domingo, 30 de novembro de 2014

Cartões - 52




SEXO e AMOR - Joanna de Ângelis

Na sua globalidade, o amor é sentimento vinculado ao Self enquanto que a busca do prazer sexual está mais pertinente ao ego, responsável por todo tipo de posse.
O sentimento de amor pode levar a uma comunhão sexual, sem que isso lhe seja condição imprescindível.  No entanto, o prazer sexual pode ser conseguido pelo impulso meramente instintivo, sem compromisso mais significativo com a outra pessoa, que, normalmente se sente frustrada e usada.
Os profissionais do sexo, porque perdem o componente essencial dos estímulos, em razão do abuso de que se fazem portadores, derrapam nas explosões eróticas, buscando recursos visuais que lhes estimulem a mente, a fim de que a função possa responder de maneira positiva.
Mecanicamente se desincumbem da tarefa animal e violenta, tampouco satisfazendo-se, porqüanto  acreditam  que  estão  em  tarefa  de  aliciamento de  vidas  para  o comércio  extravagante  e  nefando  da  venda  das  sensações  fortes,  a  que  se habituaram. 
O amor, como componente para a função sexual, é meigo e judicioso, começando pela carícia do olhar que se enternece e vibra todo o corpo ante a expectativa da comunhão renovadora.
Essa libido tormentosa, veiculada pela mídia e exposta nas lojas em forma de artefatos, torna-se aberração que passa para exigências da estroinice, resvalando nos abismos de outros vícios que se lhe associam.
Quando o sexo se apresenta exigente e tormentoso, o indivíduo recorre aos expedientes emocionais da violência, da perseguição, da hediondez.
Os grandes carrascos da Humanidade, até onde se os pode entender, eram portadores de transtornos sexuais, que procuravam dissimular, transferindo-se para situações de relevo político, social, guerreiro, tornando-se temerários, porque sabiam da impossibilidade de serem amados.
Quando o amor domina as paisagens do coração, mesmo existindo quaisquer dificuldades de ordem sexual, faz-se possível superá-las, mediante a transformação dos desejos e frustrações em solidariedade, em arte, em construção do bem, que visam ao progresso das pessoas, assim como da comunidade, tornando-se, portanto, irrelevantes tais questões.
O ser humano, embora vinculado ao sexo pelo atavismo da reprodução, está fadado ao amor, que tem mais vigor do que o simples intercurso genital.
Sem dúvida, por outro lado, as grandes edificações de grandeza da humanidade tiveram no sexo o seu élan de estímulo e de força. Não obstante, persegue-se o sucesso, a glória efêmera, o poder para desfrutar dos prazeres que o sexo proporciona, resvalando-se em equívoco lamentável e perturbador.
O amor à arte e à beleza igualmente inspirou Miguel Ângelo a pintar a capela Sistina, dentre outras obras magistrais, a esculpir la Pietá e o Moisés; o amor à ciência conduziu Pasteur à descoberta dos micróbios; o amor à verdade levou Jesus à cruz, traçando uma rota de segurança para as criaturas humanas de todos os tempos...
O amor é o doce enlevo que embriaga de paz os seres e os promove aos píncaros da auto-realização, estimulando o sexo dignificado, reprodutor e calmante.
Sexo, em si mesmo, sem os condimentos do amor é impulso violento e fugaz.
Livro: Amor Imbatível Amor.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco.

Sabedoria Todo dia – 114

Você tem muito a dar.
Pelo pensamento, você maneja as suas forças para mais ou para menos. Você ajuda ou é ajudado, sobe aos céus ou se atira aos abismos.
Se imagina ter pouco a dar, por si mesmo reduz a sua competência e o seu contentamento. Se pensa ter muito, desarmarra-se de negatividades, satisfaz o coração e aprende a viver bem.
Pense elevado.
Deus alegra-se com a sua disposição de dar, de elevar-se a proporciona-lhe alegrias.
Para que você dê mais, Deus lhe dá mais.
Quanto mais você dá de si aos outros, mais Deus dá a você.
Livro: Sabedoria Todo dia.
Lourival Lopes.

Marta e Maria – 2º / Martins Peralva.

