domingo, 28 de janeiro de 2024

Resumo teórico do móvel das ações humanas / Riassunto teorico del movente delle azioni dell'uomo / Résumé théorique du mobile des actions de l'homme.

Resumo teórico do móvel das ações humanas.

872. A questão do livre-arbítrio se pode resumir assim: o homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja incitado ao crime, quer pelo meio onde se ache colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir. Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos nos submetemos voluntariamente. Cabe à educação combater essas más tendências. Ela terá êxito nesse combate quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.

Desprendido da matéria e no estado de erraticidade, o Espírito procede à escolha de suas futuras existências corporais, de acordo com o grau de perfeição a que haja chegado e é nisso, como dissemos, que consiste sobretudo o seu livre-arbítrio. Essa liberdade, a encarnação não a anula. Se ele cede à influência da matéria, é que sucumbe nas provas que por si mesmo escolheu. Para ter quem o ajude a vencê-las, concedido lhe é invocar a assistência de Deus e dos Espíritos bons. (337.)

Sem o livre-arbítrio o homem não teria nem culpa por praticar o mal, nem mérito em praticar o bem. E isto a tal ponto está reconhecido que, no mundo, a censura ou o elogio são feitos à intenção, isto é, à vontade. Ora, quem diz vontade diz liberdade. Nenhuma desculpa poderá, portanto, o homem buscar, para os seus delitos, na sua organização física, sem abdicar da razão e da sua condição de ser humano, para se equiparar ao bruto. Se fora assim quanto ao mal, assim não poderia deixar de ser relativamente ao bem. Mas quando o homem pratica o bem, tem grande cuidado de averbar o fato à sua conta, como mérito, e não cogita de por ele gratificar os seus órgãos, o que prova que, por instinto, não renuncia, a despeito da opinião dos proponentes de certos sistemas filosóficos, ao mais belo privilégio de sua espécie: a liberdade de pensar.

A fatalidade, como vulgarmente é entendida, supõe a decisão prévia e irrevogável de todos os sucessos da vida, qualquer que seja a importância deles. Se tal fosse a ordem das coisas, o homem seria qual máquina sem vontade. De que lhe serviria a inteligência, se estivesse invariavelmente dominado, em todos os seus atos, pela força do destino? Semelhante doutrina, se verdadeira, conteria a destruição de toda liberdade moral; já não haveria para o homem responsabilidade, nem, por conseguinte, bem, nem mal, crimes ou virtudes. Não seria possível que Deus, soberanamente justo, castigasse suas criaturas por faltas cujo cometimento não dependera delas, nem que as recompensasse por virtudes de que nenhum mérito teriam. Ademais, tal lei seria a negação da do progresso, porquanto o homem, tudo esperando da sorte, nada tentaria para melhorar a sua posição, visto que não conseguiria ser mais nem menos.

Contudo, a fatalidade não é uma palavra vã. Existe na posição que o homem ocupa na Terra e nas funções que aí desempenha, em consequência do gênero de vida que seu Espírito escolheu como prova, expiação ou missão. Ele sofre fatalmente todas as vicissitudes dessa existência e todas as tendências boas ou más que lhe são inerentes. Aí, porém, acaba a fatalidade, pois da sua vontade depende ceder ou não a essas tendências. Os pormenores dos acontecimentos, esses ficam subordinados às circunstâncias que ele próprio cria pelos seus atos, sendo que nessas circunstâncias podem os Espíritos influir pelos pensamentos que sugiram. (459.)

A fatalidade, portanto, está nos acontecimentos que se apresentam, por serem estes consequência da escolha que o Espírito fez da sua existência de homem. Pode deixar de haver fatalidade no resultado de tais acontecimentos, visto ser possível ao homem, pela sua prudência, modificar-lhes o curso. Nunca há fatalidade nos atos da vida moral.

Na morte é que o homem se acha submetido, em absoluto, à inexorável lei da fatalidade, pois não pode escapar à sentença que lhe marca o termo da existência, nem ao gênero de morte que haja de cortar a esta o fio.

