muito explícita esta passagem de Isaías: “Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo.” Se o profeta houvera querido falar da vida espiritual, se houvera pretendido dizer que aqueles que tinham sido executados não estavam mortos em Espírito, teria dito: ainda vivem, e não: viverão de novo. No sentido espiritual, essas palavras seriam um contrassenso, pois que implicariam uma interrupção na vida da alma. No sentido de regeneração moral, seriam a negação das penas eternas, pois que estabelecem, em princípio, que todos os que estão mortos reviverão.
14. Mas, quando o homem há morrido uma vez, quando seu corpo, separado de seu espírito, foi consumido, que é feito dele? – Tendo morrido uma vez, poderia o homem reviver de novo? Nesta guerra em que me acho todos os dias da minha vida, espero que chegue a minha mutação. (JOB,14:10,14. Tradução de Le Maistre de Sacy.)
Quando o homem morre, perde toda a sua força, expira. Depois, onde está ele? – Se o homem morre, viverá de novo? Esperarei todos os dias de meu combate, até que venha alguma mutação? (ID. Tradução protestante de Osterwald.)
Quando o homem está morto, vive sempre; acabando os dias da minha existência terrestre, esperarei, porquanto a ela voltarei de novo. (ID. Versão da Igreja grega.)
15. Nessas três versões, o princípio da pluralidade das existências se acha claramente expresso. Ninguém poderá supor que Job haja querido falar da regeneração pela água do batismo, que ele decerto não conhecia. “Tendo o homem morrido uma vez, poderia reviver de novo?” A ideia de morrer uma vez, e de reviver implica a de morrer e reviver muitas vezes. A versão da Igreja grega ainda é mais explícita, se é que isso é possível: “Acabando os dias da minha existência terrena, esperarei, porquanto a ela voltarei”, ou, voltarei à existência terrestre. Isso é tão claro, como se alguém dissesse: “Saio de minha casa, mas a ela tornarei.”
“Nesta guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, espero que se dê a minha mutação.” Job, evidentemente, pretendeu referir-se à luta que sustentava contra as misérias da vida. Espera a sua mutação, isto é, resigna-se. Na versão grega, esperarei parece aplicar-se, preferentemente, a uma nova existência: “Quando a minha existência estiver acabada, esperarei, porquanto a ela voltarei.” Job como que se coloca, após a morte, no intervalo que separa uma existência de outra e diz que lá aguardará o momento de voltar.   
16. Não há, pois, duvidar de que, sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação era ponto de uma das crenças fundamentais dos judeus, ponto que Jesus e os profetas confirmaram de modo formal; donde se segue que negar a reencarnação é negar as palavras do Cristo. Um dia, porém, suas palavras, quando forem meditadas sem ideias preconcebidas, reconhecer-se-ão autorizadas quanto a esse ponto, bem como em relação a muitos outros.
17. A essa autoridade, do ponto de vista religioso, se adita, do ponto de vista filosófico, a das provas que resultam da observação dos fatos. Quando se trata de remontar dos efeitos às causas, a reencarnação surge como de necessidade absoluta, como condição inerente à Humanidade; numa palavra: como lei da Natureza. Pelos seus resultados, ela se evidencia, de modo, por assim dizer, material, da mesma forma que o motor oculto se revela pelo movimento. Só ela pode dizer ao homem donde ele vem, para onde vai, por que está na Terra, e justificar todas as anomalias e todas as aparentes injustiças que a vida apresenta.
Sem o princípio da preexistência da alma e da pluralidade das existências, são ininteligíveis, em sua maioria, as máximas do Evangelho, razão por que hão dado lugar a tão contraditórias interpretações. Está nesse princípio a chave que lhes restituirá o sentido verdadeiro.
          O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec.
4. Reincarnation was part of the Jewish dogmas, being taught under the name of resurrection. Only the Sadducees, who believed that everything ended with death, did not accept the idea of reincarnation. Jewish ideas on this point, as on many others, were not clearly defined because they had only vague and incomplete notions with regard to the soul and its connection with the body.
