sábado, 22 de junho de 2024

Penas temporais / Pene temporanee / MATERIAJ SUFEROJ.

Penas temporais.

983. Não experimenta sofrimentos materiais o Espírito que expia suas faltas em nova existência? Será então exato dizer-se que, depois da morte, só há para a alma sofrimentos morais?

“É bem verdade que, quando a alma está reencarnada, as tribulações da vida são-lhe um sofrimento; mas só o corpo sofre materialmente.

“Falando de alguém que morreu, costumais dizer que não mais sofrerá. Nem sempre isto exprime a realidade. Como Espírito, está isento de dores físicas; dependendo, porém, das faltas que tenha cometido, pode estar sujeito a dores morais mais agudas, e pode vir a ser ainda mais desgraçado em nova existência. O mau rico terá que pedir esmola e se verá a braços com todas as privações oriundas da miséria; o orgulhoso, com todas as humilhações; o que abusa de sua autoridade e trata com desprezo e dureza os seus subordinados se verá forçado a obedecer a um superior mais ríspido do que ele o foi. Todas as penas e tribulações da vida são expiação das faltas de outra existência, quando não a consequência das da vida atual. Logo que daqui houverdes saído, compreendê-lo-eis. (273, 393 e 399.)

“O homem que se considera feliz na Terra porque pode satisfazer às suas paixões é o que menos esforços emprega para se melhorar. Muitas vezes começa a expiação desses prazeres efêmeros já nessa mesma vida, mas certamente os expiará noutra existência tão material quanto aquela.”

984. As vicissitudes da vida são sempre a punição das faltas atuais?

“Não; já dissemos: são provas impostas por Deus, ou que vós mesmos escolhestes como Espíritos, antes de encarnardes, para expiação das faltas cometidas em outra existência, porque jamais fica impune a infração das leis de Deus e, sobretudo, da lei de justiça. Se não for punida nesta existência, sê-lo-á necessariamente noutra. Eis por que um, que vos parece justo, muitas vezes sofre. É a punição do seu passado.” (393.)

985. Constitui recompensa a reencarnação da alma em um mundo menos grosseiro?

“É a consequência de sua depuração, porquanto à medida que se depuram, os Espíritos passam a encarnar em mundos cada vez mais perfeitos, até que se tenham despojado totalmente da matéria e lavado de todas as impurezas, para eternamente gozarem da felicidade dos Espíritos puros, no seio de Deus.”

Nos mundos onde a existência é menos material do que neste, menos grosseiras são as necessidades e menos agudos os sofrimentos físicos. Lá os homens não mais conhecem as paixões más que, nos mundos inferiores, os fazem inimigos uns dos outros. Nenhum motivo tendo de ódio, ou de ciúme, vivem em paz, porque praticam a lei de justiça, amor e caridade. Não conhecem os aborrecimentos e cuidados que nascem da inveja, do orgulho e do egoísmo, causas do tormento da nossa existência terrestre. (172–182.)

986. Pode o Espírito que progrediu em sua existência terrena reencarnar alguma vez no mesmo mundo?

“Sim, desde que não tenha logrado concluir a sua missão; pode ele próprio pedir lhe seja dado completá-la em nova existência. Mas, então, já não constituirá para ele uma expiação.” (173.)

987. Que sucede ao homem que, não fazendo o mal, também nada faz para libertar-se da influência da matéria?

“Pois que nenhum passo dá para a perfeição, tem que recomeçar uma existência de mesma natureza que a precedente. Fica estacionário, podendo assim prolongar os sofrimentos da expiação.”

988. Há pessoas cuja vida se escoa em perfeita calma; que, nada precisando fazer por si mesmas, se conservam isentas de cuidados. Provará essa existência ditosa que elas nada têm que expiar de existência anterior?