Segundo a doutrina vulgar, de si mesmo tiraria o homem todos os seus instintos que, então, proviriam, ou da sua organização física, pela qual nenhuma responsabilidade lhe toca, ou da sua própria natureza, caso em que lícito lhe seria procurar desculpar-se consigo mesmo, dizendo não lhe pertencer a culpa de ser feito como é. Muito mais moral se mostra, indiscutivelmente, a doutrina espírita. Ela admite no homem o livre-arbítrio em toda a sua plenitude e, se lhe diz que, praticando o mal, ele cede a uma sugestão estranha e má, em nada lhe diminui a responsabilidade, pois lhe reconhece o poder de resistir, o que evidentemente lhe é muito mais fácil do que lutar contra a sua própria natureza. Assim, de acordo com a doutrina espírita, não há arrastamento irresistível: o homem pode sempre cerrar ouvidos à voz oculta que lhe fala no íntimo, induzindo-o ao mal, como pode cerrá-los à voz material daquele que lhe fale ostensivamente. Pode-o pela ação da sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando, para tal fim, a assistência dos Espíritos bons. Foi o que Jesus nos ensinou por meio da sublime prece que é a Oração Dominical, quando manda que digamos: “Não nos deixes sucumbir à tentação, mas livra-nos do mal.”

Essa teoria da causa determinante dos nossos atos ressalta com evidência de todo o ensino dado pelos Espíritos. Não só é sublime de moralidade, mas também, acrescentaremos, eleva o homem aos seus próprios olhos. Mostra-o livre de subtrair-se a um jugo obsessor, como livre é de fechar sua casa aos importunos. Ele deixa de ser simples máquina, atuando por efeito de uma impulsão independente da sua vontade, para ser um ente racional, que ouve, julga e escolhe livremente de dois conselhos um. Aditemos que, apesar disto, o homem não se acha privado de iniciativa, não deixa de agir por impulso próprio, pois que, em definitivo, ele é apenas um Espírito encarnado que conserva, sob o envoltório corporal, as qualidades e os defeitos que tinha como Espírito. Conseguintemente, as faltas que cometemos têm por fonte primária a imperfeição do nosso próprio Espírito, que ainda não conquistou a superioridade moral que um dia alcançará, mas que, nem por isso, carece de livre-arbítrio. A vida corpórea lhe é dada para se expungir de suas imperfeições, mediante as provas por que passa, imperfeições que, precisamente, o tornam mais fraco e mais acessível às sugestões de outros Espíritos imperfeitos, que delas se aproveitam para tentar fazê-lo sucumbir na luta em que se empenhou. Se dessa luta sai vencedor ele se eleva; se fracassa, permanece o que era, nem pior, nem melhor. Será uma prova que lhe cumpre recomeçar, podendo suceder que longo tempo gaste nessa alternativa. Quanto mais se depura, tanto mais diminuem os seus pontos fracos e tanto menos acesso oferece aos que procurem atraí-lo para o mal. Na razão de sua elevação, cresce-lhe a força moral, fazendo que dele se afastem os maus Espíritos.

Todos os Espíritos, mais ou menos bons, quando encarnados, constituem a espécie humana, e, como o nosso mundo é um dos menos adiantados, nele se conta maior número de Espíritos maus do que de bons. Tal a razão por que aí vemos tanta perversidade. Façamos, pois, todos os esforços para a este planeta não voltarmos, após a presente estada, e para merecermos ir repousar em mundo melhor, em um desses mundos privilegiados onde o bem reina sem mescla, e onde não nos lembraremos da nossa passagem por aqui, senão como de um exílio temporário.

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

Riassunto teorico del movente delle azioni dell'uomo

872. La questione del libero arbitrio può riassumersi come segue.

L'uomo non è affatto portato fatalmente al male. Le azioni che compie non sono affatto scritte in precedenza, e i crimini che commette non avvengono affatto a causa di una sentenza del destino. L'uomo può, come prova e come espiazione, scegliere un'esistenza in cui avrà degli impulsi criminali, sia a causa dell'ambiente sociale in cui si trova, sia a causa delle circostanze che si verificano, ma e sempre libero di agire o di non agire. Pertanto il libero arbitrio esiste: allo stato di Spirito, nella scelta dell'esistenza e delle prove; allo stato fisico, nella facoltà di cedere o di opporsi agli impulsi ai quali ci siamo volontariamente sottoposti. È l'educazione che deve combattere queste cattive tendenze. Essa lo farà utilmente quando sarà basata sullo studio approfondito della natura morale dell'uomo. Attraverso la conoscenza delle leggi che reggono questa natura morale, si arriverà a modificarla, così come si modifica l'intelligenza attraverso l'istruzione, e il temperamento attraverso l'igiene.