Marta! Marta! andas inquieta..
Há na existência humana —  na existência de toda criatura —  duas partes: a material, representada pelas obrigações que a própria vida impõe, e a espiritual, representada pelos deveres relacionados com a alma eterna.
Ambas são respeitáveis, porque integram o conjunto de necessidades humanas, decorrentes da própria vida em sociedade.
A mulher e o homem, o velho e a criança, o pobre e o rico, a autoridade e o subalterno, o letrado e o analfabeto vivem as duas partes.
O que as distingue, contudo, é que uma tem caráter efêmero e a outra tem caráter  definitivo.
A parte material de nossa vida, em que pese à sua respeitabilidade, é passageira, é transitória.
A parte espiritual é eterna, imortal, imperecível.
A inquietação de Marta indica apreço maior à parte material, tanto assim que se não preocupa com as sublimes lições que o Mestre distribui, com abundância — e que Maria absorve, sequiosa.
À medida que a criatura vai sentindo a parte espiritual, começa a existir nela mesma, do  lado de dentro, uma quietude, um sossego, uma profunda e inalterável calma no trato com a outra parte — a material.
Foi o caso de Maria.
Não ignorava que a arrumação do aposento e o próprio repasto podiam ser  adiados —  sem prejuízo para os interesses eternos.
Podiam ficar para depois, a fim de que se não perdesse o alimento divino  que Jesus ofertava.
O abençoado minuto da visita do Cidadão Celeste representava ocorrência fundamental, inadiável, que, possivelmente, nunca mais se repetisse.
O Mestre deveria seguir o seu  caminho, demandando outras aldeias e outras gentes, a espalhar luz em profusão e bênçãos em abundância.
Sol Divino — a iluminar outros sóis, que lhe refletem a claridade. . .
Urgia, portanto, não se perdesse uma só de suas palavras, um só dos seus ensinamentos.
Esse era o conceito de Maria, a respeito da visita de Jesus à sua casa.
*** 
Há muita gente no mundo na posição de Marta: generosa e fraterna, mas inquieta, agitada, desassossegada ante as coisas perecíveis.
Muito poucos seguimos o exemplo de Maria, que, acordada para a Verdade, mostrava­se quieta por dentro e por fora, superior aos problemas efêmeros, sem, contudo, desprezar­lhes a valia relativa.
A advertência do Mestre conserva, ainda hoje, a sua oportunidade.
É necessário impere em nós o espírito calmo de Maria, inclinado às coisas infinitas, a fim de que as inquietações finitas de Marta nos não impeçam de ouvir, sem enfado, os conselhos do  Mestre — que o Evangelho trouxe e o Espiritismo revive.
O Evangelho, que o Senhor pregava naquela hora a Maria e a Marta, continua sendo o  tema de mais fundamental importância para a nossa alma.
Por meio de suas lições, sentidas e exemplificadas, caminharemos para o  progresso, alcançaremos a luz.
Os problemas mundanos, sem que os depreciemos, nem lhes diminuamos o  valor, atendem, apenas, ao instante que passa.
Jesus —  no conceito de Maria —  era uma realidade que ela desejava perenizar na sua alma; um tesouro que não lhe devia fugir dos olhos e do coração.
Jesus — no conceito de Marta — era um Hóspede Celeste, cuja presença deveria honrar, naquele instante.
Os serviços domésticos constituíam, para a jovem afanosa, elemento inadiável.
O Cristo respeitou, carinhosamente, a imaturidade da moça de Betânia, tanto que se limitou  a realçar­lhe a inquietação, tentando reajustá­la: Marta!  Marta!  Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas.
Identificou­lhe, com ternura, a infância espiritual.
Sabia­a despreparada para remígios mais altos, como plumitiva das coisas espirituais.
Não a censurou, nem a recriminou. Apenas aconselhou­a, com delicadeza, a que se acalmasse.
E, sem exaltar a vantajosa posição de Maria, para não lhe prejudicar o  germe do entendimento superior, esclarece: Maria, pois, escolheu a boa parte e esta não lhe será tirada.
Livro: Estudando O Evangelho.
Martins Peralva.

O espinho – Emmanuel.

