sábado, 2 de fevereiro de 2019

A reencarnação como processo educativo - Adenáuer Novaes.

O retorno a um novo corpo, através da reencarnação, se dá para o crescimento do espírito. É um processo educativo, e não punitivo. Encarado dessa forma, não há um número definido de encarnações para um espírito.
Sobre a chamada “lei” de causa e efeito atua a lei de misericórdia, que é uma das variantes da lei de Amor. Os processos não se dão de forma linear, isto é, não se passa pelo que se causou a outrem na mesma proporção e na mesma intensidade.
As circunstâncias a que um espírito está sujeito numa encarnação expiatória são sempre atenuadas pela Misericórdia Divina. A chamada “lei” de causa e efeito não é como a pena de Talião. Não é “olho por olho dente por dente”.
Às vezes, no período de intermissão, o espírito atravessa sofrimentos, resultantes de suas atitudes quando no corpo físico. Ao reencarnar para aprender, os processos a que estará sujeito não poderão ser idênticos aos que proporcionou aos outros, em face do que aprendeu no período de intermissão, bem como em função da necessidade de educar-se a partir de estratégias amorosas das leis de Deus.
Mesmo nas encarnações imediatas, cujo tempo de intermissão é mínimo, os processos serão atenuados pela lei de Misericórdia. Dessa forma, as leis de Deus nem sempre utilizam o humano atuou no passado, para educá-lo no presente.
Embora alguns processos reencarnatórios sejam planejados por espíritos mais evoluídos, eles estão sujeitos à lei de Amor.
Não se devem interpretar as doenças e outros sofrimentos senão como processos educativos. Errou-se no passado porque não se sabia como agir corretamente. Retorna-se para aprender até não mais se precisar reencarnar.
Nem sempre uma simpatia a alguém se deve creditar a uma relação ocorrida em uma encarnação anterior, pois as afinidades descobertas na atual existência também podem gerá-las.
Porém, em muitos casos, as idéias inatas, as simpatias e antipatias gratuitas, os gênios e virtuoses, de alguma forma parecem denunciar uma experiência anterior.
O conhecimento não se produz de forma mágica. O inato, quando não é creditado à herança genética, é o termo usado para a falta de explicação lógica. A reencarnação explica tais conhecimentos “inatos”. Como bem disse
Aristóteles, “nada vai ao intelecto senão pelos sentidos”.
Por minha conta, incluo nesses “sentidos” as vias intuitivas, paranormais e mediúnicas. Tudo, dessa forma, é aprendido pelo espírito. Nada lhe é “dado” de graça. A “Graça” ou o “Dom” que se diz ter recebido de Deus, nada mais é do que o resultado das experiências passadas, do aprendizado já feito.
Se, no passado, alguém tinha uma aptidão qualquer, certamente ela hoje se manifestará de alguma maneira. Se hoje não se tem habilidade nenhuma, não se tem jeito para nada, é porque não se tinha no passado.
Querendo ter alguma aptidão especial, hoje e no futuro, deve-se começar, desde já, um processo de aprendizagem por conta própria, sem se esperar necessariamente por uma “graça” de Deus.
Em muitos casos, os reencarnantes retornam com a reeencarnação: processo educativo produziram tais marcas foram de tal forma intensas que se reproduziram no corpo físico. Tal reprodução denuncia a existência de uma matriz comum onde ficam “guardadas” as impressões do espírito. Essa matriz é o perispírito ou corpo espiritual.
Da mesma forma que essas marcas, surgem fobias, traumas e outros complexos, que se revelam logo na primeira infância, constituindo-se em preocupação para os pais.
A solução de tais conflitos só se dará no contato do espírito novamente com o núcleo traumático gerador.
As circunstancias da nova encarnação o colocarão frente a frente com a causa geradora do conflito. Pode-se dizer, então, que não há doenças, mas, antes, doentes.
O conceito de reencarnação transcende o aspecto da mera crença que está presente nas mais antigas culturas, tornando-se a base para a compreensão da razão de viver do ser humano.
Antes de ser um processo idealizado para explicar a realidade, é a própria realidade a explicar os processos da vida.
A reencarnação não foi concebida como uma teoria para explicar a realidade.
É antes, um fato que explica e suscita muitas teorias. As relações humanas estão carregadas das emoções do passado. Impulsos, estímulos, reações emotivas, atitudes diversas, não são apenas fruto da nossa vontade, da herança genética e do meio ambiente, mas principalmente das experiências pregressas gravadas em nosso psiquismo perispiritual.
Sua força é tão intensa que, muitas vezes, tais emoções governam a vontade, intervindo no processo de escolha de forma decisiva. Os arquétipos junguianos não são mais do que o resultante do acúmulo das experiências pregressas que se internalizam no ser humano, formando um padrão típico de tendência a atitudes.
O que ele chamava de inconsciente coletivo, nada mais é do que o conjunto das experiências pregressas, individuais e coletivas, inclusive aquelas adquiridas nos reinos inferiores, acumuladas pelo espírito através do, e no, perispírito.
A personalidade integral que sobrevive à morte, já possui experiências diversas em matéria de profissões, de línguas aprendidas, de tipos de sexo, de classe social, de condição econômica, etc. A repetição dessas experiências a cada nova encarnação, nos faz perceber que o processo de aprendizagem se dá também por repetição e revisão das lições.
A experiência repetida significa a mesma lição ainda não aprendida. O fato, por exemplo, de já ter experienciado viver nos dois tipos de sexo, concede ao ser humano habilidades para habitar nesse ou naquele corpo, sem
que isso lhe cause qualquer problema quanto a sua relação com o sexo do corpo escolhido. Uma nova encarnação representa a construção de uma nova personalidade no novo meio que se vai renascer.
Os traumas e conflitos, dessa forma, aparecem tendo como uma das causas, talvez a principal, essa realidade interna, anterior, que contracena com a realidade externa. A solidão e as repetidas e constantes desilusões afetivas, podem ser encaradas como resultantes de processos educativos oriundos de experiências mal sucedidas no passado.
Livro: Reencarnação Processo Educativo.
Adenáuer Novaes.

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