“Conheces muitas dessas pessoas? Enganas-te, se pensas que as há em grande número. Não raro, a calma é apenas aparente. Talvez elas tenham escolhido tal existência, mas, quando a deixam, percebem que não lhes serviu para progredirem. Então, como o preguiçoso, lamentam o tempo perdido. Sabei que o Espírito não pode adquirir conhecimentos e elevar-se senão pela atividade. Se adormece na indolência, não se adianta. Assemelha-se a um que (segundo os vossos usos) precisa trabalhar e que vai passear ou deitar-se, com a intenção de nada fazer. Sabei também que cada um terá que dar contas da inutilidade voluntária da sua existência, inutilidade sempre fatal à felicidade futura . Para cada homem, a soma dessa felicidade futura está na razão da soma do bem que tenha feito; e a soma de infelicidade, na do mal que haja praticado, e do número daqueles a quem haja desgraçado.”

989. Pessoas há que, embora não sejam positivamente más, tornam infelizes, pelos seus caracteres, todos os que as cercam. Que consequências lhes advirão disso?

“Inquestionavelmente, essas pessoas não são boas. Expiarão seu proceder pela visão daqueles a quem infelicitaram, valendo-lhes isso por uma expropriação. Depois, noutra existência, sofrerão o que fizeram sofrer.”

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

Pene temporanee

983. Lo Spirito che espia i suoi errori in una nuova esistenza ha delle sofferenze materiali? Di conseguenza è corretto dedurre che dopo la morte l'anima ha solo sofferenze morali?

«È pur vero che quando l'anima e reincarnata, le tribolazioni della vita sono per lei delle sofferenze, ma e solo il corpo che soffre materialmente.

Voi dite sovente di colui che è morto che non ha più da soffrire. Questo non sempre e vero. Come Spirito, non ha più dolori fisici, ma a seconda degli gli errori che ha commesso può avere dei dolori morali più penosi e, in una nuova esistenza, può essere ancora più infelice. Il ricco malvagio domanderà l'elemosina e sarà vittima di tutte le privazioni inflitte dalla miseria, mentre l'orgoglioso lo sarà di tutte le umiliazioni. Chi abusa della propria autorità e tratta i subordinati con disprezzo e durezza sarà obbligato a obbedire a un padrone più duro di quanto lui stesso sia stato. Tutte le pene e le tribolazioni della vita sono l'espiazione delle colpe di un'altra esistenza, allorché non siano la conseguenza degli errori della vita attuale. Quando sarete usciti da qui, lo comprenderete. (Vedere nn. 273, 393 e 399)

L'uomo che si crede felice sulla Terra, perché può soddisfare le sue passioni, e quello che fa il minor sforzo per migliorarsi. Egli espia sovente, già in questa vita, tale effimera felicita. Comunque la espierà certamente in un'altra esistenza tanto materiale quanto questa.»

984. Le vicissitudini della vita sono sempre la punizione di errori della vita attuale?

«No. L'abbiamo già detto: sono delle prove imposte da Dio o scelte da voi stessi, nello stato di Spiriti e prima della reincarnazione, per espiare gli errori commessi in un'altra esistenza. Mai, infatti, le trasgressioni alle leggi di Dio, e soprattutto alla legge di giustizia, restano impunite. Se non saranno punite in questa vita, lo saranno necessariamente in un'altra. È per questo che colui che ai vostri occhi appare giusto spesso è colpito per il suo passato.» (Vedere n. 393)

985. La reincarnazione dell'anima in un mondo meno rozzo è una ricompensa?

«È la conseguenza della sua purificazione. Perché, nella misura in cui gli Spiriti si purificano, s'incarnano in mondi sempre più perfetti, finché non si siano liberati completamente della materia e di tutte le loro impurità, per gioire eternamente della felicita degli Spiriti puri in seno a Dio.»

Nei mondi in cui l'esistenza e meno materiale che sulla Terra, le necessita sono meno grossolane, e tutte le sofferenze fisiche meno vive. Gli uomini non conoscono più le cattive passioni che, nei mondi inferiori, li fanno nemici gli uni degli altri. Non avendo alcun motivo né di odio né di gelosia, vivono in pace con sé stessi, perché praticano la legge di giustizia, amore e carità. Essi non conoscono assolutamente i tormenti e le angosce che nascono dall'invidia, dall'orgoglio e dall'egoismo e che fanno della nostra esistenza terrena una vera tortura. (Vedere nn. 172 e 182)

986. Lo Spirito che ha fatto progressi nella sua esistenza terrena può a volte reincarnarsi nello stesso mondo?

«Sì. Se non ha potuto compiere la sua missione, può lui stesso domandare di completarla in una nuova esistenza. Ma in questo caso per lui non è più una espiazione.» (Vedere n. 173)

987. Che ne è dell'uomo che, senza fare del male, non fa niente per liberarsi dell'influenza della materia?

«Poiché non fa nessun passo verso la perfezione, deve ricominciare un'esistenza della stessa natura di quella lasciata. Egli resta stazionario ed e così che prolunga le sofferenze dell'espiazione.»