“E  para  que  me  não  exaltasse  pelas  excelências  das revelações,  foi­ me  dado  um  espinho  na  carne,  mensageiro  de  Satanás.” - Paulo (II Coríntios, 12:7) 
Atitude sumamente perigosa louvar o homem a si mesmo, presumindo desconhecer que se encontra em plano de serviço árduo, dentro do qual lhe compete emitir diariamente testemunhos difíceis. É posição mental não somente ameaçadora, quanto falsa, porque lá vem um momento inesperado em que o espinho do coração aparece.
O discípulo prudente alimentará a confiança sem bazófia, revelando­se corajoso sem ser metediço. Reconhece a extensão de suas dívidas para com o Mestre e não encontra glória em si mesmo, por verificar que toda a glória pertence a Ele mesmo, o Senhor.
Não são poucos os homens do mundo, invigilantes e inquietos, que, após receberem o incenso da multidão, passam a curtir as amarguras da soledade; muitos deles se comprazem nos galarins da fama, qual se estivessem convertidos em ídolos eternos, para chorarem, mais tarde, a sós, com o seu espinho ignorado nos recessos do ser.
Por que assumir posição de mestre infalível, quando não passamos de simples aprendizes?
Não será mais justo servir ao Senhor, na mocidade ou  na velhice, na
abundância ou na escassez, na administração ou na subalternidade, com o espírito de ponderação, observando os nossos pontos vulneráveis, na insuficiência e imperfeição do que temos sido, até agora?
Lembremo­nos de que Paulo de Tarso esteve com Jesus pessoalmente; foi indicado para o serviço divino em Antioquia pelas próprias vozes do Céu; lutou, trabalhou  e sofreu  pelo Evangelho  do Reino e, escrevendo aos coríntios, já envelhecido e cansado, ainda se referiu ao espinho que lhe foi dado para que se não exaltasse no sublime trabalho das revelações.
Livro: Pão Nosso.
Emmanuel / Chico Xavier.

sábado, 29 de novembro de 2014

Reencarnação e Espiritismo – Martins Peralva.

Necessário vos é nascer de novo
Não foram os espíritas que inventaram a Reencarnação —  palavra que grafamos com inicial maiúscula, em homenagem de nossa Alma agradecida à lei sábia e misericordiosa que projetou luz sobre o até então incompreendido problema do Ser, do Destino e da Dor.
O ensino reencarnacionista vem de muito longe, de povos antigos e remotíssimas doutrinas. Ao Espiritismo couberam, apenas, a honra e a glória de estudá­lo, sistematizando­o, para convertê­lo, afinal, num dos principais, senão no  principal fundamento de sua granítica estrutura doutrinária.
Grandes vultos do passado, no campo da Religião, da Filosofia e da Ciência, aceitaram e difundiram a Reencarnação.
Orígenes (nascido em 185  e falecido em 254), considerado por São Jerônimo como a maior autoridade da Igreja de Roma, afirma, no livro “Dos Princípios”, em abono da tese básica do  Espiritismo: “As causas das variedades de condições humanas são devidas às existências anteriores.
São, ainda, do eminente e consagrado teólogo as seguintes palavras: “A maneira por que cada um de nós põe os pés na Terra, quando aqui aportamos, é a consequência fatal de como agiu  anteriormente no Universo.”
Ainda de Orígines: “Elevando­se pouco a pouco, os Espíritos chegaram a este mundo e à ciência dele. Daí subirão a melhor mundo e chegarão a um estado tal que nada mais terão de ajuntar.”
Krishina, no Bhagavad­Guitá (o Evangelho da Índia), predica, com absoluta e inegável clareza: “Eu e vós tivemos vários nascimentos. Os meus, só são  conhecidos de mim; vós não  conheceis os vossos.”
Os Vedas, milhares de anos antes de Jesus Cristo, difundiam, largamente, a ideia reencarnacionista.
Buda aceitava e pregava a Reencarnação.
Os sacerdotes egípcios ensinavam que “as almas inferiores e más ficam presas à Terra por  múltiplos renascimentos, e que as almas virtuosas sobem, voando para as esferas superiores, onde recobram a vista das coisas divinas”.
Na Grécia, berço admirável de legítimos condores do  Pensamento e da Cultura, encontramos Sócrates, Platão e Pitágoras como fervorosos paladinos das vidas sucessivas.
Sócrates ensinava que “as almas, depois de haverem estado no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida em múltiplos e longos períodos”.
O ensino pitagórico era, como é notório, essencialmente reencarnacionista, dele advindo, por falsa interpretação de mentes pouco evoluídas, a errônea teoria da metempsicose.
Entre os romanos, Virgílio e Ovídio disseminavam os princípios reencarnacionistas.
Ovídio chegava a dizer: “quando minha alma for pura, irá habitar os astros que povoam o  firmamento”, admitindo, assim, semelhantemente aos espíritas, a sucessividade das vidas em outros planetas.
São Jerônimo afirmava, por  sua vez, “que a transmigração das almas fazia parte dos ensinos revelados a um certo número de iniciados”.
Deixemos, contudo, esses consagrados vultos, cuja opinião, embora respeitável e acatada, empalidece ante a opinião da figura máxima da Humanidade — Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Sublime Embaixador pregou a Reencarnação. Algumas vezes, de forma velada; outras, com objetividade e clareza.
Falando a respeito de Elias, o profeta falecido alguns séculos antes, diz o  Mestre: —  “Elias já veio  e não o  conhecestes”, compreendendo então os discípulos que se referia a João  Batista (Elias reencarnado).
No famoso diálogo com Nicodemos, afirma que ninguém alcançará o Reino de Deus “se não nascer de novo. Nascer da água e do Espírito — o que completa a intenção, o pensamento  reencarnacionista de Jesus.
Em outra oportunidade, externando por meio de simples alegoria sobre a Lei de Causa e Efeito — ou Carma —, sentencia: — “Ninguém sairá da Terra sem que pague até o último ceitil”, isto é: até a completa remissão das faltas.
Como se vê, o Espiritismo não criou, não inventou a Reencarnação.
Aceitando­a como herança de eminentes filósofos e de respeitáveis doutrinas, de Jesus e de Seus discípulos, e confirmada, a seu tempo, pelos Espíritos do Senhor, o Espiritismo promoveu  o seu estudo, a sua difusão, a sua exegese.
Ela é, contudo, antiquíssima, conhecida e professada antes do Cristo, na época do Cristo e em nossos dias.
Há mais de um século o Espiritismo apresenta­a por único meio de crermos num Pai Justo  e Bom, que dá a cada um “segundo as suas obras” e como elemento explicativo da promessa de Jesus, de que “nenhuma de suas ovelhas se perderia”.
A Reencarnação é a chave, a fórmula filosófica que explica, sem fugir ao bom­senso nem à lógica, as conhecidas desigualdades humanas — sociais, econômicas, raciais, físicas, morais e intelectuais.
Sem o esclarecimento palingenésico, tais diversidades deixariam um doloroso “ponto de interrogação” em nossa consciência, no que diz respeito à Justiça Divina.
Sem as suas claridades, seria a Justiça de Deus bem inferior à dos homens.
Teríamos um Deus parcial, injusto, caprichoso, cruel, impiedoso mesmo.
Um Deus que beneficiaria a uns e infelicitaria à maioria. Com a Reencarnação, temos Justiça Incorruptível, equânime, refletindo a ilimitada Bondade do Criador.
Um Deus que perdoa sem tirar ao culpado a glória da remissão de seus próprios erros.
Um Deus que perdoa, concedendo ao culpado tantas oportunidades quantas ele necessite para reparar os males que praticou.
Com a Palingenesia, temos um Deus que se apresenta, no Altar de nossa consciência e no  Templo do nosso coração, como Pai Misericordioso e Justo, um Pai carinhoso e Magnânimo, que oferece a todos os Seus filhos os mesmos ensejos de redenção, através das vidas sucessivas —  neste e noutros mundos, mundos que são as “outras moradas” a que se refere Jesus no Evangelho.
Tantas vidas quantas forem necessárias, porque o essencial e o justo é que “nenhuma das ovelhas se perca”.
Livro: Estudando o Evangelho.
Martins Peralva.