Lo Spirito, liberato della materia e in stato errante, fauna scelta delle sue esistenze corporee future secondo il grado di perfezione al quale e pervenuto, ed e in ciò, come abbiamo già detto, che consiste soprattutto il suo libero arbitrio. Questa libertà non viene assolutamente annullata dall'incarnazione. Se l'uomo cede all'influenza della materia, vuol dire che soccombe alle prove stesse che ha scelto. È per essere aiutato a superarle che può invocare l'assistenza di Dio e dei buoni Spiriti. (Vedere n. 337)

Senza il libero arbitrio, l'uomo non avrebbe ne demerito nel male, né merito nel bene. E ciò è talmente evidente che nel nostro mondo il biasimo o l'elogio si mettono sempre in relazione all'intenzione, ossia alla volontà. Pertanto, chi dice volontà dice libertà. L'uomo non potrebbe dunque cercare una scusa ai suoi misfatti nel suo organismo, senza rinnegare la sua ragione e la sua condizione di essere umano, rendendosi quindi simile al bruto. Se così fosse per il male, altrettanto dovrebbe esserlo per il bene. Però, quando l'uomo fa del bene, si preoccupa molto di farsene un merito, e si guarda bene dal gratificarne i suoi organi, la qual cosa dimostra che istintivamente egli non rinuncia mai, nonostante le congetture di qualche scienza sistematica, al più bello dei privilegi della sua specie: la libertà di pensiero.

La fatalità, così come la s'intende generalmente, suppone la determinazione presciente e irrevocabile di tutti gli avvenimenti della vita, qualunque sia la loro importanza. Se tale fosse l'ordine delle cose, l'uomo sarebbe una macchina senza volontà. A che cosa gli servirebbe la sua intelligenza, dal momento che sarebbe costantemente dominato in tutti i suoi atti dalla forza del destino? Una tale dottrina, se fosse vera, sarebbe l'annullamento di ogni libertà morale. Non ci sarebbe più per l'uomo alcuna responsabilità e, di conseguenza, non ci sarebbero né bene né male né crimini né virtù. Dio, sovranamente giusto, non potrebbe castigare una sua creatura per degli errori che non sarebbe dipeso da lei commettere o non commettere, ne potrebbe ricompensarla per delle virtù di cui non avrebbe alcun merito. Una tale legge sarebbe inoltre la negazione della legge del progresso, perché l'uomo che si attendesse tutto dalla sorte non tenterebbe minimamente di migliorare la sua posizione, dal momento che non potrebbe cambiarla né in meglio né in peggio.

Però la fatalità non è una parola vana. Essa esiste nella posizione che l'uomo occupa sulla Terra e nelle funzioni che vi compie, in conseguenza del genere di esistenza scelto dal suo Spirito come prova, espiazione o missione. Egli subisce fatalmente tutte le vicissitudini di questa esistenza e tutte le tendenze buone o cattive a essa inerenti. Ma lì si ferma la fatalità, perché dipende dalla volontà dell'uomo cedere o non cedere a queste tendenze. Il dettaglio degli avvenimenti è subordinato alle circostanze che provoca lui stesso con le sue azioni, e sulle quali gli Spiriti possono influire attraverso i pensieri che gli suggeriscono. (Vedere n. 459)

La fatalista sta dunque negli avvenimenti che si presentano, perché essi sono la conseguenza della scelta dell'esistenza fatta dallo Spirito. Può non esserci nell'esito di questi avvenimenti, perché può dipendere dall'uomo modificarne il corso con la sua prudenza. Non c'è mai fatalità negli atti della vita morale.