988. Ci sono persone la cui vita scorre in una calma perfetta. Non avendo necessita di fare niente per sé stessi, sono esenti da preoccupazioni. Questa esistenza felice è la prova che non hanno nulla da espiare da un'esistenza precedente?

«Ne conoscete molti? Se lo credete, vi sbagliate. Sovente la calma è solo apparente. Essi possono aver scelto questa esistenza, ma quando la lasciano si rendono conto che non è servita affatto al loro progresso. E così — come i pigri — rimpiangono il tempo perduto. Sappiate che lo Spirito può acquisire delle cognizioni ed elevarsi, solo con l'attività. Se si lascia andare all'indifferenza, non avanza. Egli e come chi avesse necessita (secondo i vostri costumi) di lavorare e se ne andasse a spasso o a riposare e ciò con il fermo proposito di non fare niente. Sappiate anche che ognuno dovrà render conto dell'inutilità volontaria della sua esistenza. Questa inutilità è sempre fatale alla felicità futura. L'entità della felicita futura e in ragione dell'entità del bene che ciascuno ha fatto. Quella dell'infelicità è in ragione del male fatto e di quanti ciascuno ha reso infelici.»

989. Ci sono persone che, senza essere realmente cattive, rendono infelici tutti quelli che hanno intorno, a causa del loro carattere. Quali sono per loro le conseguenze?

«Costoro sicuramente non sono buoni, ed espieranno avendo sempre davanti agli occhi quelli che essi hanno reso infelici, e questo sarà per loro un castigo. Poi, in un'altra esistenza, soffriranno quello che fecero soffrire.»

IL LIBRO DEGLI SPIRITI – Allan Kardec.

MATERIAJ SUFEROJ

983. La Spirito, paganta siajn erarojn en nova ekzistado, spertas materiajn suferojn; ĉu estas do ĝuste aserti, ke post la morto la animo spertas nur moralajn suferojn?

“Estas ja vere, ke, kiam animo estas reenkarniĝinta, la afliktoj de la vivo estas por ĝi sufero; sed nur la korpo suferas materie.

“Vi ofte diras pri mortinto, ke li ne pli suferos; tio ne estas ĉiam vera. Kiel Spirito, li jam ne havas fiziologiajn dolorojn; sed, laŭ la faritaj eraroj, li povas havi moralajn, ja pli tranĉajn, dolorojn, kaj en la nova ekzistado esti ankoraŭ pli malfeliĉa. Malbona riĉulo petos almozon kaj baraktos en ĉiaj rimedmankoj de mizero; fierulo, en ĉiaj humiliĝoj; kiu misuzas sian aŭtoritaton kaj traktas siajn subulojn malŝate kaj krude, tiu vidos sin devigita obei mastron pli severan, ol kia li estis. Ĉiaj suferoj kaj afliktoj en la vivo estas elpago de kulpoj en alia ekzistado, se ili ne estas ja rezultato de kulpoj en la nuna vivo. Kiam vi estos elirinta el ĉi tie, vi komprenos mian parolon. (273, 393, 399)

“Homo, opinianta sin feliĉa sur la Tero, pro tio, ĉar li povas kontentigi siajn pasiojn, malplej klopodas por pliboniĝi. Li ofte pagas, jam en ĉi tiu vivo, tiun efemeran feliĉon, sed li ĝin certe elpagos en alia ankaŭ materia ekzistado.”

984. Ĉu la sortovicoj de la vivo estas ĉiam puno pro la nuntempaj kulpoj?