Observação primordial - Emmanuel

E  Jesus  respondeu­lhe:  O  primeiro  de  todos  os  mandamentos  é:  Ouve,  ó  Israel,  o  Senhor  é  nosso  Deus,  o Senhor é um só. - Jesus / Marcos, 12:29.
Replicando ao escriba que o interpelou, com relação ao primeiro de todos os mandamentos, Jesus precede o artigo inicial do Decálogo de observação original que merece destacada.
Antes de todos os programas de Moisés, das revelações dos Profetas e de suas próprias bênçãos redentoras no Evangelho, o  Mestre coloca uma declaração  enérgica de princípios, conclamando  todos os espíritos ao plano da unidade substancial. Alicerçando o serviço salvador que Ele mesmo trazia das esferas mais altas, proclama o Cristo à Humanidade que só existe um Senhor Todo­Poderoso – o Pai de Infinita Misericórdia.
Sabia, de antemão, que muitos homens não aceitariam a verdade, que almas numerosas buscariam escapar às obrigações justas, que surgiriam retardamento, má­  vontade, indiferença e preguiça, em torno da Boa Nova; no entanto, sustentou  a unidade divina, a fim de que todos os aprendizes se convencessem de que lhes seria possível envenenar a liberdade própria, criar deuses fictícios, erguer discórdias, trair provisoriamente a Lei, estacionar  nos caminhos, ensaiar a guerra e a destruição, contudo, jamais poderiam enganar o plano das verdades eternas, ao qual todos se ajustarão, um dia, na perfeita compreensão de que “o Senhor é nosso Deus, o Senhor  é um só”.
Livro: Pão Nosso
Emmanuel / Chico Xavier.