They believed that man could live again without knowing exactly the manner by which this could happen. They used the name resurrection for what Spiritism more correctly calls reincarnation, Resurrection presupposes a return to the same physical body, whereas science demonstrates that this is materially impossible, especially when that same body has decomposed and long since been dispersed and reabsorbed. Reincarnation is the return of a soul, or Spirit, to physical life in another body which has been newly formed for it, and which has nothing to do with the previous one. The word 'resurrection' can be applied to Lazarus but not to Elias, nor to the other prophets. If, according to their belief, John the Baptist was Elias, then the body of John could not have been the body of Elias because John was seen as a child and his parents were known. John then could be Elias reincarnated but not resurrected.
5. There was a man of the Pharisees, named Nicodemus, a ruler of the Jews: the same came to Jesus by night, and said unto Him, Rabbi, we know that thou art a teacher come from God.' for no man can do these miracles that Thou doest, except God be with him. Jesus answered and said unto him, Verily, verily, I say unto thee, except a man be born again, he cannot see the Kingdom of God. Nicodemus saith unto Him, How can a man be born when he is old? Can he enter the second time into his mother's womb, and be born?
Jesus answered, Verily, verily, I say unto thee, except a man be born of water and of the Spirit, he cannot enter into the Kingdom of God. That which is born of the flesh is flesh; and that which is born of the Spirit is spirit Marvel not that I said unto thee, Ye must be born again. The wind bloweth where it listeth, and thou hearest the sound thereof but canst not tell whence it cometh, and wither it goeth; so is everyone that is born of the Spirit Nicodemus answered and said unto Him, How can these things be? Jesus answered and said unto him, Art thou a master of Israel, and knowest not these things? Verily, verily, I say unto you, We speak that we do know, and testify that we have seen.' and ye receive not our witness. If I have to Id you earthly things, and ye believe not, how shall ye believe, if I tell you of heavenly things? (John, 3:1-12).
6. The idea that John had been Elias and that the prophets could relive again on Earth is to be found in many passages of the New Testament, but is most notedly quoted in the above extract. (See verses 1, 2, & 3.) If this was an erroneous belief, Jesus would have combated it as He did many others. But from this He gave it complete sanction and authority by making it a basic principle and necessary condition by saying: 'No one may reach the Kingdom of God if he is not born again,' and further insisted when He added: 'Do not be surprised when I say it is necessary to be born again.'
7. The words: If man is not born again of water and of Spirit, have been interpreted in the sense of regeneration by means of the water of Baptism. But in the original text it was said simply: not born of water and of Spirit, whereas in some translations the words of spirit have been substituted by Holy Spirit, which does not correspond to the original meaning. This capital point stands out from the first comments which the Gospels raised and will one day be confirmed beyond all possible doubt. *
8. To enable the real meaning of these words to be reached it is also necessary to pay attention to the significance of the word water which is not used here in its usual sense.
The knowledge of physics was very imperfect in ancient times when it was believed that the Earth had risen out of the water. Therefore water was considered to be the exclusive primitive generating substance. This is why we read in the book of Genesis: '...the Spirit of God moved upon the face of the waters; it floated above the waters; .. . Let there be firmament in the midst of the waters; ... Let the waters under the heaven be gathered together unto one place, and let the dry land appear; ... Let the waters bring forth abundantly the moving creature that hath life, and fowl that may fly above the Earth in the open firmament of heaven.'
According then to this belief, water represented the nature of matter, just as the Spirit represented the nature of intelligence. The words: 'If man is not reborn of the waters and of the Spirit, or in water and in Spirit', thus signify -'if man is not born with his body and his soul'. This is the manner in which these words were originally understood.
This interpretation is wholly justified by these other words: What is born of the flesh is flesh and what is born of Spirit is Spirit. Here Jesus established a clear distinction between body and Spirit. What is born of the flesh clearly indicates that only the body generates from the body and that the Spirit is independent.
9. The words: 'The wind blows where it wishes and you hear the sound but know' not from whence it comes nor whence it goes' are referring to the Spirit of God, who gives life to whom He wishes, or rather to the soul of man. The words you know not where it comes from nor where it goes', signifies that we do not know who the Spirit had been previously or who it will be in the future. If the Spirit or soul was created at the same time as the body we would know where it came from because we would know its beginning. Whichever way you look at this passage, it confirms the principle of the pre-existence of the soul and subsequently the plurality of existences.