“Ne; ni jam diris: ili estas provoj ordonitaj de Dio aŭ elektitaj de vi mem, en via spirita stato kaj antaŭ la enkarniĝo de via Spirito, por la elpago de eraroj faritaj en alia ekzistado; ĉar malobeo je la leĝoj de Dio, precipe je la leĝo de justeco, neniam restas nepunita; se puno ne okazas en ĉi tiu vivo, ĝi nepre venos en alia; tial, homo, kiu estas justa en viaj okuloj, estas ofte skurĝata de l’ sorto pro sia pasinteco.” (393)

985. Ĉu reenkarniĝo de la animo en malpli materieca mondo estas rekompenco?

“Ĝi estas rezultato de ties plipuriĝo; ĉar, laŭ tio, kiel ili plipuriĝas, la Spiritoj enkarniĝas en ĉiam pli perfektaj mondoj, ĝis ili tute formetos la materion kaj forlavos de si ĉiajn makulojn, por eterne ĝuadi la feliĉon de l’ puraj Spiritoj, en la sino de Dio.”

En la mondoj, kie la ekzistado estas malpli materieca ol sur la Tero, la bezonoj estas pli delikataj kaj ĉiuj fiziologiaj suferoj estas malpli akraj. La homoj jam ne nutras la malnoblajn pasiojn, kiuj, en la malsuperaj mondoj, faras el ili reciprokajn malamikojn. Havante nenian motivon por malamo aŭ envio, ili vivas en komuna paco, ĉar ili praktikas la leĝon de justeco, amo kaj karitato; ili ne konas ĉagrenojn kaj zorgojn, kiujn naskas envio, fiero kaj egoismo, kaj kiuj estas la turmento de nia surtera ekzistado. (172-182)

986. Ĉu Spirito, progresinta en sia surtera ekzistado, povas okaze reenkarniĝi en la sama mondo?

“Jes, en la okazo, se li ne povis plenumi sian mision, kaj li mem povas peti kompletigi ĝin en nova ekzistado; sed, tiufoje, ĝi ne estas por li puno.” (173)

987. Kio okazas al la homo, kiu, ne farante malbonon, neniel tamen penis forskui la influon de l’ materio?

“Ĉar li faris neniun paŝon al perfekteco, tial li devas rekomenci ekzistadon identan al tiu, kiun li finis; li restas samloke, kaj tiel li povas plidaŭrigi la suferojn de l’ kulpelpago.”

988. Estas personoj, kies vivo fluas tute kviete, kiuj, bezonante mem fari nenion, estas tute senzorgaj.

Ĉu tiu feliĉa vivo pruvas, ke ili devas pagi nenian kulpon el antaŭa ekzistado?

“Ĉu vi konas multajn tiajn? Se vi tion kredas, vi do eraras; tiu kvieteco estas ofte nur ŝajna. Ili eble elektis tian ekzistadon; sed tiam, kiam ili ĝin finas, ili rimarkas, ke ĝi ne helpis ilin progresi kaj , same kiel mallaboremulo, ili bedaŭras la perditan tempon. Konvinkiĝu, ke la Spirito povas ekhavi konojn kaj altrangiĝi nur per aktiveco; se li dormadas en senzorgeco, li ne antaŭenpaŝas. Li similas homon, kiu, laŭ viaj kutimoj, bezonas labori, sed kiu iras promeni a.ŭ kuŝiĝi, kun la intenco fari nenion.

Eksciu ankaŭ, ke ĉiu respondos por la memvola senutileco de sia ekzistado; tiu senutileco estas ĉiam fatala por lia venonta feliĉo. La kiomo da estonta feliĉo estas proporcia al la kiomo da bono, kiun oni faris; tiu da malfeliĉo estas proporcia al la farita malbono kaj al la nombro da homoj, kiujn oni faris malfeliĉaj.”

989. Kelkaj personoj, kvankam ili ne estas ĝustadire malbonaj, tamen faras malfeliĉaj, pro sia karaktero, siajn samrondanojn; kion ili ricevos el tio?

“Tiuj personoj certe ne estas bonaj, kaj ili tion elpagos per la ĉeesto de tiuj, kiujn ili faris malfeliĉaj: ĝi estos por ili riproĉo; estonte, en alia ekzistado, ili elportos tion saman, kion ili igis aliajn suferi.”

La Libro de la Spiritoj – Allan Kardec.

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