Perda de Entes Queridos / Sono e Sonhos - Sérgio Thiesen


Livros para baixar - 42


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

PERMANEÇAMOS FIEIS - Emmanuel

“Alem disso, requer-se no dispenseiros que cada um se ache fiel.” – Paulo. (I CORINTIOS, 4:2.)
Num aparelho, a segurança da produção exige que cada peça funcione, o lugar próprio.
Numa orquestra, para que a sinfonia alcance todo o vigor melódico, é forçoso se localize cada instrumento na função que lhe cabe.
 Na obra do Evangelho, é imprescindível também que cada tarefeiro se compenetre das atribuições de que foi investido.
 Dirás que o senhor liquidará todas as necessidades, que Ele não dorme sobre as promessas, feitas, que a Sua Infinita Bondade solucionará todos os problemas, que a nossa fé precisa sustentar-se incondicional, e estarás proclamando a verdade não endossa a preguiça ou a imprudência dos servos.
 O comandante de um grande navio pode ser um gênio de sabedoria e bondade, mas toda a direção se compromete de imediato, se o mais obscuro cooperador da embarcação coloca uma bomba na casa de maquinas.
 Seja, qual seja a nossa posição, a serviço do Mestre, é imperioso refletir que, se esperamos por Ele, é natural que Ele igualmente espere por nós.
 Não obstante os erros que ainda nos assinalem o coração, sejamos sinceros em nós mesmos e estejamos decididos a cumprir o dever que posamos, diante de consciência.
 Desistamos de alegar tropeços e culpas, inibições e defeitos para a fuga das responsabilidades que nos competem.
 O próprio boi, mostrando os cascos empastados de lama, para servir no arado, junto ao homem, deve ser um animal fiel.
Livro: Palavras de Vida Eterna.
Emmanuel / Chico Xavier.

Teus Problemas - Ayrtes

Quem não tem problemas nos dias que correm? Todos temos, uns mais, outros menos, mas os espinhos estão em todos os caminhos, As questões se multiplicam cada vez mais, por processos que muitos desconhecem, objetivando a educação de toda a humanidade. Qual o motivo das nossas lutas? Elas vão nos ensinar a demandar com as dúvidas e vencê-las. Somos espíritos imortais, com capacidade que desconhecemos dormindo no nosso íntimo; cabe-nos despertar nossas qualidades, conhecendo a verdade, e nos tornarmos livres, na liberdade de Deus.
A vida para muitos é um enigma; no entanto, temos capacidade de descobrir esses segredos, familiarizando-nos com eles no mais profundo aprendizado. As dificuldades que atravessamos em uma existência deixam marcas de experiências, para que no futuro tenhamos paz e tranqüilidade em todas as lutas, por já conhecê-las e sentir os seus objetivos para com toda a humanidade. Sabemos que a vida nos mostra variados problemas para serem resolvidos; no entanto, não devemos nos amedrontar, nem fixar nossos pensamentos somente em dificuldades; elas existem, porém o nosso dever de caminheiros da luz é não perder de vista o bom ânimo, como lutadores. Não nos esqueçamos do amor, da alegria e do bom combate, confiando na confiança que Deus tem em nós e naquela que o Cristo depositou em nossos corações.
A tua casa deve apresentar dificuldades, seja qual for a classe a que pertenças na sociedade; entrementes, deves te certificar de que elas são superáveis e que a sua existência é para nos mostrar os caminhos mais acertados, Meu irmão, estamos te convidando para compreender uma filosofia grandiosa, que é a religião do amor, onde poderás encontrar a felicidade mesmo encontrando na vida inúmeras dificuldades; pedimos-te para compreender que a vida é uma luta e que quem desistir dela com medo, exercitará a covardia; cada qual tem uma missão a cumprir, e o nosso dever é trabalhar no nosso ministério.
A palavra escolhida de hoje é Lazer. Se a vida constitui uma luta intensa, ela pede intervalos constantes para o devido refazimento - e é do que vamos tratar aqui. A palavra Lazer já indica distração das preocupações. Vejamos as leis do trabalho, que dividem as horas em três partes: oito trabalhando, oito descansando e oito em repouso para o completo refazimento das forças físicas, pela intervenção espiritual, pelo processo do sono. Vê se existe esse equilíbrio em tua casa! Vê se obedeces a essas leis de harmonia!... Se não, entra em campo, primeiramente em tua família, depois ajuda teus companheiros a compreender essa verdade. Não podes ser tocado pelos extremos; o caminho do meio ainda é o melhor para todos nós, ligados à Terra.
Observa a tua folga e a dos teus, porque o descanso sem exagero é remédio e paz para o espírito; mas nunca confundas Lazer com ociosidade; o próprio aposentado não deve entrar na inércia por completo, se não quiser atrofiar todos os seus valores já conquistados. Faze alguma coisa de útil para a sociedade, se não quiseres buscar outro trabalho. Quem pára, morre, e quem pretende parar, está morrendo sem saber. Os teus problemas são resolvidos no trabalho.
Livro: Tua Casa.
Ayrtes / João Nunes Maia.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