10. And from the days of John the Baptist until now the Kingdom of Heaven suffereth violence and the violent take it by force. For all the prophets and the law prophesied until John. And if ye will receive it, this is Elias, which was for to come. He that hath ears to hear, let him hear (Matthew, 11: 12-15).
11. Even if the doctrine of reincarnation as expressed re John might be interpreted in principle in a purely mystic sense, the same could not happen with this passage from Matthew, which does not permit any ambiguity: He is Elias, who was to come. Here there is nothing figurative, nothing allegorical, only a complete affirmation. 'Since the time of John the Baptist till today the Kingdom of Heaven is seized by violence.' What do these words mean when John the Baptist was still alive at that moment? Jesus explains them to us when He says: 'If you wish to understand what I am saying, this is Elias who was to come. Therefore, if John was Elias, Jesus alluded to the time when John was living under the name of Elias. 'Till the present time the kingdom is seized by violence,' is another allusion to the violence of the Mosaic laws, which ordered the extermination of infidels so that the rest might attain the Promised Land, the Paradise of the Hebrews, whereas according to the new law Heaven was to be won by charity and mildness.
Jesus then added: He that hath ears to hear, let him hear. These words are frequently uttered by Him, telling us that not everyone was in a condition to understand certain truths.
12. Thy dead men shall live, together with my dead body shall they arise. Awake, and sing, ye that dwell in dust: for thy dew is as the dew of herbs, and the earth shall cast out the dead (Isaiah, 26:19).
13. This passage from Isaiah is also explicit: 'Thy dead men shall live again.' If the prophet had wished to speak of a spiritual life, if he had intended to say that those who had been executed were not dead spiritually speaking, he would have said: 'They are still alive,' and not 'They will live again.’ In the spiritual sense these words would be a contradiction, because they imply an interruption in the life of the soul. In the sense of moral regeneration they would be a denial of eternal suffering because they establish in principle that all those who are dead will one day come back to life.
14. But when a man hath died once, when his body, separated from his spirit, has been consumed, what happens to him? Having died once can a man live again? In the war in which l find myself each day of my life, l await my mutation. (Job, 14: 10 & 14. Translation taken from Le Maistre de Sacy).
When a man dies, he loses all his strength, expires, afterwards, where is he? If a man dies, will he live again? Will I wait all the days of my combat, until there comes some mutation? (Taken from the Protestant translation of Osterwald.)
When a man is dead, he lives forever: when my days of existence on Earth have finished, I will wait, seeing that I shall return again. (Taken from the Greek translation.)
15. In these three translations the principle of the plurality of existences is clearly expressed. Nobody can imagine that Job was referring to regeneration from baptismal water, which for sure he had never heard of. 'Man having died once, can he live again? The idea of dying once and reliving implies dying and living many times. The Greek version is even more explicit, if that is possible. 'When my days of existence on Earth are finished, I will wait, for I will return again' or return again to Earth. This is so clear, as if someone were saying: I leave my house, but I will return.
'In the war in which I find myself each day of my life, I await my mutation.' Here Job evidently was referring to his struggles against the miseries of life, 'I await my mutation' meaning he was resigned. In the Greek version, I will wait, seems to apply more preferably to a new existence: 'When my existence has ended, I will wait, seeing that I shall return again.' It is as if Job, after death, places himself in the interval which separates one life from another and says that it is there he will await till the moment of return.
16. So there is no doubt that under the name of resurrection, the principle of reincarnation was a fundamental belief of the Jews. A point which Jesus and the prophets in general confirm, and from which it follows that to deny reincarnation is also to deny the words of Christ One day, however, when they have been well meditated upon, without preconceived ideas, His words will be recognised as an authority on this point, as well as on many others.
17. From the religious point of view we add to this authority the philosophical view point of the proofs resulting from the observance of the facts. When we try to discover from the effects what the causes might be, reincarnation becomes an absolute necessity, an inherent part of humanity, in a word: a Law of Nature, By its very results it becomes evident in a material manner, so to speak, in the same way that a hidden motor reveals itself by its movement, It is the only way Man can find out where he came from, where he is going and why he is here on Earth and still be able to justify the many abnormalities and all the apparent injustices which present themselves during life.