È nella morte che l'uomo e sottomesso, in modo assoluto, all'inesorabile legge della fatalità. Egli infatti non può sottrarsi alla sentenza che fissa il termine della sua esistenza, né al genere di morte che deve interrompere il corso della sua vita.

Secondo la dottrina volgare, l'uomo attingerebbe tutti i suoi istinti in sé stesso. Essi procederebbero sia dal suo organismo, — e pertanto non ne sarebbe responsabile — sia dalla sua stessa natura, nella quale può cercare una giustificazione ai suoi stessi occhi, asserendo che non è colpa sua s e è fatto così. La Dottrina Spiritista e in modo evidente più morale. Essa ammette nell'uomo il libero arbitrio in tutta la sua completezza. E dicendogli che, se commette il male cede a una cattiva ed estranea suggestione, gliene lascia tutta la responsabilità, poiché gli riconosce il potere di resistere, cosa evidentemente più facile che se dovesse lottare contro la sua stessa natura. Così, secondo la Dottrina Spiritista, non ci sono impulsi irrefrenabili: l'uomo può sempre chiudere le orecchie alla voce occulta che nel suo intimo lo sollecita al male, come può chiuderle alla voce materiale di qualcuno che gli parla. Lo può fare di sua volontà, domandando a Dio la forza necessaria e chiedendo a questo scopo l'assistenza dei buoni Spiriti. È ciò che Gesù ci insegna nella sublime Orazione domenicale, quando ci fa dire: «Non c'indurre in tentazione, ma liberaci dal male.»

Questa teoria della causa determinante dei nostri atti risulta evidente da tutto l'insegnamento dato dagli Spiriti. Non solo essa è sublime in quanto a moralità, ma aggiungeremo ch'essa rivela l'uomo ai suoi stessi occhi; lo mostra libero di scuotere un giogo che lo ossessiona, così come è libero di chiudere la sua casa agli importuni. Non è più una macchina che agisce per un impulso indipendente dalla sua volontà, e un essere dotato di ragione, che ascolta, giudica e sceglie liberamente fra due partiti. Aggiungiamo ancora che, malgrado ciò, l'uomo non è affatto privato della sua iniziativa, non cessa di agire secondo i suoi impulsi, perché in definitiva non è che uno Spirito incarnato, il quale conserva, sotto l'involucro del corpo, le qualità e i difetti che aveva come Spirito. Gli errori che commettiamo hanno dunque la loro origine primitiva nell'imperfezione del nostro stesso Spirito, che non ha ancora raggiunto la superiorità morale che avrà un giorno, ma che non per questo il suo libero arbitrio ha dei limiti. La vita fisica gli viene data per purificarsi delle sue imperfezioni attraverso le prove che subisce, e sono precisamente queste imperfezioni che lo rendono più debole e più accessibile alle suggestioni degli Spiriti imperfetti. Costoro, a loro volta, ne approfittano per cercare di farlo soccombere nella lotta che egli ha intrapreso. Se esce vincitore da questa battaglia, si eleva. Se soccombe, rimane quello che era, ne peggiore, ne migliore: è una prova che dovrà essere ricominciata e che potrà così durare a lungo. Più si purifica, più i suoi lati deboli diminuiscono e meno dà adito a chi lo sollecita al male. La sua forza morale cresce in ragione della sua elevatezza, e i cattivi Spiriti si allontanano da lui.

Tutti gli Spiriti più o meno buoni, quando si incarnano, costituiscono la specie umana. Poiché la nostra Terra e uno dei mondi meno avanzati, in essa si trovano più Spiriti cattivi che Spiriti buoni. Ecco perché qui vediamo tante perversioni. Compiamo dunque tutti i nostri sforzi per non ritornarci dopo questa stazione, e per meritarci di andare a riposare in un mondo migliore, in uno di quei mondi privilegiati dove il bene regna assoluto, e dove ci ricorderemo del nostro passaggio su questa Terra solo come di un tempo d'esilio.

IL LIBRO DEGLI SPIRITI – Allan Kardec.