SOB TESTES E EXAMES - Emmanuel

O aprendiz do Evangelho é sempre convidado à reflexão, para não cair na irresponsabilidade.
Testes e exames constantes verificam os efeitos evangélicos em sua mente e coração.
Com muita propriedade a terra é considerada planeta de “provas e expiações”.
A prova examina o grau de preparação do educando. A expiação ensina, rigorosa, a lição desperdiçada na inutilidade ou na viciação.
A prova lembra escolaridade.
A expiação solicita enfermagem.
O aprendiz estuda e se prepara para a vida.
O enfermo se reeduca para continuar a vida.
Escola e Hospital são valiosos recursos que se multiplicam para o discípulo sincero de Jesus.
Exames e testes a todo instante.
Teste à paciência – é exame de produtividade.
Teste à humildade – é exame de amor.
Teste à bondade – é exame de vigilância.
Teste à compreensão – é exame da palavra.
Teste ao equilíbrio – é exame do bem.
Assim, respondamos com serenidade as provas de hoje para evitar as expiações de amanhã.
Emmanuel / Chico Xavier
Livro: Ceifa de Luz

TUAS DIFICULDADES - Emmanuel

Imagina como seria difícil de suportar um educandário em que os alunos tão-somente soubessem chorar na hora do ensino.
Consideremos, pois, a Terra nossa escola multimilenária, cumprindo-nos receber-lhe as dificuldades por lições úteis e objetivas.
Diante dos obstáculos, ninguém precisa fixar-se no lado escuro que apresentem.
Um náufrago, ao sabor das ondas, não se lembrará de examinar o lodo no fundo das águas, mas refletirá no melhor meio de alcançar a terra firme.
Minuto de queixa é minuto perdido, arruinando talentos preciosos para a solução dos problemas.
Toda prova aparece para elastecer-nos a força e aperfeiçoar-nos a experiência.
Quase toda dificuldade implica sofrimento e sofrimento, mormente os que não criamos, redunda em renovação e auxílio para nós mesmos.
Encaremos os obstáculos da vida sem receio. Cada qual deles nos traz mensagem determinada: um desafia a paciência; outro pede amor...
Compreende e suporta, constrói e beneficia.
        Tuas dificuldades – tuas bênçãos. 
Emmanuel / Chico Xavier
Livro: Coragem

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Pedro / Aurora / Aos Pés do Monte.- Tim e Vanessa.



CONTAS


Parente que te apavora
Em lutas que não esperas,
É conta em juros de mora
Que trazemos de todas outras eras...
Cornélio Pires

Sabemos quanto isso custa,
Mas devemos ponderar:
Enquanto a conta for justa,
A solução á pagar.
Cornélio Pires

Sem provas, de quando em quando,
No curso da disciplina,
Ninguém confere o que aprende,
Nem senhoreia o que ensina.
José Nava

Quem trata do que não deve,
Por mais elevado esteja,
Acaba sem pressentir
Fazendo o que não deseja.
Ulisses Bezerra

Desgovernada afeição
- Incêndio arrasando a vida.
Amor que vira paixão
Derrama ódio em seguida.
Rodolfo Teófilo

Saudade – luz doce e fria,
Espinho em forma de flor.
Um retrato da alegria
Emoldurando de dor.
Lívio Barreto

Ignorância e descrença
- Estranha dupla infeliz...
Uma não sabe o pensa,
Outra não sabe o que diz.
Antônio Sales

Navio no ancoradouro,
Barco firme a descansar...
Mas não foi para esse fim
Que ele nasceu para o mar.
Álvaro Martins