Without the principle of the pre-existence of the soul and the plurality of existences, the maxims of the Gospel in the most part become unintelligible, which is the reason why they have given rise to so many contradictory interpretations, This is the only principle which will restore them to their true and original meaning.
THE GOSPEL ACCORDING TO SPIRITISM – Allan Kardec.

Duração das penas futuras / DURACIÓN DE LAS PENAS FUTURAS.

1003. É arbitrária ou sujeita a alguma lei a duração dos sofrimentos do culpado, na vida futura?
“Deus nunca obra caprichosamente e tudo, no Universo, se rege por leis, em que a Sua sabedoria e a Sua bondade se revelam.”
1004. Em que se baseia a duração dos sofrimentos do culpado?
“No tempo necessário a que se melhore. Sendo o estado de sofrimento ou de felicidade proporcional ao grau de purificação do Espírito, a duração e a natureza de seus sofrimentos dependem do tempo que ele gaste em melhorar-se. À medida que progride e que os sentimentos se lhe depuram, seus sofrimentos diminuem e mudam de natureza.” - SÃO LUÍS.
1005. Ao Espírito sofredor, o tempo se afigura tão ou menos longo do que quando estava vivo?
“Parece-lhe, antes, mais longo: para ele não existe o sono. Só para os Espíritos que já chegaram a certo grau de purificação é que o tempo, por assim dizer, se apaga diante do infinito.” (240)
1006. Podem durar eternamente os sofrimentos do Espírito?
“Não há dúvida de que se ele pudesse ser eternamente mau, isto é, se jamais se arrependesse e melhorasse, sofreria eternamente. Mas Deus não criou seres tendo por destino permanecerem votados perpetuamente ao mal. Apenas os criou a todos simples e ignorantes, tendo todos, no entanto, que progredir em tempo mais ou menos longo, conforme decorrer da vontade de cada um. Mais ou menos tardia pode ser a vontade, do mesmo modo que há crianças mais ou menos precoces, porém, cedo ou tarde, ela aparece, por efeito da irresistível necessidade que o Espírito sente de sair da inferioridade e de se tornar feliz. Eminentemente sábia e magnânima é, pois, a lei que rege a duração das penas, porquanto subordina essa duração aos esforços do Espírito. Jamais o priva do seu livre-arbítrio: se deste faz ele mau uso, sofre as consequências.” - SÃO LUÍS.
1007. Haverá Espíritos que nunca se arrependem?
“Há Espíritos de arrependimento muito tardio; pretender-se, porém, que nunca se melhorarão seria negar a lei do progresso, como alguém que dissesse que a criança não pode tornar-se adulto.” - SÃO LUÍS.
1008. Depende sempre da vontade do Espírito a duração das penas? Algumas não haverá que lhe sejam impostas por tempo determinado?
“Sim, ao Espírito podem ser impostas penas por determinado tempo; mas Deus, que só quer o bem de Suas criaturas, acolhe sempre o arrependimento, e infrutífero jamais fica o desejo que o Espírito manifeste de se melhorar.” - SÃO LUÍS.
1009. Assim, as penas impostas jamais o são por toda a eternidade?
“Interrogai o vosso bom-senso, a vossa razão, e perguntai-lhes se uma condenação perpétua, motivada por alguns momentos de erro, não seria a negação da bondade de Deus. Que é, com efeito, a duração da vida, ainda quando de cem anos, em face da eternidade? Eternidade! Compreendeis bem esta palavra? Sofrimentos, torturas sem-fim, sem esperanças, por causa de algumas faltas! O vosso juízo não repele semelhante ideia? Que os Antigos tenham considerado o Senhor do Universo um Deus terrível, cioso e vingativo, concebe-se. Na ignorância em que se achavam, atribuíam à divindade as paixões dos homens. Esse, todavia, não é o Deus dos cristãos, que classifica como virtudes primordiais o amor, a caridade, a misericórdia, o esquecimento das ofensas. Poderia Ele carecer das qualidades, cuja posse prescreve, como um dever, às Suas criaturas? Não haverá contradição em se Lhe atribuir a bondade infinita e a vingança também infinita? Dizeis que, acima de tudo, Ele é justo e que o homem não Lhe compreende a justiça. Mas a justiça não exclui a bondade, e Ele não seria bom se condenasse a eternas e horríveis penas a maioria das suas criaturas. Teria o direito de fazer da justiça uma obrigação para Seus filhos, se lhes não desse meio de compreendê-la? Aliás, no fazer que a duração das penas dependa dos esforços do culpado não está toda a sublimidade da justiça unida à bondade? Aí é que se encontra a verdade desta sentença: “A cada um segundo as suas obras.” - SANTO AGOSTINHO.
