quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Saúde e Enfermidade - Rogério Coelho

Equilíbrio interior é que garante a saúde
"Teu Espírito é tudo; teu corpo é simples veste que apodrece: eis tudo”. (O Livro dos Espíritos – Allan Kardec, questão 196ª).
A Doutrina Espírita nos oferece pa­noramas nunca dantes imaginados para velhas questões filosóficas até então irresolúveis... Onde se poderia imaginar, por exemplo, que a "dor" é processo terapêutico e que a "educação" é poção medicamentosa?
Passamos quase dois milênios rece­bendo as instruções da Boa Nova e nunca nos ensinaram ou sequer atinamos que o Evangelho de Jesus não é apenas roteiro de luz, mas receita de paz, de felicidade, de saúde e de alegria! ... Por isso a Dou­trina dos Espíritos apresenta-nos Jesus como o Sublime Médico das Almas.
Aprofundemos o "bisturi" do raciocínio nas questões acima levantadas, com base nas informações passadas por Jesus, quando Ele disse: "Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” - Jesus - Mateus, 6:33. 2 - Mateus, 6:25.
Ora, com este mandamento o Mestre estava apontando o alvo para onde devemos concentrar o foco de interesses. Mas, refratários e calcetas, fizemos ouvidos moucos e pagamos o alto preço exigido pela negligência, traduzido em dores acerbas que sempre estiveram presentes em nossas experiências palingenésicas.
No excelente livro "Na Seara do Bem" *, encontramos:
"(...) A medicina espiritual considera a saúde como a exteriorização do equilíbrio interior que alguém tenha alcançado, mediante a perfeita comunhão com as Leis Divinas; já a enfermidade representa o extravasamento, o expurgo dos desequilíbrios mentais, por parte de quem ainda insiste em caminhar, de forma a contrariar os sábios desígnios divinos. Este conceito a própria ciência terrestre já começa a compreender, afirmando que existem "doentes" e não "doenças".
Causas
Entendemos que as causas das enfermidades têm suas raízes implantadas nas profundas raízes do Espírito, isto é, são de ordem espiritual. Por isso compreendemos que o homem deve urgentemente buscar os recursos de ordem espiritual visando o seu próprio benefício; e por recursos espirituais não nos referimos tão somente à fluidoterapia, que representa importante mecanismo de auxílio. Reportamo-nos à educação. Sim, Educação. Se a causa das enfermidades estão nos deslizes que cometemos ante as soberanas Leis da Vida, urge busquemos na educação, a ação disciplinadora, sempre benéfica.
O homem precisa ser médico de si mesmo, analisando as próprias tendências e disposições mentais, renovando-se para melhor, trabalhando o psiquismo, corrigindo antigas viciações, esforçando­se por ser alegre em vez de triste, otimista e não pessimista, ponderado, tranqüilo e confiante, em vez de desesperado.
Precisamos também considerar a dor como processo terapêutico.
A Sabedoria Divina permite-nos os equívocos, entretanto, retira dos nossos próprios erros, os necessários meios para a nossa recuperação. Nesse sentido, a dor se transforma em verdadeiro remédio, pois colabora para o arrependimento sincero, propiciador das novas disposições mentais.
E Jesus?
Recordemo-nos que Jesus não curou todos os enfermos, embora pudesse fazê-lo e se assim não agiu foi porque, naturalmente, nem todos estavam aptos a libertarem da enfermidade. Para a grande maioria a dor representava o processo terapêutico libertador, difícil e doloroso, porém, necessário. Entretanto, se o Mestre não curou a todos, ofertou, generoso, Humanidade inteira a sublime mensagem do Amor, caminho seguro para quantos desejem sinceramente a libertação dos erros, das enfermidades e do sofrimento com vistas a alcançarem a saúde espiritual, o equilíbrio, a paz sem mesclas (plenitude ...).
(...) A tarefa de Jesus não era a de curar os corpos, mas sim a de salvar almas. Ele afirmou referindo-Se à importância dos valores espirituais: "Não é a Vida mais que o mantimento, e o corpo mais que o vestido? ...”
E, de conformidade com os seus ensinos, perguntamos por nossa vez: não é o Espírito mais que o corpo? Qual utilidade de curar o corpo e perder a alma? Não será melhor salvar a alma, mesmo que para tal mister o corpo venha a sofrer?
De igual maneira, a nossa tarefa nas Casas Espíritas não é realizar prodígios no campo da cura, nem tampouco a de atender às exigências dos que lá aportam desejando a solução rápida e eficaz para os seus males. Tão somente devem, nos propor a colaborar com os companheiros encarnados no projeto do crescimento para Deus, auxiliando-os a superar as dificuldades criadas por eles, mesmos, mediante o uso inadequado do livre arbítrio. A medicina terrestre, assim como os recursos socorristas em nos esfera, representam a Misericórdia Divina; entretanto aprendemos com os nossos Maiores que não basta remediar e consolar, é imprescindível esclarecer e iluminar consciências.
(*) - Autoria do Espírito Antônio Carlos Tonini, psicografia de Luiz Antônio Ferraz, edição da Casa Editora "Pierre-Paul Didier" capitulo 2 onde o Dr. Cornelius- (Espirito), ministra uma portentosa aula sobre tema em questão.
Nota:o autor é escritor e expositor espírita; atua e Muriaé -MG.
Revista Internacional de Espiritismo – Abril 2006
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
196. Não podendo os Espíritos aperfeiçoar-se, a não ser por meio das tribulações da existência corpórea, segue-se que a vida material seja uma espécie de crisol ou de depurador, por onde têm que passar todos os seres do mundo espírita para alcançarem a perfeição?
Sim, é exatamente isso. Eles se melhoram nessa provas, evitando o mal e praticando o bem; porém, somente ao cabo de mais ou menos longo tempo, conforme os esforços que empreguem; somente após muitas encarnações ou depurações sucessivas, atingem a finalidade para que tendem.
196-a). É o corpo que influi sobre o Espírito para que este se melhore, ou o Espírito que influi sobre o corpo?
Teu Espírito é tudo; teu corpo é simples veste que apodrece: eis tudo.
Allan Kardec.: O suco da vinha nos oferece um símile material dos diferentes graus da depuração da alma. Ele contém o licor que se chama espírito ou álcool, mas enfraquecido por uma imensidade de matérias estranhas, que lhe alteram a essência. Esta só chega à pureza absoluta depois de múltiplas destilações, em cada uma das quais se despoja de algumas impurezas. O corpo é o alambique em que a alma tem que entrar para se purificar. Às matérias estranhas se assemelha o perispírito, que também se depura, à medida que o Espírito se aproxima da perfeição.

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