Jesus,
utilizando-se de uma parábola, como sempre fazia para nos ensinar em sua
incomparável pedagogia, disse à multidão, emocionada com suas palavras:
—
“Portanto vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um
povo que lhe produza os respectivos frutos” (1).
O
evangelista Mateus informa, nessa “parábola dos trabalhadores maus”, que “os
principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo isso, entenderam que era a
respeito deles que Jesus falava, e, conquanto buscassem prendê-lo, temeram as
multidões, porque estas o consideravam como profeta” (2).
O
Espírito Humberto de Campos, em 1938, escreveu, por intermédio da psicografia
sublimada de Chico Xavier, o livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do
Evangelho, mostrando a missão da nossa pátria e informando que o reino de Deus
foi retirado daquele povo e entregue ao povo brasileiro. Esse o destino
espiritual do Brasil. Diz ele: “Jesus transplantou da Palestina para a região
do Cruzeiro a árvore magnânima do seu Evangelho” (3).
Dos
livros de Humberto de Campos, Espírito, Brasil, Coração do Mundo, Pátria do
Evangelho, é o único que possui prefácio do amoroso e sábio Emmanuel; os
demais, ele mesmo os prefaciou.
Emmanuel,
nesse prefácio, esclarece: “Este trabalho se destina a explicar a missão da
terra brasileira no mundo moderno. Humboldt, visitando o vale extenso do
Amazonas, exclamou, extasiado, que ali se encontrava o celeiro do mundo. O
grande cientista asseverou uma grande verdade: precisamos, porém, desdobrá-la,
estendendo-a do seu sentido econômico a sua significação espiritual. O Brasil
não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais
pobres do planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão
consoladora de crença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades
espirituais do orbe inteiro”.
Ismael
é o guia espiritual do Brasil e encarregado por Jesus de instituir em nossa
pátria a obra do Evangelho. Ismael foi filho de Abraão com Agar, sua serva (4).
Espírito missionário do orbe da Capela, que renunciou às alegrias de suas
conquistas reencarnando na Terra para ajudar os exilados de seu planeta, em
suas trajetórias de sofrimento (5). Certa vez, indagaram a Chico Xavier: “Como
se processam os encontros, nas esferas resplandecentes da Espiritualidade, de
Emmanuel com Ismael? Qual a postura do admirável Espírito do ex-senador romano,
diante da também luminosa entidade a quem confiou Jesus os destinos do
Brasil?”. Ao que o médium respondeu, de forma curta, serena e firme: — “De
joelhos!”.
Emmanuel,
“Espírito santificado”, assim denominado nesse livro por Humberto de Campos
(6). Integrante da equipe de colaboradores devotados a Ismael, como padre
jesuíta, Manuel da Nóbrega veio para o Brasil, em 1543, com Tomé de Souza, o
primeiro governador-geral da colônia. Foi nomeado por D. João III, rei de
Portugal, como o primeiro secretário de Educação, com a incumbência de formar
um sistema de ensino público e gratuito, como também de catequizar os
brasileiros (7). Escreveu o primeiro livro que tivemos em nossas terras: Cartas
do Brasil (8).
Continua
Emmanuel falando sobre o livro: “Nossa tarefa visa a esclarecer o ambiente
geral do País, argamassando as suas tradições de fraternidade com o cimento das
verdades puras, porque se a Grécia e a Roma da antiguidade tiveram a sua hora,
como elementos primordiais das origens de toda a civilização do Ocidente; se o
império português e o espanhol se alastraram quase por todo o planeta; se a
França, se a Inglaterra têm tido a sua hora preeminente nos tempos que
assinalam as etapas evolutivas do mundo, o Brasil terá também o seu grande
momento, no relógio que marca os dias da evolução da humanidade”.
Esse
livro foi escrito em 1938. O cenário do Brasil e do mundo eram os piores
possíveis. Naquele ano, haveria eleição no Brasil para a presidência da
república, como ocorre agora, em 2014; entretanto, houve um golpe de Estado,
instituindo-se o “Estado Novo”, com a continuidade do governo de Getúlio
Vargas, que já ocupava o cargo há oito anos. O mundo estava coberto por uma
nuvem pestilenta, prenunciando uma nova guerra mundial, o que se deu um ano
depois, em 1939.
Daquele
tempo para os dias de hoje, quanto progresso houve em nosso país e em todo o
mundo. Nós sabemos que ainda existem muitos problemas para resolver, porém,
eles são necessários ao nosso aprendizado. A vida é uma escola e, assim como na
escola, temos que passar por provas. Se não suportamos os atritos como
poderemos nos tornar polidos? Sem ser polidos, como poderemos brilhar? A cana
só libera o açúcar quando passa na moenda.
Confiemos
em Deus, neste momento de transição em que o Brasil passa por nova escolha de
direção governamental. Estejamos irmanados numa doce aliança de fraternidade e
paz indestrutíveis, com a certeza de que “todas as realizações são feitas com a
luminosa sanção de Jesus, antes de se fixarem nos bastidores do poder
transitório e precário dos homens!”.
Muita
paz!
Notas bibliográficas
A Bíblia Sagrada –
Tradução de João Ferreira de Almeida – Mateus, 21: 43.
A Bíblia Sagrada –
Tradução de João Ferreira de Almeida – Mateus, 21:45 e 46.
Brasil, Coração do Mundo,
Pátria do Evangelho – Humberto de Campos – Francisco Cândido Xavier –
Esclarecendo – FEB – 31ª edição.
Crônicas de Além Túmulo –
Humberto de Campos – Francisco Cândido Xavier – FEB – 9ª edição – página 123.
Universo e Vida – FEB –
Universo e Vida – Pelo Espírito Áureo – Hernani T. Santana.
Brasil, Coração do Mundo,
Pátria do Evangelho – Humberto de Campos – Francisco Cândido Xavier –
Esclarecendo – FEB – 31ª edição – página 45.
História da Educação –
Thomas Ransom Giles – página 285.
Amor e Sabedoria de
Emmanuel – Clóvis Tavares – IDE – 6ª edição – suíte fotográfico.