“Aplicai-vos, por todos os meios ao vosso alcance, em combater, em aniquilar a ideia da eternidade das penas, ideia blasfematória da justiça e da bondade de Deus, e a mais abundante fonte da incredulidade, do materialismo e da indiferença que invadiram as massas humanas desde que as inteligências começaram a desenvolver-se. O Espírito, prestes a esclarecer-se, ou mesmo apenas desbastado, logo lhe apreendeu a monstruosa injustiça. Sua razão a repele e, então, raro é que não englobe no mesmo repúdio a pena que o revolta e o Deus a quem a atribui. Daí os males sem conta que têm desabado sobre vós e aos quais vimos trazer remédio. Tanto mais fácil será a tarefa que vos apontamos, quanto é certo que as autoridades em quem se apoiam os defensores de tal crença evitaram todas pronunciar-se formalmente a respeito. Nem os concílios, nem os Pais da Igreja deram por encerrada essa grave questão. Muito embora, segundo os Evangelistas e tomadas ao pé da letra as palavras emblemáticas do Cristo, ele tenha ameaçado os culpados com um fogo que se não extingue, com um fogo eterno, absolutamente nada se encontra nas suas palavras capaz de provar que os haja condenado eternamente.
“Pobres ovelhas desgarradas, aprendei a ver aproximar-se de vós o bom Pastor, que, longe de vos banir para todo o sempre de sua presença, vem pessoalmente ao vosso encontro, para vos reconduzir ao aprisco. Filhos pródigos, deixai o vosso voluntário exílio; encaminhai vossos passos para a morada paterna. O Pai vos estende os braços e está sempre pronto a festejar o vosso regresso ao seio da família.” - LAMENNAIS.
“Guerras de palavras! Guerras de palavras! Ainda não basta o sangue que tendes feito correr! Será ainda preciso que se reacendam as fogueiras? Discutem sobre as expressões: eternidade das penas, eternidade dos castigos. Ignorais então que o que hoje entendeis por eternidade não é o que os Antigos entendiam? Consulte o teólogo as fontes e lá descobrirá, como todos vós, que o texto hebreu não atribuía ao vocábulo que os Gregos, os Latinos e os Modernos traduziram por penas sem-fim, irremissíveis a mesma significação. Eternidade dos castigos corresponde à eternidade do mal. Sim, enquanto existir o mal entre os homens, os castigos subsistirão. Importa que os textos sagrados se interpretem no sentido relativo. A eternidade das penas é, pois, relativa e não absoluta. Chegue o dia em que todos os homens, pelo arrependimento, se revistam da túnica da inocência e desde esse dia deixará de haver gemidos e ranger de dentes. Limitada tendes, é certo, a vossa razão humana, porém, tal como a tendes, ela é uma dádiva de Deus e, com auxílio dessa razão, nenhum homem de boa-fé haverá que de outra forma compreenda a eternidade dos castigos. Penas eternas! Pois quê! seria necessário, então, admitir-se por eterno o mal. Somente Deus é eterno e não poderia ter criado o mal eterno; do contrário, forçoso seria tirar-se-Lhe o mais magnífico dos Seus atributos: o soberano poder, porquanto não é soberanamente poderoso aquele que cria um elemento destruidor de suas obras. Humanidade! Humanidade! Não mergulhes mais os teus tristes olhares nas profundezas da Terra, procurando aí os castigos. Chora, espera, expia e refugia-te na ideia de um Deus intrinsecamente bom, absolutamente poderoso, essencialmente justo.” - PLATÃO.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
1003. La duración de los sufrimientos del culpable en la vida futura, ¿es arbitraria o está subordinada a alguna ley?
«Dios no obra nunca por capricho, y todo el universo está regido por leyes en que se revelan su sabiduría y su bondad».