A tentação me busca,
Chorou, soluçou, tremeu...
Ouvi, concordei, cedi...
Quem geme agora sou eu.
Xavier de Castro

Lição da sabedoria
Quem ninguém aplica em vão
A verdadeira humildade
Não conhece humilhação.
Luiz Sá

Bendito o trabalhador,
Entre espinhos e brejais,
Que responde à praga e ao vento
Plantando e servindo mais!...
Antônio de Castro

Se você dispõe de tempo e da vocação de auxiliar para contribuir nas boas obras com o seu esforço pessoal, o seu trabalho será sempre bem-vindo, especialmente porque lhe expressa o amor no propósito de servir.
André Luiz

Não fomos situados à frente dos semelhantes, a fim de aperfeiçoá-los e sim para aperfeiçoar a nós mesmos.
Os outros, por mais errados estejam, rogam simpatia, não censura.
Compreendemos o próximo, a fim de que o próximo nos venha a compreender.
Emmanuel

Livro: Sinais de Rumo.
Espíritos Diversos / Chico Xavier.

QUE MAIS SOFREMOS - Albino Teixeira

O que mais sofremos no mundo
Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la.
Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.
Não é a doença. É o pavor de recebê-la.
Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.
Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.
Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.
Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.
Não é a injúria. É o orgulho ferido.
Não é a tentação. É a volúpia de experimentar-lhe os alvitres.
Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.
Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflições que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.
Livro: Passos da Vida.
Espíritos Diversos / Chico Xavier.