Résumé théorique du mobile des actions de l'homme

872. La question du libre arbitre peut se résumer ainsi : L'homme n'est point fatalement conduit au mal ; les actes qu'il accomplit ne sont point écrits d'avance ; les crimes qu'il commet ne sont point le fait d'un arrêt du destin. Il peut, comme épreuve et comme expiation, choisir une existence où il aura les entraînements du crime, soit par le milieu où il se trouve placé, soit par des circonstances qui surviennent, mais il est toujours libre d'agir ou de ne pas agir. Ainsi le libre arbitre existe à l'état d'Esprit dans le choix de l'existence et des épreuves, et à l'état corporel dans la faculté de céder ou de résister aux entraînements auxquels nous nous sommes volontairement soumis. C'est à l'éducation à combattre ces mauvaises tendances ; elle le fera utilement quand elle sera basée sur l'étude approfondie de la nature morale de l'homme. Par la connaissance des lois qui régissent cette nature morale, on parviendra à la modifier, comme on modifie l'intelligence par l'instruction et le tempérament par l'hygiène.

L'Esprit dégagé de la matière, et à l'état errant, fait choix de ses existences corporelles futures selon le degré de perfection auquel il est arrivé, et c'est en cela, comme nous l'avons dit, que consiste surtout son libre arbitre. Cette liberté n'est point annulée par l'incarnation ; s'il cède à l'influence de la matière, c'est qu'il succombe sous les épreuves mêmes qu'il a choisies, et c'est pour l'aider à les surmonter qu'il peut invoquer l'assistance de Dieu et des bons Esprits. (337).

Sans le libre arbitre l'homme n'a ni tort dans le mal, ni mérite dans le bien ; et cela est tellement reconnu que, dans le monde, on proportionne toujours le blâme ou l'éloge à l'intention, c'est-à-dire à la volonté ; or, qui dit volonté dit liberté. L'homme ne saurait donc chercher une excuse de ses méfaits dans son organisation, sans abdiquer sa raison et sa condition d'être humain, pour s'assimiler à la brute. S'il en était ainsi pour le mal, il en serait de même pour le bien ; mais quand l'homme fait le bien, il a grand soin de s'en faire un mérite, et n'a garde d'en gratifier ses organes, ce qui prouve qu'instinctivement il ne renonce pas, malgré l'opinion de quelques systématiques, au plus beau privilège de son espèce : la liberté de penser.

La fatalité, telle qu'on l'entend vulgairement, suppose la décision préalable et irrévocable de tous les événements de la vie, quelle qu'en soit l'importance. Si tel était l'ordre des choses, l'homme serait une machine sans volonté. A quoi lui servirait son intelligence, puisqu'il serait invariablement dominé dans tous ses actes par la puissance du destin ? Une telle doctrine, si elle était vraie, serait la destruction de toute liberté morale ; il n'y aurait plus pour l'homme de responsabilité, et par conséquent ni bien, ni mal, ni crimes, ni vertus. Dieu, souverainement juste, ne pourrait châtier sa créature pour des fautes qu'il n'aurait pas dépendu d'elle de ne pas commettre, ni la récompenser pour des vertus dont elle n'aurait pas le mérite. Une pareille loi serait en outre la négation de la loi du progrès, car l'homme qui attendrait tout du sort ne tenterait rien pour améliorer sa position, puisqu'il n'en serait ni plus ni moins.

La fatalité n'est pourtant pas un vain mot ; elle existe dans la position que l'homme occupe sur la terre et dans les fonctions qu'il y remplit, par suite du genre d'existence dont son Esprit a fait choix, comme épreuve, expiation ou mission ; il subit fatalement toutes les vicissitudes de cette existence, et toutes les tendances bonnes ou mauvaises qui y sont inhérentes ; mais là s'arrête la fatalité, car il dépend de sa volonté de céder ou non à ces tendances. Le détail des événements est subordonné aux circonstances qu'il provoque lui-même par ses actes, et sur lesquelles peuvent influer les Esprits par les pensées qu'ils lui suggèrent. (459).