1004. ¿En qué se basa la duración de los sufrimientos del culpable?
«En el tiempo necesario para su mejoramiento. Siendo el estado de sufrimiento o de felicidad proporcional al grado de purificación del espíritu, la duración y naturaleza de sus sufrimientos dependen del tiempo que emplea en mejorarse. A medida que progresa y que se purifican sus sentimientos, disminuyen sus sufrimientos y cambian de naturaleza. SAN LUIS».
1005. Al espíritu que sufre, ¿le parece el tiempo tan largo o menos que si cuando vivía en la tierra?
«Antes le parece más largo; para él no existe sueño. Sólo para los espíritus que han llegado a cierto grado de purificación se borra, por decirlo así, el tiempo ante el infinito». (240)
1006. ¿Puede ser eterna la duración de los sufrimientos del espíritu?
«Sin duda, si fuese eternamente malo; es decir, que, si nunca hubiese de arrepentirse y mejorarse, sufriría eternamente; pero Dios no ha creado seres para que se consagren a perpetuo mal. Creólos únicamente sencillos e ignorantes, y todos deben progresar en un tiempo más o menos largo, según su voluntad. Ésta puede ser más o menos tardía, como hay niños más o menos precoces, pero tarde o temprano se despierta por la irresistible necesidad que experimenta el espíritu de salir de su inferioridad, y de ser feliz. La ley que rige la duración de las penas es, pues, eminentemente sabia y benévola, puesto que subordina esta duración a los esfuerzos del espíritu. Jamás le priva de su libre albedrío, y si hace mal uso de él sufre las consecuencias. SAN LUIS».
1007. ¿Hay espíritus que nunca se arrepienten?
«Los hay cuyo arrepentimiento es muy tardío, pero pretender que nunca mejorarán, equivaldría a negar la ley del progreso, y a decir que el niño no llegará a ser adulto. SAN LUIS».
1008. La duración de las penas, ¿depende siempre de la voluntad del espíritu, y no las hay que le son impuestas por determinado tiempo?
«Sí, pueden serle impuesta penas por algún tiempo; pero Dios, que sólo quiere el bien de sus criaturas, acoge siempre el arrepentimiento, y nunca es estéril el deseo de mejorarse. SAN LUIS».
1009. Según esto, ¿nunca serán eternas las penas impuestas?
«Interrogad a vuestro sentido común, a vuestra razón, y preguntaos si no sería la negación de la bondad de Dios, una condenación perpetua por algunos momentos de error. ¿Qué es, en efecto, la duración de la vida, más que fuese de cien años, comparada con la eternidad? ¡Eternidad! ¿Comprendéis bien esta palabra? ¡Sufrimientos, torturas sin fin y sin esperanza, por algunas faltas! ¿No rechaza vuestro juicio semejante pensamiento? Que los antiguos vieran en el señor del universo un Dios terrible, celoso y vengativo, se comprende. En su ignorancia, atribuyeron a la divinidad las pasiones de los hombres; pero no es ese el Dios de los cristianos, que coloca el amor, la caridad, la misericordia y el olvido de las ofensas, en el número de las principales virtudes. ¿Y podría carecer él de las cualidades que ha constituido sus deberes? ¿No es contradictorio atribuirle la bondad infinita y la infinita venganza? Decís que ante todo es justo, y que el hombre no comprende su justicia; pero ésta no excluye la bondad, y no sería bueno, si condenase a penas horribles, perpetuas, al mayor número de sus criaturas. ¿Pudiera haber impuesto a sus hijos la justicia como una obligación, si no les hubiese dado medios para comprenderla? Por otra parte, el hacer depender la duración de las penas de los esfuerzos del culpable para mejorarse, ¿no es la sublimidad de la justicia unida a la bondad? En esto consiste la verdad de las palabras siguientes: "A cada uno según sus obras". SAN AGUSTÍN».