domingo, 23 de novembro de 2014

Transiĝaj Mondoj / Mundos Regeneradores

Transiĝaj Mondoj - Sankta Aŭgusteno. Parizo, 1862.
16. Inter la steloj, kiuj trembrilas en la lazura arkaĵo, kiom da mondoj estas, kiel la via, difinitaj de la Sinjoro por kulpelaĉetoj kaj provoj! Sed estas ankaŭ aliaj pli mizeraj kaj aliaj pli bonaj, same kiel estas mondoj provizoraj, kiujn oni povas nomi “transiĝaj”. Ĉiu planeda aro, turnmoviĝanta en la spaco ĉirkaŭ komuna fokuso, kuntrenas primitivajn mondojn, mondojn de ekzilo, de transiĝo kaj de feliĉo. Oni jam parolis al vi pri mondoj, kien la ĵus naskita animo estas lokata, kiam, nesciante ankoraŭ pri bono kaj malbono, ĝi povas marŝi al Dio, mastrante sin mem, dank’al sia libera volo; estis dirite al vi pri l’ ampleksaj kapabloj, kiujn la animo posedas, por fari la bonon; sed, ho ve! multaj falas, kaj Dio, ne volante ilin neniigi, permesas al ili iri en tiujn mondojn, kie, tra sinsekvaj reenkarniĝoj, ili puriĝas, sin reformas, kaj de kie ili revenos indaj je la gloro, kiu estas al ili destinata.
17. La transiĝaj mondoj servas por transiro inter la mondoj de kulpelaĉeto kaj la mondoj feliĉaj. La animo, kiu pentas, trovas tie la trankvilon kaj la ripozon kaj kompletigas sian puriĝon. Sendube en tiuj mondoj la homo estas ankoraý submetita al leøoj, kiuj kontrolas la materion; la homaro tie spertas viajn sensacojn kaj dezirojn, sed ĝi estas liberigita el la senbridaj pasioj, kies sklavoj vi estas; tie la malhumileco ne silentigas la koron, ne plu estas la envio, kiu torturas, ne plu la malamo, kiu sufokas; la vorto “amo” estas skribita sur ĉiuj fruntoj; perfekta justeco regas la sociajn rilatojn; ĉiuj agnoskas Dion kaj penas aliri al Li, plenumante Liajn leĝojn.
Tamen tie ankoraŭ ne ekzistas la perfekta feliĉo, sed nur la aŭroro de la feliĉo. La homo tie estas ankoraŭ karna kaj tial elmetita al sortoŝanĝoj, de kiuj estas liberaj nur la estuloj tute senmateriiĝintaj; li devas ankoraŭ venki provojn, sed tiuj ne havas la akrajn angorojn de la kulpelaĉeto. Kompare kun la tero, tiuj mondoj estas tre feliĉaj, kaj multaj inter vi ĝojus tie restadi, ĉar tio estus la trankvilo post la uragano, la resaniĝado post kruela malsano; tamen la tiea homo, malpli absorbita per la materiaj aferoj, antaŭvidas la estontecon pli bone ol vi; li komprenas, ke la Sinjoro promesas aliajn ĝojojn al tiuj, kiuj fariĝas indaj je ili, kiam la morto denove falĉos iliajn korpojn por la naskiĝo de la vera vivo. Tiam la liberigita animo ŝvebos super ĉiuj horizontoj; ne plu la materiaj kaj maldelikataj sentumoj, sed la sentumoj de ĉiela kaj pura perispirito, enspiranta la emanaĵojn de Dio mem meze de la parfumoj de amo kaj karito, kiuj eliĝas el Lia sino.
18. Sed, ve! en tiuj mondoj la homo estas ankoraŭ erarema, kaj la Spirito de la malbono tie ne tute perdis sian povon. Ne antaŭeniri estas retropaŝi, kaj se la homo ne firme staras sur la vojo de la bono, li povas refali en la mondojn por kulpelaĉeto, kie lin atendas novaj kaj pli teruraj provoj.
Rigardu do tiun lazuran arkaĵon, en la nokto, en la horo de ripozo kaj preĝo, kaj el tiuj sennombraj sferoj, brilantaj super viaj kapoj, demandu vin mem, kiuj kondukas al Dio, kaj preĝu al Li, por ke unu el la transiĝaj mondoj malfermu al vi sian sinon post la kulpelaĉeto sur la tero.
Libro: La Evangelio Laŭ Spiritismo – Allan Kardec, ĉap. III.
Mundos Regeneradores - Santo Agostinho - Paris, 1862
16. Entre essas estrelas que cintilam na abóbada azulada, quantas delas são mundos, como o vosso, designados pelo Senhor para expiação e provas! Mas há também entre elas mundos mais infelizes e melhores, como há mundos transitórios, que podemos chamar de regeneradores. Cada turbilhão planetário, girando no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo mundos primitivos, de provas, de regeneração e de felicidade. Já ouvistes falar desses mundos em que a alma nascente é colocada, ainda ignorante do bem e do mal, para que possa marchar em direção a Deus, senhora de si mesma, na posse do seu livre-arbítrio. Já ouvistes falar das amplas faculdades de que a alma foi dotada, para praticar o bem. Mas ai!
Existem as que sucumbem! Então Deus, que não quer aniquilá-las, permite-lhes ir a esses mundos em que, de encarnações em encarnações, podem fazer-se novamente dignas da glória a que foram destinadas.
17. Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os felizes. A alma que se arrepende, neles encontra a paz e o descanso, acabando por se purificar. Sem dúvida, mesmo nesses mundos, o homem ainda está sujeito às leis que regem a matéria. A humanidade experimenta as vossas sensações e os vossos desejos, mas está isenta das paixões desordenadas que vos escravizam. Neles, não há mais o orgulho que emudece o coração, a inveja que o tortura e o ódio que o asfixia. A palavra amor está escrita em todas as frontes; uma perfeita eqüidade regula as relações sociais; todos manifestam a Deus e procuram elevar-se a Ele, seguindo as suas leis.
Nesses mundos, contudo, ainda não existe a perfeita felicidade, mas a aurora da felicidade. O homem ainda é carnal, e por isso mesmo sujeito às vicissitudes de que só estão isentos os seres completamente desmaterializados. Ainda tem provas a sofrer, mas estas não se revestem das pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são mais felizes, e muitos de vós gostariam de habitá-los, porque representam a calma após a tempestade, a convalescença após um doença cruel. Menos absorvido pelas coisas materiais, o homem entrevê melhor o futuro do que vós, compreende que são outras as alegrias prometidas pelo Senhor aos que se tornam dignos, quando a morte ceifar novamente os seus corpos, para lhes dar a verdadeira vida. É então que a alma liberta poderá pairar sobre os horizontes. Não mais os sentidos materiais e grosseiros, mas os sentidos de um perispírito puro e celeste, aspirando as emanações de Deus, sob os aromas do amor e da caridade, que se expandem no seu seio.
18. Mas, ah! Nesses mundos o homem ainda é falível, e o Espírito do mal ainda não perdeu completamente o seu domínio sobre ele. Não avançar é recuar, e se ele não estiver firme no caminho do bem, pode cair novamente em mundos de expiação, onde o esperam novas e mais terríveis provas. Contemplai, pois, durante a noite, na hora do repouso e da prece, essa abóbada azulada, e entre as inumeráveis esferas que brilham sobre as vossas cabeças, procurai as que levam a Deus, e pedi que um mundo regenerador vos abra o seu seio, após a expiação na Terra.
Livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, cap. III.