La fatalité est donc dans les événements qui se présentent, puisqu'ils sont la conséquence du choix de l'existence fait par l'Esprit ; elle peut ne pas être dans le résultat de ces événements, puisqu'il peut dépendre de l'homme d'en modifier le cours par sa prudence ; elle n'est jamais dans les actes de la vie morale.

C'est dans la mort que l'homme est soumis d'une manière absolue à l'inexorable loi de la fatalité ; car il ne peut échapper à l'arrêt qui fixe le terme de son existence, ni au genre de mort qui doit en interrompre le cours.

Selon la doctrine vulgaire, l'homme puiserait tous ses instincts en lui-même ; ils proviendraient, soit de son organisation physique dont il ne saurait être responsable, soit de sa propre nature dans laquelle il peut chercher une excuse à ses propres yeux, en disant que ce n'est pas sa faute s'il est ainsi fait. La doctrine spirite est évidemment plus morale : elle admet chez l'homme le libre arbitre dans toute sa plénitude ; et en lui disant que s'il fait mal, il cède à une mauvaise suggestion étrangère, elle lui en laisse toute la responsabilité, puisqu'elle lui reconnaît le pouvoir de résister, chose évidemment plus facile que s'il avait à lutter contre sa propre nature. Ainsi, selon la doctrine spirite, il n'y a pas d'entraînement irrésistible : l'homme peut toujours fermer l'oreille à la voix occulte qui le sollicite au mal dans son for intérieur, comme il peut la fermer à la voix matérielle de celui qui lui parle ; il le peut par sa volonté, en demandant à Dieu la force nécessaire, et en réclamant à cet effet l'assistance des bons Esprits. C'est ce que Jésus nous apprend dans la sublime prière de l'Oraison dominicale, quand il nous fait dire : « Ne nous laissez pas succomber à la tentation, mais délivrez-nous du mal. »

Cette théorie de la cause excitante de nos actes ressort évidemment de tout l'enseignement donné par les Esprits ; non seulement elle est sublime de moralité, mais nous ajouterons qu'elle relève l'homme à ses propres yeux ; elle le montre libre de secouer un joug obsesseur, comme il est libre de fermer sa maison aux importuns ; ce n'est plus une machine agissant par une impulsion indépendante de sa volonté, c'est un être de raison, qui écoute, qui juge et qui choisit librement entre deux conseils. Ajoutons que, malgré cela, l'homme n'est point privé de son initiative ; il n'en agit pas moins de son propre mouvement, puisqu'en définitive il n'est qu'un Esprit incarné qui conserve, sous l'enveloppe corporelle, les qualités et les défauts qu'il avait comme Esprit. Les fautes que nous commettons ont donc leur source première dans l'imperfection de notre propre Esprit, qui n'a pas encore atteint la supériorité morale qu'il aura un jour, mais qui n'en a pas moins son libre arbitre ; la vie corporelle lui est donnée pour se purger de ses imperfections par les épreuves qu'il y subit, et ce sont précisément ces imperfections qui le rendent plus faible et plus accessible aux suggestions des autres Esprits imparfaits, qui en profitent pour tâcher de le faire succomber dans la lutte qu'il a entreprise. S'il sort vainqueur de cette lutte, il s'élève ; s'il échoue, il reste ce qu'il était, ni plus mauvais, ni meilleur : c'est une épreuve à recommencer, et cela peut durer longtemps ainsi. Plus il s'épure, plus ses côtés faibles diminuent, et moins il donne de prise à ceux qui le sollicitent au mal ; sa force morale croît en raison de son élévation, et les mauvais Esprits s'éloignent de lui.

Tous les Esprits, plus ou moins bons, alors qu'ils sont incarnés, constituent l'espèce humaine ; et, comme notre terre est un des mondes les moins avancés, il s'y trouve plus de mauvais Esprits que de bons, voilà pourquoi nous y voyons tant de perversité. Faisons donc tous nos efforts pour n'y pas revenir après cette station, et pour mériter d'aller nous reposer dans un monde meilleur, dans un de ces mondes privilégiés où le bien règne sans partage, et où nous ne nous souviendrons de notre passage ici-bas que comme d'un temps d'exil.

LE LIVRE DES ESPRITS – Allan Kardec.

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