«Dedicaos, por todos los medios que estén a vuestro alcance, a combatir, a anonadar la idea de las penas eternas, pensamiento blasfematorio de la justicia y de la bondad de Dios, origen más fecundo que otro alguno de la incredulidad, del materialismo y de la indiferencia que han invadido a las masas, desde que su inteligencia ha empezado a desarrollarse. El espíritu, próximo a ilustrarse, aunque sólo estuviese desbrozado, advierte muy pronto esa monstruosa injusticia; su razón la rechaza, y rara vez entonces deja de comprender en el mismo ostracismo a la pena, que le subleva, y al Dios, a quien la atribuye. De aquí los males sinnúmero que han descargado sobre vosotros, y para los cuales venimos a traeros remedio. La tarea que os indicamos os será tanto más fácil, en cuanto las autoridades en que se apoyan los defensores de semejante creencia, han rehuido todas, su declaración formal sobre el particular. Ni los concilios, ni los padres de la Iglesia han decidido esta cuestión. Si, según los mismos evangelistas, y tomando literalmente las palabras emblemáticas de Cristo, amenaza éste a los culpables con un fuego inextinguible, eterno, nada hay en esas palabras que pruebe que los haya condenado eternamente.
»Pobres ovejas descarriadas, aprended a ver cómo llega a vosotros el buen Pastor que, lejos de querer desterraros para siempre de su presencia, sale a vuestro encuentro para volveros a llevar al redil. Hijos pródigos, abandonad vuestro destierro voluntario, encaminad vuestros pasos a la morada paterna. El padre os tiende siempre los brazos y siempre está dispuesto a celebrar vuestro regreso a la familia. LAMENNAIS».
«¡Cuestiones de palabra! ¡Cuestiones de palabra! ¿Aún no habéis hecho derramar bastante sangre? ¿Es, pues, necesario volver a encender las hogueras? Se discute sobre las palabras: eternidad de las penas, eternidad de los castigos. ¿Y acaso no sabéis que lo que vosotros entendéis por eternidad no era entendido del mismo modo por los antiguos? Que consulten los teólogos los orígenes, y como todos vosotros, descubrirán que el texto hebreo no daba el mismo significado a la palabra que los griegos, los latinos y los modernos han traducido por penas sin fin, irremisibles. La eternidad de los castigos corresponde a la eternidad del mal. Sí, mientras el mal exista entre los hombres, subsistirán los castigos. Importa interpretar en sentido relativo los textos sagrados, no en sentido absoluto. Que llegue un día en que todos los hombres vistan, por medio del arrepentimiento, la toga de la inocencia, y ese día concluirán los gemidos y el rechinar de dientes. Cierto que vuestra razón es limitada, pero tal como es, es un regalo de Dios, y con ayuda de esa razón, no hay un solo hombre de buena voluntad que comprenda de otra manera la eternidad de los castigos. ¡Eternidad de los castigos! Sería, pues, preciso admitir que el mal será eterno, pues, de no ser así, necesario sería negarle el más precioso de sus atributos: el poder soberano; porque aquél no es soberanamente poderoso que puede crear un elemento destructor de sus obras. ¡Humanidad! ¡Humanidad! No fijes tus tristes miradas en las profundidades de la tierra para hallar castigos en ellas. Llora, espera, expía, y refúgiate en la idea de un Dios íntimamente bueno, poderoso en absoluto y esencialmente justo. PLATÓN».
EL LIBRO DE LOS ESPÍRITUS – Allan Kardec.

domingo, 24 de maio de 2020

A palavra Céu / the concept of heaven

1016. Em que sentido se deve entender a palavra céu?
“Julgas que seja um lugar, como os Campos Elíseos dos Antigos, onde todos os Espíritos bons estão promiscuamente aglomerados, sem outra preocupação que a de gozar, pela eternidade toda, de uma felicidade passiva? Não; é o espaço universal; são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores, onde os Espíritos gozam plenamente de suas faculdades, sem as tribulações da vida material, nem as angústias peculiares à inferioridade.”
1017. Alguns Espíritos disseram estar habitando o quarto, o quinto céus, etc. Que queriam dizer com isso?
“Se lhes perguntais que céu habitam, é que formais ideia de muitos céus dispostos como os andares de uma casa. Eles, então, respondem de acordo com a vossa linguagem. Mas por estas palavras quarto e quinto céus exprimem diferentes graus de purificação e, por conseguinte, de felicidade. É exatamente como quando se pergunta a um Espírito se está no inferno. Se for desgraçado, dirá sim, porque, para ele, inferno é sinônimo de sofrimento. Sabe, porém, muito bem que não é uma fornalha. Um pagão diria estar no Tártaro.”
O mesmo ocorre com outras expressões análogas, tais como: cidade das flores, cidade dos eleitos, primeira, segunda ou terceira esfera, etc., que apenas são alegorias usadas por alguns Espíritos, quer como figuras, quer, algumas vezes, por ignorância da realidade das coisas, e até das mais simples noções científicas.
De acordo com a ideia restrita que se fazia outrora dos lugares das penas e das recompensas e, sobretudo, de acordo com a opinião de que a Terra era o centro do Universo, de que o firmamento formava uma abóbada e que havia uma região das estrelas, o céu era situado no alto e o inferno em baixo. Daí as expressões: subir ao céu, estar no mais alto dos céus, ser precipitado nos infernos. Hoje, que a Ciência demonstrou ser a Terra apenas, entre tantos milhões de outros, uns dos menores mundos, sem importância especial; que traçou a história da sua formação e lhe descreveu a constituição; que provou ser infinito o espaço, não haver alto nem baixo no Universo, teve-se que renunciar a situar o céu acima das nuvens e o inferno nos lugares inferiores. Quanto ao purgatório, nenhum lugar lhe fora designado. Estava reservado ao Espiritismo dar de tudo isso a explicação mais racional, mais grandiosa e, ao mesmo tempo, mais consoladora para a humanidade. Pode-se assim dizer que trazemos em nós mesmos o nosso inferno e o nosso paraíso. O purgatório, achamo-lo na encarnação, nas vidas corporais ou físicas.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
1016. How should we understand the concept of heaven?
“Do you think that it is a place like the Elysium of Greek mythology, where all good spirits are crowded together haphazardly, with no other care than that of enjoying passive happiness for eternity? No, it is universal space. It is the planets, the stars and all the higher worlds where spirits enjoy all their faculties fully, without having to experience the ills or misfortunes of material life, or the suffering that is characteristic of inferiority.”
1017. Spirits have said that they inhabit the fourth and fifth heaven, and so on. What did they mean by this?
“You ask them which heaven they live in because you have the idea that there are different levels of heavens, like stories of a home, so they answer you according to your personal beliefs. For them, references to a fourth or fifth heaven mean different degrees of purification and happiness. The same applies when you ask a spirit whether it is in hell. If it is unhappy, it says yes because hell is synonymous with suffering. However, it knows perfectly well that it is not a furnace. A Pagan would have replied that it was in Tartarus.”
The same may be said of other similar expressions, such as “the city of flowers,” “the city of the elect,” “the first, second, or third sphere,” and so on, which are only allegories used by some spirits figuratively, whether out of ignorance about the nature of reality, or simply because they lack any knowledge of even the most elementary principles of science.
According to the restricted idea of specific locations for rewards and punishments, and the common belief that Earth was the center of the universe, that the sky formed a vault, and that there was a region of stars, people placed heaven up above and hell down below. This resulted in expressions such as to “ascend to heaven,” to be in “the highest heaven,” to be “cast down into hell,” and so on. Astronomy has mapped out Earth’s history and described its formation. Today science has demonstrated that the Earth is one of the smallest worlds in space and has no special significance, that space is infinite, and that there is neither up nor down in the universe. As a result, it has become necessary to stop placing heaven above the clouds and hell in the depths of the Earth. There was never a specific space assigned to purgatory. Spiritism provides the most rational, impressive and consoling explanation about all these three subjects to human beings. It shows us that heaven and hell exist in ourselves. In a similar vein, we find purgatory in the state of incarnation in our successive corporeal or physical lives.
THE SPIRITS’ BOOK – Allan Kardec.